Na sexta-feira (08/03), após o fechamento do mercado, a Prio (PRIO3) divulgou seus números do 4T23, que vieram abaixo do esperado, em função do menor volume de comercialização e dos menores preços realizados na venda do óleo.
Por outro lado, isso pode ter relação com o acúmulo do estoque de Albacora Leste, que tem um óleo mais caro e aguarda o acúmulo do volume mínimo para remessa à Repsol, compradora do produto. De resto, os fundamentos permanecem sólidos, com mais um trimestre de eficiência recorde da Prio.
Custo médio de extração de óleo da Prio caiu
A produção foi de 100,3 mil barris de óleo por dia (+0,4% trimestralmente), um novo recorde histórico. Por outro lado, o volume efetivamente vendido caiu 14%, em função do mencionado frete mínimo para envio à Repsol, compradora do óleo de Albacora Leste, que é mais caro. Com isso, o preço médio do óleo vendido caiu 4%, e a receita líquida, 20%, para US$ 634 milhões. Acreditamos que, no próximo trimestre, esse descasamento de estoque deve cessar, retornando a receita ao crescimento.
Na ponta positiva, o custo médio de extração atingiu um novo recorde histórico, de US$ 6,80 por barril, redução sequencial de 3%. Por sua vez, as despesas gerais e administrativas tiveram uma alta de 67%, em razão de maiores despesas com pessoal, ampliação do escritório e patrocínio de projetos sociais. Ao final, o EBITDA ajustado ficou em US$ 462 milhões (-27%). A companhia gerou US$ 345 milhões em caixa operacional (-38%), e US$ 38 milhões em caixa livre (-81%).
O que achamos dos resultados de PRIO do 4T23?
Em um resultado que, à primeira vista, parece ruim, a companhia na verdade experimentou um descasamento entre a produção realizada e a comercialização, o que deveria se normalizar nos próximos trimestres.
Além disso, na atualização das reservas, divulgada juntamente com o resultado, a companhia antecipa para 2024 a perfuração de novos poços no Campo de Frade, o que pode compensar parcialmente qualquer eventual atraso no início da operação em Wahoo – a qual a companhia manteve prevista para o 2T24.
Negociando a 3,9x seu EBITDA projetado para 2024, um múltiplo anormalmente baixo para a ação, temos recomendação de compra para PRIO3.
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