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Produção de julho da 3R Petroleum (RRRP3) tem queda mensal leve, mas mostra preparação para o futuro

O relatório de julho foi o primeiro a incluir os ativos da Enauta, recém-incorporada pela 3R Petroleum.

Por Larissa Quaresma, CFA

19 ago 2024, 16:41 - atualizado em 19 ago 2024, 16:41

3R Petroleum RRRP3

Imagem: Divulgação/3R Petroleum

A 3R Petroleum (RRRP3) divulgou sua produção de julho de 2024, que incluiu os ativos da recém-incorporada Enauta pela primeira vez. Em termos orgânicos, ou seja, englobando a Enauta na base de comparação, a produção caiu 5% mensalmente, para 55 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d). Isso se deve às planejadas paradas de manutenção em Atlanta e Papa-Terra, com perspectiva de normalização total a partir de setembro.

Veja a produção de óleo por ativo da 3R

A produção do Complexo Potiguar (-0,3%) ficou praticamente estável em 25 mil boe/d. Por sua vez, o Complexo Recôncavo produziu 9 mil boe/d, -3% na visão mensal. O Complexo Offshore, que inclui o Polo Papa-Terra, produziu 17 mil boe/d (-5%), por conta da parada de manutenção que deve durar até o final de agosto. Por fim, Atlanta produziu 4 mil boe/d, 29% a menos que no mês anterior, também devido à parada de manutenção que, neste caso, já foi finalizada no dia 26 de julho.

Importante ressaltar que esses valores incluem a produção total em cada ativo, sem ponderar pela participação da companhia.

Produção da 3R tende a se normalizar nos próximos meses

Ao longo dos próximos meses, a produção tende a se normalizar, podendo atingir cerca de 77 mil boe/d em setembro, quando: 1) Atlanta deve estar com produção incremental de +16 mil boe/d em relação a julho; e 2) Papa-Terra, com +6 mil boe/d na mesma comparação.

Olhando um pouco mais à frente, devemos ter o retorno de Manati, parado desde abril e com potencial de +7 mil boe/d; a conclusão da aquisição de Parque das Conchas, que pode trazer +6 mil boe/d; a abertura de novos poços em Papa-Terra, com +14 mil boe/d; e a implementação do sistema definitivo de produção em Atlanta.

A 3R está inaugurando um novo capítulo da sua história, com um portfólio mais robusto, de maior escala e mais potencial de crescimento. Entretanto, é provável que o mercado não “pague na frente” por isso. À medida que a companhia for executando é que poderemos ver a ação reagir melhor.

Negociando a 3,4x seu EBITDA estimado para 2025, mantemos recomendação de compra para RRRP3, presente em diversas carteiras da Empiricus Research.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.