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Quais ações da Bolsa mais se valorizaram em maio de 2023? Confira ranking das 10 maiores altas

No ranking, estão os setores de educação, aviação, saúde e até varejo; veja quais são comentadas pela Empiricus Research

Por Nicole Vasselai

01 jun 2023, 14:29 - atualizado em 01 jun 2023, 18:11

Quais ações da Bolsa mais se valorizaram em maio de 2023? Confira ranking
Imagem: Unsplash

Geralmente, maio é conhecido pelo famoso ditado do mercado “sell in May and go away” (venda em maio e vá embora, em tradução livre). Isso porque, historicamente, costuma ser um mês de queda para os mercados, já que, no Hemisfério Norte, é quando começa o período de férias e os investidores estariam menos compradores. No entanto, para a surpresa positiva do Brasil, maio foi muito bom para as ações do Ibovespa, que valorizou 3,74% no mês.

O índice fechou o período em 108.335 pontos e, no meio do caminho, chegou a encostar nos 110 mil pontos – o que não era visto desde o final de janeiro.

“A alta da Bolsa se deu muito por conta de fatores macros, como a aprovação do arcabouço fiscal, o alívio na inflação e a consequente perspectiva de queda de juro, que deve acontecer em setembro de 2023″, explica Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Além disso, olhando especificamente para as small caps, empresas de até R$ 5 bilhões de mercado, elas dispararam mais de 22% em maio.

Quais ações do Ibovespa mais subiram?

Olhando por setor, os destaques ficaram com educacionais, companhia aérea, incorporadoras e até de varejo, como você pode ver no ranking das ações que mais se valorizaram em maio:

RankingEmpresaTickerVariação (%)Cotação máxima
1YDUQS PARTICIPAÇÕES ONYDUQ3 73,28 14,07
2AZUL PNAZUL455,1616,85
3DEXCO ONDXCO350,258,85
4LOCAWEB ONLWSA346,917,66
5HAPVIDA ONHAPV344,573,99
6COGNA ONCOGN341,672,89
7ALPARGATAS PNALPA440,8910,44
8MRV ONMRVE340,0010,08
9VIA ONVIIA329,352,38
10BRF SA ONBRFS328,238,13

De todas essas ações do Ibovespa, as mais comentadas pela equipe de analistas da Empiricus Research são Hapvida (HAPV3), Alpargatas (ALPA4) e MRV (MRVE3).

Hapvida (HAPV3) negocia barato e tem melhor nível de sinistralidade

Hapvida é um case de saúde recomendado em algumas carteiras da casa de análise e subiu quase 45% em maio.

Segundo Fernando Ferrer, especialista em ações, depois de sofrer bastante com a deterioração da economia e de seus resultados, a companhia está em seu ponto de inflexão e negocia a múltiplos bastante atrativos, após o forte sell-off das ações nos últimos 12 meses (-50%).

Além disso, na avaliação do analista, os resultados do 1T23 de Hapvida vieram bons e indicam uma tendência de melhora para os próximos trimestres, depois de uma sequência de períodos ruins.

A receita líquida consolidada da companhia atingiu R$ 6,7 bilhões no período, alta de 12,8% em relação ao 1T22, e o Ebtida ajustado foi 62,3% maior, chegando a R$ 635 milhões.

A sinistralidade caiu 2,6%. Esse é um indicador que relaciona custo e prêmio para as operadoras de plano de saúde e é muito relevante para o setor em que Hapvida atua. Quanto menor esse índice, mais saudável e rentável se torna a operação da empresa.

“A companhia negocia hoje a um nível de valuation atrativo e tem o melhor nível de sinistralidade entre os players do setor, além de outras importantes vantagens competitivas”, resume Ferrer.

O OPA de Alpargatas (ALPA4) impulsionou os preços?

A Larissa Quaresma, analista da série Carteira Empiricus, falou recentemente sobre as ações de Alpargatas, dona da Havaianas, no programa Giro do Mercado.

Em maio, a companhia realizou uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 32 milhões de ações. Logo depois do anúncio, em 22 de maio, o preço do ativo disparou quase 17%.

Na visão do mercado o OPA poderia significar um primeiro passo para uma aquisição maior e possível deslistagem.

A MS Alpa Participações, veículo de investimento da família Moreira Salles, que já é uma controladora da Alpargatas, pagou R$ 10,50 por ação preferencial. O objetivo da MS era aumentar a participação societária em 5%.

No entanto, a recomendação de Larissa à época foi para ficar atento ao preço de tela antes de participar da operação para que o lucro valesse a pena. Para entender melhor o cálculo, você pode conferir esta matéria.

Esse movimento explica parte da valorização da varejista. A outra parcela da alta de 40% pode ter a ver com o fato de os resultados do primeiro trimestre da companhia indicarem uma melhoria operacional.

MRV (MRVE3) beneficiada pela volta do Minha Casa Minha Vida

A MRV, construtora muito conhecida por atender o segmento de baixa renda, também viu seus preços subirem 40% em maio.

De acordo com Caio Araujo, analista da série Renda Imobiliária, o movimento pode estar relacionado à retomada de incentivos do governo federal no programa habitacional Minha Casa Minha Vida em 2023 para incorporadoras. Além disso, a baixa do minério de ferro também pode ter contribuído positivamente.

No 1T23, os lançamentos da MRV totalizaram R$ 637 milhões de Valor Geral de Vendas (VGV), queda de 39% na comparação anual.

Além disso, a companhia chamou atenção para a elevação do ticket médio, que saltou 24,8% na comparação anual e 4,9% em relação ao 4T22. 

Ainda que os resultados tenham avançado um pouco, a MRV (Incorporação, Luggo e Urba) continuou com queima de caixa, na ordem R$ 208 milhões no primeiro trimestre.

No entanto, mesmo com a boa performance no curto prazo, a ação segue de fora das recomendações da Empiricus Research. “Temos uma visão neutra para o papel, ainda vejo certa dificuldade de recuperação das margens e, principalmente, desafios com o elevado endividamento da empresa”, explica o especialista.

Em vez de MRV, no segmento de incorporação, Caio Araujo prefere cases como Direcional (DIRR3) e Mitre (MITR3).

E clicando aqui você também pode acessar as 10 ações do Ibovespa recomendadas para investir em junho.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.