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Qual é o tempo ideal para avaliar o resultado de um fundo de investimento? Bruno Mérola, analista da Empiricus, responde

O especialista em fundos de investimento da Empiricus também criticou a simples superação do CDI como meta dos fundos e falou sobre as vantagens e desvantagens dessa classe de ativos

Por Equipe Empiricus

23 jan 2024, 13:21 - atualizado em 23 jan 2024, 13:30

Investir em fundos de investimentos há muito tempo deixou de ser um tabu para o brasileiro. Ao contrário disso, trata-se de uma das aplicações mais populares no dia a dia das pessoas, desde pequenos até grandes investidores.

Prova disso é que pelo menos uma opção de fundo sempre vai aparecer em qualquer sugestão de investimento realizada por consultores, desde os mais especializados ou até mesmo de uma agência bancária.

No Brasil, são mais de 27 mil fundos ativos, que já reúne cerca de R$ 7 trilhões, de acordo com dados da Anbima. Eles são divididos em cinco categorias:

  • renda fixa (mais popular);
  • ações;
  • multimercados;
  • cambial;
  • previdência;
  • e ETF, que tem a menor aplicação.

Com tantas opções e tanto dinheiro envolvido, o que é preciso saber para fazer o investimento certo? O que ninguém conta e que você precisa levar em consideração ao investir em um fundo?

Para responder essas e outras dúvidas, Thiago Salomão, CEO e fundador do Market Makers, conversou com o Bruno Mérola, chefe de análise de fundos de investimentos da Empiricus Research.

Qual a melhor janela de tempo para analisar resultados de fundos de investimentos?

Na entrevista, Mérola afirma que o desafio é sempre a busca pela resposta sobre os motivos dos resultados dos gestores dos fundos: é sorte ou é habilidade?

Ao analisar um fundo, ele recomenda não olhar apenas os retornos anuais, mas considerar os resultados superiores a 24 meses e também em intervalos diferentes. “Minha primeira dica para quem for analisar um fundo por conta própria, na parte quantitativa, é procurar os prazos mais longos possíveis”.

“No mercado de fundos, consistência é a palavra mais importante e menos falada”, afirma o chefe de análise de fundos de investimentos da Empiricus Research, destacando a consistência de retorno, de processo, de riscos e construção de portfólio.

Na Empiricus, Bruno Mérola lidera uma equipe especializada que faz contatos e análises de mais de 300 gestores de fundos. O resultado desse trabalho está na série “Os Melhores Fundos de Investimento”, relatório que disponibiliza conteúdo semanal também em vídeos, palestras e tira dúvidas para assinantes.

O ranking dos Melhores Fundos de Investimento conta com cerca de 80 fundos recomendados. De acordo com Mérola, é analisada sempre a estratégia do fundo dentro do contexto histórico do gestor e do próprio fundo. Assim, eventuais sugestões para desinvestimento são feitas muito mais pelo fato de o gestor fugir muito de suas motivações iniciais do que propriamente pelo desempenho de curto prazo.

“Quando apresentamos no nosso relatório três ou quatro motivos para se investir em um determinado fundo, esses motivos devem ser quebrados para a gente indicar a saída dele. O desempenho de longo prazo, nesse caso, é um dos motivos”, afirma.

Por que superar o CDI nem sempre é suficiente

Durante a live conduzida por Thiago Salomão, Bruno Mérola critica a simples superação do CDI como meta da maioria dos fundos existentes.

Para ele, um fundo de sucesso tem resultados consistentes ao longo dos anos. “Se você encontrar fundos multimercados que no longo prazo conseguem entregar CDI mais entre 3% a 6% ao ano está ótimo”.

Dentro desse tema, o custo para o investidor do fundo deve ser levado em consideração na análise.

Mérola explica que a média no Brasil é “2 por 20”: 2% de administração e 20% de performance sobre o que bateu o benchmark, o que ele considera ser alto.

“Para os melhores fundos essa métrica não é cara, mas para a maioria da indústria é caro, porque sua maior parte é formada por fundos ruins”. O chefe de análise de fundos de investimentos da Empiricus Research afirma que o histórico de retorno considerado ótimo de CDI mais entre 3% e 6% já está descontado os custos do investidor.

Na live, Bruno Mérola aponta as vantagens e desvantagens de investir em fundos:

Vantagens dos fundos de investimento

  • Gestão profissional
  • Escala – fundo consegue alocar de maneira menos custosa
  • Acesso – acesso a investimentos que a pessoa não conhece ou não consegue fazer por conta própria
  • Eficiência

Desvantagens

  • Custo – a pessoa está pagando para alguém fazer por ela. “O investidor brasileiro tem dificuldade com
    o custo por achar caro”.

Questionado por Thiago Salomão por dicas para quem quer investir em fundos, Mérola afirma que “ler as cartas dos gestores é uma das melhores coisas a se fazer” e também “acompanhar os gestores e a indústria, como em lives e conteúdos disponibilizados”.

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