Na última semana, conversamos com o time de Relações com Investidores da Raízen (RAIZ4), empresa subsidiária da Cosan (CSAN3), para entender o momento operacional da companhia e atualizar nossas perspectivas futuras para o negócio.
Em função do Cosan Day, realizado recentemente, no qual houve um painel dedicado para a Raízen, a conversa não trouxe grandes novidades, mas um importante reforço das mensagens positivas passadas no evento.
Produtividade agrícola
A prioridade número 1 da companhia segue no aumento da produtividade dos canaviais, um dos pilares da tese de investimentos.
A companhia tem executado um trabalho intenso de revisão e implementação de processos produtivos mais eficientes e na renovação dos seus canaviais para aumentar a sua produtividade.
Além dessas iniciativas, o regime de chuvas foi ótimo para os canaviais neste ano-safra. Com isso, a companhia superou cedo a sua meta de colher 83 toneladas por hectare para a safra 2025/26, atingindo uma colheita de 92 ton/hec entre abril e agosto. Uma excelente sinalização.
Nossa expectativa é que cerca de 80% dos canaviais estejam renovados até o final do ano safra atual (2023’24) e, com essa aceleração no nível de produtividade no último trimestre, não ficaríamos surpresos se o guidance de moagem de 80 milhões de toneladas para o ano safra fosse superado.
Apesar de ser um negócio de ciclo longo, no qual os resultados das iniciativas empregadas aparecem gradativamente, acreditamos que a companhia mostrou estar no caminho correto.
Açúcar e Renováveis
Na comercialização de açúcar, apesar do momento de altos preços da commodity influenciado pela redução nas exportações indianas e os impactos do El Niño, a companhia tem reduzido seu volume de venda por estratégia comercial. A expectativa é de que se abra uma janela ainda melhor para comercialização com uma redução ainda maior da oferta de açúcar global.
Em etanol, a companhia segue sustentando sua estratégia de segurar os estoques mais elevados para ultrapassar o cenário de preços mais pressionados. A expectativa é que abra uma janela mais favorável na entressafra de cana.
Já o etanol de segunda geração (E2G), prioridade número 2 da companhia, segue vista com otimismo pelos executivos e a principal avenida de crescimento da Raízen. Na visão da companhia, há uma demanda robusta pelo produto, principalmente no mercado externo.
A inauguração da sua segunda planta está agendada para os próximos dias, o que deve elevar em 82 mil m³ por ano a sua capacidade de produção de E2G. Até 2030/31, a expectativa é ter 20 plantas em operação.
Mobilidade
Conforme pontuamos nos comentários do segundo trimestre da Cosan, o momento para a vertical de mobilidade é desafiador há alguns trimestres. Entretanto, nossa visão é que o pior ficou para trás. Apesar de lenta, enxergamos espaço para uma recuperação do segmento.
No terceiro trimestre, com o diesel nacional mais barato que o importado, a Raízen, que tem uma cota grande de fornecimento da Petrobras, deve voltar a ganhar competitividade sobre os players que priorizaram o abastecimento via importação do diesel russo. Além disso, nos últimos dias a Rússia anunciou que cortará a sua cota de exportação de diesel, o que deve favorecer ainda mais a subsidiária brasileira da Cosan. Deve ser o início de uma inversão do que observamos no último trimestre fiscal da companhia.
Nossa avaliação para Raízen (RAIZ4)
O curto prazo ainda deve ser desafiador e com volatilidade nas ações, dado que, conforme colocamos, é um negócio de ciclo longo e afetado por muitas variáveis externas. Contudo, vemos um cenário mais benigno se formando para a Raízen, com as iniciativas implementadas nos últimos anos dando sinais positivos.
Negociando a 10 vezes os seus lucros para 2024, a Cosan (CSAN3), controladora da Raízen e nosso vetor de exposição à companhia sucroalcooleira, segue como uma recomendação da Empiricus Research.
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