De acordo com informações recentes, a Raízen (RAIZ4), subsidiária da Cosan (CSAN3), estaria em busca de um sócio estratégico para seu negócio de etanol de segunda geração (E2G), além de potenciais compradores para a rede Oxxo.
Segundo Larissa Quaresma, analista de ações da Empiricus Research, o objetivo principal dessas iniciativas seria levantar capital para reduzir a alavancagem financeira da holding. “Essa é uma medida que, se confirmada, pode trazer alívio significativo à estrutura de capital da companhia”, avalia.
Alto endividamento da Cosan continua pesando sobre a geração de caixa
Como Quaresma já havia destacado na análise dos resultados do 3T24, o endividamento da Cosan continua sendo um fator de pressão sobre sua geração de caixa.
No trimestre, a companhia destinou R$ 1,8 bilhão ao pagamento de amortizações e juros de sua dívida, enquanto os dividendos recebidos de suas subsidiárias somaram apenas R$ 343 milhões, o que, para a analista, “evidencia um descompasso preocupante”.
Plano da Raízen seria estratégico e positivo, diz analista
Embora a Raízen ainda não tenha se manifestado oficialmente sobre as negociações, Quaresma considera a possível concretização de qualquer uma dessas medidas como um passo estratégico e positivo. “O projeto de etanol de segunda geração, embora promissor em termos de retorno de longo prazo, demanda um Capex [investimentos em bens de capital] significativo para sua expansão”, analisa.
O plano atual da subsidiária prevê a operação de nove plantas até 2030, com um investimento estimado de R$ 1,2 bilhão por unidade, totalizando cerca de R$ 10,8 bilhões (com parte desse montante já executado nas duas plantas em operação e outras em construção).
“Dessa forma, uma parceria que divida os custos ou a alienação de ativos menos estratégicos, como a rede Oxxo, pode fortalecer o balanço da Cosan, garantindo maior sustentabilidade ao crescimento e viabilizando o avanço do projeto E2G sem comprometer ainda mais a saúde financeira da companhia”, explica Quaresma.
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Raízen avalia criar uma joint venture para os ativos E2G
A Raízen também estuda a criação de uma joint venture (JV) que consolidaria todos os ativos relacionados ao etanol de segunda geração (E2G), incluindo as duas plantas já em operação, em uma nova unidade de negócios dedicada exclusivamente a essa tecnologia.
“Com a entrada de um parceiro estratégico, a injeção de capital permitiria que as plantas existentes passassem a se autofinanciar com base em seus próprios lucros, reduzindo significativamente a necessidade de novos aportes por parte da companhia”, comenta a analista.
Adicionalmente, Quaresma também considera uma decisão acertada a possível venda da Oxxo, operação na qual a Raízen detém 50%, em parceria com a Femsa.
“Apesar de contar com mais de 500 mercados no Brasil, a contribuição dessa operação para o resultado consolidado da Raízen é insignificante, e o segmento apresenta um potencial limitado de crescimento estratégico. Além disso, a atividade não possui uma relação direta com o core business de Açúcar e Etanol, reforçando a lógica de sua alienação”, conclui.