Investimentos

Rali duradouro do Ibovespa? Indicadores recentes dão motivos para otimismo; entenda

Ibovespa acumula alta de 7,3% desde o início de abril, e há bons argumentos para acreditar que não deve parar por aí; confira

Por Equipe Empiricus

18 maio 2023, 16:46 - atualizado em 18 maio 2023, 16:46

Imagem representando o ibovespa futuro, mostrando um gráfico financeiro.

“Ao que parece, o rali do Ibovespa é o começo de uma movimentação mais longa”. Assim o fundador e estrategista-chefe da Empiricus, Felipe Miranda, definiu o recente movimento de alta da Bolsa brasileira. 

O principal índice da B3 acumula alta de 7,3% desde o início de abril. Apenas no mês de maio, o Ibovespa já subiu cerca de 4,8%, passando de 109 mil pontos. E não deve parar por aí. 

É claro que o caminho não será apenas de alta, sem a tradicional volatilidade da renda variável (em especial no Brasil).

Mas os indicadores dão espaço para o otimismo e para crer que 2023 pode ficar ainda melhor para os investidores da Bolsa.

Mais recentemente, os dados de vendas do varejo brasileiro mostraram um crescimento de 0,8% em março na comparação com fevereiro, e uma alta de 3,2% na comparação anual. 

O número foi bem acima dos 0,2% que eram esperados pelo mercado. “Foi uma diferença muito grande e isso já está catalisando uma série de revisões para o PIB brasileiro”, aponta Felipe. 

Essa revisão para cima no PIB reflete sobre o lucro corporativo. Alguns bancos e casas de análise, inclusive, apontam para o crescimento de 1,5% no produto interno bruto brasileiro. “Isso é um dos grandes catalisadores para a alta de preço do Ibovespa”, afirma o analista.

Arrefecimento da inflação corrobora com expectativa pela queda dos juros

Um outro indicador positivo de ontem foi o Índice Geral de Preços (IGP-10), que apresentou o maior recuo dos últimos 30 anos: 1,53%.

O número reforça a desaceleração da inflação e corrobora com a expectativa do mercado de uma queda dos juros no segundo semestre, o que, historicamente, é extremamente positivo para os ativos de risco. 

“O Ibovespa saiu de 102 mil para 109 mil pontos muito em função desse prognóstico da questão fiscal, que abre espaço para um afrouxamento monetário ao longo do segundo semestre”, explica Felipe.

É claro que uma andorinha só não faz verão. Não só o Brasil deve cortar a Selic no segundo semestre, como já é consenso que o banco central norte-americano, Fed, encerrou na última reunião seu ciclo de alta da taxa. A inflação por lá também começa a arrefecer, com números melhores que o esperado pelo mercado.

Historicamente, queda dos juros traz um movimento de alta do Ibovespa

Segundo levantamento feito pela Trivariate Research desde 1986, a classe mais beneficiada pela interrupção do ciclo de alta da taxa básica de juro nos EUA é de ações de países emergentes, como é o caso do Brasil.  

Nos três meses imediatamente subsequentes à pausa no aperto monetário norte-americano, a categoria oferece em média, nesse intervalo de tempo histórico, um retorno trimestral de 6,40%. 

Na sequência, aparecem as ações europeias, com uma alta trimestral média de 4,70% e, então, as ações nos EUA, com 3,90%. Sobre o Brasil especificamente, o gráfico da gestora Brasil Capital demonstra com clareza a correlação histórica entre juros e inflação.

Ibovespa x Selic

Os dados deixam claro: historicamente, as quedas de taxa de juros estão associadas ou antecipam a valorização das bolsas.

Como se não bastasse, o Ibovespa está barato e abaixo da média histórica em termos de múltiplos. Isso, aliado ao arcabouço fiscal que, embora longe do ideal, afasta risco de ruptura e traz segurança, reduz os prêmios de risco ligados aos ativos brasileiros. 

“Isso se soma a uma posição técnica bastante favorável. A alocação de hedge funds e pessoas físicas em Bolsa segue muito baixa, enquanto níveis de short beiram máximas históricas. Parte do rali recente do Ibovespa esteve associada à cobertura de posições vendidas, além, evidentemente, de uma melhora objetiva nos fundamentos”, analisou Felipe no último relatório da série Palavra do Estrategista

É claro que o Brasil – e o resto do mundo, especialmente as economias desenvolvidas – ainda tem desafios a enfrentar. 

No entanto, considerando que a melhoria da ancoragem fiscal, dos dados de inflação e a expectativa pela queda dos juros já foram suficientes para um rali recente, não seria surpresa a sequência de alta ao longo do ano.

“Levando em conta o valuation das ações brasileiras, pequenas melhorias podem ser o suficiente para indicar uma possível alta”, acredita o analista.

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