O ano de 2022 tem sido desafiador para os mais diversos setores da economia brasileira. A Randon (RAPT4), montadora e comercializadora de autopeças, não escapou das dificuldades.
Não é novidade que o ambiente macroeconômico global não está lá muito atrativo, e a escassez de semicondutores contribuiu para a desaceleração da produção e vendas da companhia no 2T22.
Considerando ainda os preços mais estabilizados e custos em processo de atualização, as margens acabaram pressionadas.
Apesar disso, os analistas da série Carteira Empiricus esperam resultados positivos nos resultados do 3T22 da companhia, que serão divulgados no dia 10 de novembro. Nossa, como assim?
Para o terceiro trimestre, espera-se que a falta de sintonia entre preços e custos, mencionada anteriormente, se normalize. Desta forma, uma recuperação das margens será possível.
Os números de receita líquida consolidada divulgados pela empresa também já mostram um bom crescimento nos meses de julho (+16,8%) e agosto (+28,7%), em comparação com o ano de 2021. A partir daí já se pode esperar por mais crescimento ainda neste 3T22.
Confira o desempenho e as expectativas das linhas de negócios
Para as diferentes linhas de negócios, destacam-se desempenhos e expectativas diferentes. São elas a Montadora, a linha de Autopeças de Veículos Comerciais e a linha de Controle e Movimento.
A primeira, que produz e comercializa diversos modelos de semi reboques, vagões ferroviários e peças para reposição, foi responsável por 37% da receita consolidada do grupo no 2T22. Mas, mesmo com um ritmo de vendas forte e maleável, esta linha da montadora deve seguir impactada pelo menor volume de produção de caminhões, em função da escassez de semicondutores e menor demanda frente à incerteza econômica.
Já a linha de Autopeças de Veículos Comerciais, produz e comercializa sistemas de freios, eixos e suspensões, sistemas de acoplamento, eletromobilidade, fundição e usinagem, dentre outros. No 2T22 foi responsável por 32% da receita consolidada do grupo.
O volume de vendas da linha se manteve ao longo do ano. As margens, que acabaram pressionadas no último trimestre em função do descasamento entre preço e custo, devem ser recompostas em função da estabilização já mencionada.
Por fim, a linha de Autopeças de Veículos Comerciais, que surgiu neste ano e tem no portfólio materiais de fricção, componentes para sistemas de freio, suspensão, direção, etc.
Com volumes crescentes e ganhos de margem, o segmento que virou uma linha específica foi responsável por 25% da receita consolidada no 2T22. Os bons resultados são fruto do mercado de reposição interno aquecido devido à baixa disponibilidade de veículos novos e à forte demanda do agronegócio.
No mercado externo, mesmo com incertezas, a demanda norte-americana seguiu firme e a Randon alcançou bons níveis de vendas. Com um cenário sem grandes alterações desde o 2T22, apesar dos desafios, os analistas esperam que a boa performance da linha se mantenha no segundo semestre do ano.
Em resumo, o que pode-se esperar de RAPT4?
Em resumo, o resultado consolidado de Randon até o momento foi a linha de Autopeças e Controle de Movimentos andando bem, com destaque para o segundo. O segmento da Montadora foi mais impactado pelo cenário macroeconômico, mas ainda entregou resultados satisfatórios.
E é dessa forma que a companhia deve se manter até o final do ano.
Para o 4T22 é esperada uma queda considerada normal para o período, em função das férias e, excepcionalmente neste ano, da Copa do Mundo.
Apesar do cenário complexo, o portfólio vasto de RAPT4 e sua diversificação geográfica devem contribuir para um bom resultado.
Ao analisar o panorama do ano completo, os analistas estimam que a Randon deverá atingir pelo menos o meio do guidance de lucro operacional, entregando uma margem Ebitda de 14,5%.
Negociando a 6,3 vezes os seus lucros para 2023, o que representa um desconto de 55% em relação a sua média histórica dos últimos 5 anos, Randon (RAPT4) segue barata e compondo o Book de Ações.