Na contramão dos demais ativos de risco que sofreram no último mês, o Ifix, principal benchmark brasileiro de fundos imobiliários, encerrou setembro em alta de 0,2%. É o sexto mês consecutivo do índice no positivo, que já acumula rendimento de 12,28% em 2023.
Se para o Ifix o ano tem sido bom, para a carteira de 5 ideias mensais de fundos imobiliários, feita pela Empiricus Research, é ainda melhor. Desde que foi criado, em março, o portfólio trouxe retorno de 19,3% para os investidores.
Em setembro, a valorização da carteira foi tímida, de 0,02%. O analista de fundos imobiliários da Empiricus, Caio Araújo, explica que, embora os FIIs sofram menos com o cenário macroeconômico global em comparação a outros ativos de risco, o ajuste na curva de juros brasileira influenciou na precificação dos fundos.
“Os fundos imobiliários não estão fora dessa caixa [da renda variável], por mais que estejam há seis meses em alta. O contexto macro tende a prevalecer nesse curto prazo. Nos próximos dias provavelmente vamos ter um pouco de volatilidade não só no índice como um todo, mas especialmente nas classes de tijolo, que são um pouco mais sensíveis. Mas nossa perspectiva de médio e longo prazo segue favorável”, apontou.
Com base no cenário atual, em que a alta dos treasuries norte-americanos tem afetado os ativos de risco, o analista alterou a carteira em busca de uma alocação mais adequada para o momento.
Sai BCFF11, entra RBRR11
Para as cinco ideias de outubro, o analista substituiu as cotas do BTG Pactual Fundo de Fundos (BCFF11) pelas do RBR Rendimento High Grade (RBRR11).
“Seguimos gostando bastante do BCFF11 em termos de gestão e de liquidez do ativo, mas após sete meses de recomendação e com retorno de aproximadamente 25%, achamos plausível uma mudança mais voltada para o conservadorismo. Os FoFs são mais sensíveis às mudanças de mercado”.
Com a alteração, o peso dos FIIs de crédito na carteira subiu para 40%.
“Fizemos esse ajuste voltado para o crédito neste final de ano. Por conta dessa correção monetária ainda discreta em cima dos rendimentos, esses fundos têm uma breve janela de oportunidade e por isso fizemos esse movimento”, afirmou.
O RBRR11 é um fundo imobiliário de crédito high grade, com mais de 40 Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) no portfólio. “O FII teve um breve recuo nas cotas e hoje negocia a 95% do valor patrimonial”.
Recentemente, o FII realizou uma emissão de cotas no valor de R$ 180 milhões para incorporar o RBR CRI (CCRF11), fundo de crédito gerido anteriormente pela Canvas Capital.
“É uma aquisição muito próxima em termos de portfólio. Isso tende a aumentar marginalmente a rentabilidade do fundo e nesse patamar de preço, considerando que a gente tem um risco de crédito baixo relativo ao mercado e um nível de rentabilidade média de IPCA+ 7% ao ano, conseguimos chegar numa TIR líquida de 3 anos na casa de 12,8% a 13% ao ano, o que consideramos uma oportunidade”, afirmou.
Kinea Securities (KNSC11) segue no portfólio de fundos imobiliários
Outro fundo destacado pelo analista é o KNSC11, que teve o melhor desempenho da carteira em setembro – cerca de 2,15%.
O fundo também é de crédito, com cerca de 60% de exposição em IPCA+ e o restante em CDI+.
“É um fundo que está descontado em relação a alguns pares e ainda segue como opção de dividendos bem interessante. Normalmente em pregões de início de mês observamos um ajuste de posição e o fundo caiu um pouco, então vejo como uma oportunidade muito parecida com a que víamos há um pouco mais de um mês”, avaliou.
Além dos dois fundos imobiliários de crédito citados, a carteira de 5 ideias para outubro é composta por mais três FIIs de tijolo.
Você pode acessar gratuitamente o relatório completo com as teses em cada ativo e o peso de cada um no portfólio neste link ou no botão abaixo.