Na mais recente live promovida pela Empiricus Gestão, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, e time de analistas discutiram o cenário enfrentado pela família de fundos da gestora no mês de junho, bem como as perspectivas para o semestre que se inicia.
Novamente, o destaque do período foi para os fundos Global e Global Equities, que se sobressaíram entre os melhores desempenhos e fecharam o mês com rentabilidade de 6,91%, e 9,82%, respectivamente.
Desafios e perspectivas para os multimercados
Na live, Bruno Mérola, analista da Empiricus, destacou que “junho foi mais um mês que não foi muito bom para a média das classes de ativo”, e enquanto “julho está sendo bom, está até compensando em parte”.
Ele destacou que, “aqui no Brasil, o grande tema continua sendo a política fiscal, a comunicação do governo, as incertezas relacionadas à política do Banco Central” e mencionou a manutenção da Selic em 10,5% como um ponto relevante.
Complementando, Yasmin Orozimbo, também analista da Empiricus, ressaltou que a Bolsa Brasileira fechou junho em alta de 1,48%, mas ainda acumula uma queda de -7,66% no ano.
Para embasar a análise do mercado, Mérola apresentou uma análise detalhada sobre a percepção do mercado baseada em uma pesquisa realizada com 42 gestores de fundos multimercados no início do mês de julho.
A pesquisa não trouxe grandes mudanças em relação ao mês anterior. No entanto, uma mudança significativa foi a posição comprada em real contra dólar, que “teve uma capitulação, uma desistência”. Muitos gestores desfizeram essa posição e passaram para a ponta contrária, conforme o analista comentou: “A gente pode até questionar se o timing foi bom ou foi ruim. Eu acredito que não foi bom, dado que você fez isso depois do mal para o dólar”.
Outro ponto abordado foi a percepção dos gestores sobre a inflação no Brasil, que aumentou negativamente, indicando uma expectativa de maior inflação. Os juros nominais foram reduzidos em junho, mas “juros reais continuam a ser, talvez, a posição mais relevante que os gestores têm carregado”.
Além disso, o uso de risco pelos multimercados aumentou, com “43% dos gestores falando que estão com mais da metade do risco”. No entanto, a indústria de multimercados ainda enfrenta resgates significativos, um reflexo do desempenho insatisfatório dos fundos nos últimos anos.
Sobre o crédito privado, Mérola mencionou que não houve mudanças nos spreads de crédito, que se mantiveram estáveis. Ele ressaltou que “o fluxo dos investidores foi bastante para crédito neste primeiro semestre do ano”, mas que é necessário cautela com produtos de crédito devido ao risco envolvido.
Em relação às ações, a performance dos gestores ainda deixa a desejar. Mérola observou que, “geralmente, quando a bolsa cai, como está acontecendo no ano, eles até conseguem ter uma posição um pouco menos negativa do que a bolsa, mas o movimento menos negativo ainda é negativo.”
Ao concluir, o analista afirma que “a indústria ainda está muito difícil, acredito nas conversas com os gestores, nas nossas análises, que isso continua sendo um movimento temporário, mas aquele temporário longo, chato“, mas que a equipe continua diligente nas carteiras, realizando movimentações relevantes.
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Fundos Globais permanecem no pódio de valorização
Os fundos Global e Global Equities se destacaram em junho novamente, registrando desempenhos notáveis de 6,91% e 9,82%, respectivamente, graças à diversificação estratégica e à exposição a ações globais de alto desempenho.
O fundo Global, estrategicamente posicionado em renda fixa, ações, commodities e alternativos, conseguiu capturar oportunidades em diversos mercados globais, enquanto o Global Equities aproveitou o cenário internacional favorável, especialmente nos Estados Unidos.
Além desses, destacam-se os resultados positivos dos fundos Blend (1,93%), Nova Superprevidência (0,61%), Superprevidência Conservador (0,68%) e Superprevidência Multimercado (0,58%).
Entre os fundos que fazem parte da família, os destaques ficaram para o Brasil Capital, que rendeu 2,25%, impulsionado por posições em imobiliário, shopping e tecnologia. O Trígono, focado em small caps, rendeu 1,93%, principalmente devido a suas posições em agronegócios e indústria.
Além disso, a exposição no Vitreo Dólar também foi favorável. O fundo fechou com 6,99% aproveitando o cenário resiliente nos Estados Unidos, com um desempenho forte tanto para o índice quanto para a moeda.
Yasmin destacou que “fazia um tempo que a gente não via um fundo de renda variável sendo destaque positivo no multiestratégia. Sempre era renda fixa ou cripto. Nesse mês a gente teve dois fundos de renda variável” e mencionou o Dahlia Total Return e o Dynamo como exemplos.
Movimentações estratégicas nos FoFs
Rafaela Ribas, analista da Empiricus, detalhou as recentes movimentações realizadas nas carteiras dos FoFs da Empiricus Gestão no mês de junho, evidenciando as estratégias adotadas para otimizar o desempenho dos portfólios.
Foram adicionados dois fundos à carteira Novas Ideias: o Clave Equity Hedge e o Icatu Vanguarda Igaraté. Em contrapartida, houve a retirada do fundo Studio Long Bias da mesma carteira, devido a mudanças internas na gestora, com o percentual alocado temporariamente em caixa.
Outro ajuste importante foi a saída do fundo Absolute Alpha Global da carteira Melhores Fundos Multimercados, dando espaço para o Harvester Long Short. No fundo, foi incluído o Ibiuna Head ST Plus, substituindo o Ibiuna Head ST, menos alavancado, e o Absolute Vertex. Além disso, o SPX Raptor foi retirado devido ao tamanho da posição, que estava dificultando o rebalanceamento adequado.
Essas movimentações refletem a estratégia contínua da Empiricus Gestão em ajustar e otimizar suas carteiras, respondendo às mudanças do mercado e buscando sempre as melhores oportunidades de investimento para seus clientes.
Para conferir todos os detalhes dos resultados e perspectivas dos analistas, assista à transmissão completa no vídeo abaixo.