Na semana passada, o texto da reforma tributária foi aprovado pela Câmara dos Deputados, que agora tramita no Senado. Dentre as mudanças propostas, está a isenção ou redução de impostos para alguns segmentos, em especial para o de alimentação. Para Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, principalmente os frigoríficos, supermercados e atacarejos podem ser beneficiados, como Assaí Atacadista (ASAI3), presente nas carteiras recomendadas pela casa de análise.
O texto traz alguns regimes especiais que podem favorecer esse setor:
- Redução de 60% nos produtos ligados ao agronegócio, saúde, Educação, medicamentos, entre outros;
- Redução de 100% de imposto sobre frutas, legumes e verduras;
- Isenção de imposto dos produtos ligados a cesta básica.
“Dificilmente o Senado vai reverter essas medidas, uma vez que é bom para as classes mais baixas e favorece também as empresas que atuam no setor alimentício”, afirma Ferrer.
Em relação aos itens de cesta básica, o analista lembra que eles já carregam uma alíquota menor. A mudança, portanto, não traria uma melhoria brusca nesse sentido, mas, na visão dele, não deixa de ser interessante para aumentar o volume de vendas e o faturamento de companhias como Assaí.
Inclusive, para Ferrer, Carrefour, Minerva, BRF são outros cases que podem se dar bem com essa novidade.
“O próprio fato de os produtos do varejo ficarem mais baratos com a reforma pode ajudar também a melhorar o acesso ao crédito e o poder de compra do consumidor. Ele vai conseguir comprar tanto no supermercado quanto em alguma outra loja do varejo, então não deixa de beneficiar o setor como um todo”.
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Benefícios podem ser repassados para os investidores?
Para Ferrer, no longo prazo quem investe em ações ligadas a alimentação tende a ver seus preços valorizarem. Isso porque as companhias conseguiriam ter margens melhores e vender produtos mais premium, o que desemboca em um lucro maior.
“Basicamente, as ações acompanham o lucro da empresa, então, se ele andar, elas andam também”, explica.
Falando especificamente de Assaí: quais as perspectivas?
“O business de Assaí, em si, por ser atacarejo, é bastante resiliente. É difícil você ver uma variação de faturamento como a gente vê num varejo mais cíclico“, diz o analista.
Em relação à performance de ASAI3 na Bolsa, em 2022 as ações caminhavam bem, mas este ano os papéis caem 31% até o momento em que esta matéria é escrita.
Segundo Ferrer, a queda está associada às dúvidas que passaram a permear o mercado em relação ao futuro da companhia. “O controlador saiu da companhia e também tem o cenário de desinflação, que tende a reduzir, no curto prazo, o faturamento dela”.
Agora, em sua visão, as perspectivas são bastante positivas, conforme já havíamos pontuado nesta outra matéria. “Apesar da taxa de juros ainda estar elevada, por mais que deva cair em breve, a companhia decidiu reduzir seu plano de expansão e está convertendo bastante loja Extra que ela havia comprado no ano passado, então isso garante um crescimento de faturamento. E, agora, para somar a esses pontos, o benefício da isenção da cesta básica pode beneficiar Assaí ainda mais”.
Nesse contexto, o analista acredita que o ativo possa se valorizar no segundo semestre, principalmente diante do valuation atual do papel.
Para assistir à entrevista completa de Fernando Ferrer para o Giro do Mercado, clique aqui: