Imagem: iStock/Zorica Nastasic
Na edição de setembro do Clube de Multiplicação Patrimonial, o tema foi o crescente interesse em relógios de luxo como uma alternativa de investimento. Caio Mesquita, CEO da Empiricus, conduziu o encontro ao lado de Fábio Anderaos de Araujo, especialista em relojoaria e conhecido como ‘The Mechanical Watch’.
Com vasta experiência no mercado financeiro e um profundo conhecimento sobre o universo dos relógios, Fábio trouxe insights valiosos sobre como essa classe de ativos tem se destacado nos portfólios dos investidores de alto patrimônio.
Investimentos além dos mercados tradicionais e o fascínio pelos relógios de luxo
Caio Mesquita abriu a live explicando o objetivo do encontro: discutir como o mercado de luxo, em especial os relógios, pode ser uma alternativa viável de diversificação de investimentos.
“Quando falamos em diversificação patrimonial, logo pensamos em renda fixa, renda variável, fundos. Mas muitos investidores também olham para ativos escassos e de luxo, como vinhos ou relógios, que combinam prazer pessoal com a possibilidade de valorização futura“, destacou.
Segundo ele, essa estratégia tem atraído investidores que buscam unir suas paixões pessoais com oportunidades de ganho financeiro.
Fábio Anderaos, com décadas de experiência no mercado financeiro e uma paixão que remonta à sua adolescência, trouxe à tona o charme e o fascínio por trás dos relógios mecânicos. Ele relembrou seu início no universo da relojoaria, quando, ainda jovem, trabalhava em uma loja no centro de São Paulo e começava a estudar catálogos das grandes marcas como Patek Philippe e Audemars Piguet.
Durante a live, Fábio detalhou as quatro principais categorias de relógios de luxo, explicando que os vintage (anteriores a 1993) e os pré-owned (usados pós-1993) são os mais valorizados. Ele destacou ainda os ‘new old stock’, peças antigas nunca usadas, e os novos.
“Relógios vintage têm uma história e uma raridade que os tornam muito atraentes para colecionadores e investidores. São como obras de arte, que vão ganhando valor com o tempo”, explicou.
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As quatro gigantes que dominam o mercado, favorecido pela pandemia
Quando o assunto são as marcas de maior prestígio, Fábio não hesitou em apontar as quatro gigantes que dominam o setor: Rolex, Patek Philippe, Audemars Piguet e Richard Mille.
“A Rolex, por exemplo, é a marca mais organizada do mundo. Eles produzem cerca de 800 a 900 mil relógios por ano e vendem tudo. A demanda é sempre maior que a oferta, o que eleva o valor desses itens no mercado secundário”, destacou Fábio.
Ele explicou que, ao longo da pandemia, houve um boom na valorização dos relógios de luxo, resultado das limitações de consumo impostas pelo isolamento. Sem poder viajar ou frequentar eventos, muitos consumidores de alto poder aquisitivo voltaram sua atenção para bens duráveis e de luxo.
“A pandemia impulsionou a compra de bens de alto valor, como relógios e carros de luxo, elevando significativamente os preços“, disse Fábio.
Valorização e liquidez de relógios de luxo dependem de autenticidade e manutenção adequada
Uma questão importante levantada por Caio Mesquita foi sobre a autenticidade dos relógios de luxo, tema que Fábio prontamente abordou. Ele alertou para o mercado de falsificações, que se tornou muito sofisticado.
“Hoje em dia, algumas falsificações são quase perfeitas. Em modelos como o Rolex Submariner, você só percebe que é falso se abrir o relógio e verificar o mecanismo”, afirmou.
Por isso, Fábio recomendou sempre adquirir relógios de fontes confiáveis e com a documentação completa, incluindo caixa e certificado de autenticidade. Ele também mencionou a Chrono24, a maior plataforma global de compra e venda de relógios de luxo, como um ambiente seguro para transações desse tipo.
“A Chrono24 tem um catálogo com cerca de 500 mil relógios, e eles verificam a certificação dos produtos, o que dá mais segurança ao investidor”, explicou.
Outra pergunta frequente entre os participantes foi sobre o impacto do uso contínuo no valor dos relógios de luxo. Fábio respondeu que, embora o uso possa provocar uma leve desvalorização, isso ocorre de forma muito mais lenta do que em outros bens, como carros.
“Relógios, se bem conservados, praticamente não perdem valor. A manutenção regular é essencial para garantir que o relógio continue funcionando perfeitamente e, assim, manter seu valor no mercado”, disse.
Ele mencionou que marcas como Rolex e Patek Philippe oferecem serviços de manutenção especializados, que, embora caros, são fundamentais para preservar a qualidade dos relógios.
“Uma manutenção em um Rolex pode custar cerca de 900 euros, mas vale a pena para garantir a longevidade e a precisão da peça“, afirmou.
Um mercado global e em expansão: o relógio certo no momento certo
O mercado de relógios de luxo não se limita aos consumidores ocidentais. Durante a live, Fábio destacou o crescimento da demanda na Ásia, especialmente na China e na Índia.
“Nos últimos anos, a China se tornou o maior mercado consumidor de relógios de luxo, e agora a Índia começa a seguir o mesmo caminho. Com o crescimento econômico e o aumento do poder aquisitivo nesses países, a demanda por marcas como Rolex e Patek Philippe só tende a aumentar”, comentou.
O consenso entre os participantes durante a live foi claro: relógios de luxo são mais do que simples acessórios. Eles são peças que combinam tradição, história e tecnologia, e, para os investidores certos, podem se tornar ativos altamente valorizados.
“Investir em relógios de luxo exige conhecimento e paciência, mas o retorno pode ser significativo”, concluiu Fábio.
Com o crescente interesse global e a busca por exclusividade, os relógios de luxo continuam sendo um mercado de nicho promissor para quem busca diversificar seus investimentos de maneira inteligente e apaixonada.
Conheça o Clube de Multiplicação Patrimonial
Liderado por Caio Mesquita, CEO da Empiricus, o Clube foi criado para unir as melhores oportunidades para multiplicar patrimônio. Duas vezes por mês, Caio recebe convidados especiais para falar sobre negócios, empreendedorismo e mercado de luxo. Já participaram de encontros nomes de peso como:
- Caito Maia, CEO da Chilli Beans e especialista em franquias
- Pierre Schurmann, CEO da Nuvin e investidor de mais de 300 startups
- Michel Wurman, head de real estate da BTG Pactual
- Rodrigo Maliza, CEO da Cellar Vinhos
