Renda extra: 2022 pode ser o ano dos dividendos?

O mercado segue turbulento. O mundo enfrenta uma crise causada por um emaranhado de fatores. Estão em jogo a inflação e a alta de juros nos Estados Unidos, o início do aperto monetário em outros países desenvolvidos, incluindo a Europa, as incertezas na China em relação ao controle da Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Outras crises ou períodos complexos foram rotulados como 2008, o ano da crise do subprime. Recentemente, 2019, foi o ano da guerra comercial entre Estados Unidos e a China; depois 2020, foi chamado de o ano da pandemia e 2021, o ano da esperança pela retomada. E 2022? Não há um nome específico para classificá-lo…

Embora existam desafios, olhando para o lado cheio do copo, há oportunidades para aproveitar na Bolsa. Sem dúvida, há ativos descontados em ponto de entrada.  

Rodolfo Amstalden, sócio-fundador da Empiricus, e os analistas Richard Camargo e Ruy Hungria, que conduzem a série Vacas Leiteiras, têm uma visão otimista. Para eles, 2022 será o ano dos dividendos. “Em meio a tantas notícias ruins, nós podemos dizer que estamos animados para o restante do ano”, diz Rodolfo.

No radar: dividendos gordos

Existe uma lógica por trás do ‘ano dos dividendos’.

Trata-se de nova dinâmica. A excessiva liquidez financeira está sendo ‘enxugada’ no mundo. A trajetória de alta das taxas de juros altera a dinâmica das economias e tem levado a uma rotação dos portfólios globalmente. 

O capital fácil e abundante que irrigava as startups, fintechs e projetos ousados ficou para trás.

Com o ciclo de aperto monetário, as ações de techs e cases de growth sofrem. Como buscam crescimento de receitas e lucros em um horizonte mais amplo, quando os juros sobem – ao se trazer os fluxos de caixa dessas empresas a valor presente, o efeito é negativo nos seus valuations.

Por isso, os investidores e agentes do mercado têm preferido o value investing, isto é, ações baratas de companhias de qualidade, com boa capacidade de execução. “Eles procuram empresas que já dão lucro e possuem fluxos de caixa previsíveis”, destacam os analistas.

Empresas boas pagadoras de dividendos

Como regra, para ser boa pagadora de dividendos, uma companhia precisa ter capacidade de gerar lucro.

Mais do que isso: é fundamental a consistência de resultados ao longo do tempo.

E, logicamente, é necessário avaliar caso a caso, considerando fatores como eficiência da gestão, baixo endividamento e qualidade da governança.

Mas, alguns números mostram desempenho positivo no ano entre companhias que costumam distribuir proventos polpudos.

Por exemplo, no acumulado de 2022 até 27 de maio, o Índice Pacer US Cash Cows 100, que compila cem das maiores pagadoras de dividendos dos Estados Unidos, subia mais de 8%, enquanto S&P caia 14,86% e o Nasdaq recuava 24,96%.

Aqui no Brasil, o DIVO11, ETF que segue o índice de dividendos da B3, sobe praticamente 8 pontos percentuais acima do Ibovespa em 2022:

Vacas Leiteiras

Os analistas da Empiricus estudam profundamente o mercado e as companhias para escolher as ações com grande potencial de distribuição de proventos.

Hoje, a carteira conta com 13 ações chamadas ‘vacas leiteiras’, que já entregam excelentes dividendos, e 2 bezerras, empresas em transformação com altíssimo potencial de se tornarem vacas adiante.

Confira algumas boas pagadoras de dividendos:

Ações	Dividend Yield/ 2022	Dividend Yield /2023
Banco do Brasil (BBAS3)	9,74%	11,37%
Vale (VALE3)	11,80%	11,82%
Petrobras (PETR4)	29,13%	21,77%
Cyrela (CYRE3)	9,00%	9,71%

Portanto, como você viu, são retornos dos dividendos bastante atrativos.

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