Iniciamos uma semana de divulgação de diversos indicadores econômicos importantes e reuniões de alguns dos principais bancos centrais ao redor do mundo.
No Japão, o Banco Central (BoJ) decepcionou novamente os agentes de mercado que esperavam uma mudança significativa de política monetária. Apesar das revisões para cima das estimativas de inflação, a autoridade monetária manteve um discurso brando (dovish). Como resultado, o iene depreciou mais de 1%, na contramão das demais moedas desenvolvidas.
Na Europa, o PIB do terceiro trimestre (que ficou abaixo do esperado) sofreu uma revisão para cima na leitura anterior. Já os dados preliminares consolidados de inflação da zona do euro ficaram abaixo das estimativas para o mês de outubro, em linha com as surpresas baixistas de inflação na Alemanha e na Espanha divulgadas ontem (30).
Ainda hoje pela manhã, nos EUA, o índice de custos de emprego (employment cost index) apresentou alta de 1,1%, acima das expectativas de 1% para o terceiro trimestre do ano. Apesar de defasado, esse indicador é observado de perto pelo banco central americano e continua indicando um mercado de trabalho bastante apertado por lá.
Vale ainda destacar que o Tesouro Americano reduziu a estimativa de endividamento de US$ 852 bilhões para US$ 776 bilhões no quarto trimestre deste ano. Contudo, a projeção ainda representa um valor recorde para o período, cerca do dobro do mesmo período do ano anterior.
Por isso, amanhã (1), além da reunião do Fed, em que o mercado não espera nenhuma mudança das taxas, o anúncio dos planos de financiamento para o próximo trimestre do time liderado por Janet Yellen será acompanhado de perto pelo mercado.
Passando para o Brasil, o IBGE divulgou na semana passada o IPCA-15 referente ao mês de outubro. O indicador de preços veio marginalmente acima das estimativas de mercado, porém, com uma composição positiva.
Os grupos de bens duráveis e semiduráveis ficaram em linha com a última leitura, enquanto os itens não-duráveis continuaram mostrando deflação. As surpresas altistas ficaram concentradas em itens voláteis como passagens aéreas, o que reduz as preocupações em relação ao número cheio ter superado a mediana das estimativas dos economistas.
Por outro lado, o grande destaque positivo foi a redução da inflação de serviços subjacentes. A média de três meses anualizada e dessazonalizada vem mostrando tendência de queda consistente do núcleo de serviços, o que garante espaço ao banco central para continuar entregando os cortes de 50 pontos-base na Selic nas próximas reuniões.
Após a divulgação do IPCA-15, os juros recuaram e o real entregou a melhor performance entre os pares no dia. Contudo, desde a última sexta-feira (27), passamos para o outro extremo.
No último pregão da semana passada, após o presidente Lula afirmar que a meta fiscal não precisa ser zero em 2024, os ativos brasileiros passaram a performar muito aquém do otimismo externo. Na segunda-feira (30), o Ibovespa caiu 0,68%, o real depreciou, enquanto os DIs chegaram a abrir mais de 30 pontos-base, dada a falta de compromisso do governo com as diretrizes fiscais apresentadas no primeiro semestre deste ano.
Desautorizado pelo presidente Lula, o Ministro Haddad parece isolado na tentativa de manutenção da meta de déficit zero em 2024. Segundo a imprensa local, o governo não pretende enviar ao Congresso uma proposta de modificação da meta prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias, contudo, a discussão de alteração segue no Executivo.
Nesta manhã (31) ainda, os jornais falam em uma possível mudança para um déficit de até 0,25% do PIB, o que poderia chegar a 0,5% considerando a margem de manobra de 0,25 ponto percentual prevista no novo marco fiscal. De acordo com o relatório Focus divulgado semanalmente pelo Banco Central, o número ainda seria mais otimista do que o mercado tem esperado, que é de 0,78% do PIB.
Considerando, portanto, o cenário benéfico de inflação doméstica, um recente arrefecimento das taxas de juros nos EUA, e uma alteração de meta fiscal aquém das estimativas dos economistas, entendemos que a curva de juros brasileira precifica hoje algo bem próximo do pior cenário de Selic terminal. Por isso, continuamos gostando dos títulos prefixados nesses níveis.
SAIBA MAIS: Alternativa aos CDBs é quase “imune” à queda dos juros e oferece retornos de até IPCA + 9,92% ao ano
Veja o cardápio de títulos de renda fixa desta semana
Características do LCA prefixada do Banco BTG | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Empiricus Investimentos |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | Até o final do estoque |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 30/04/2025 (547 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 9,79% |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
A taxa líquida da LCA do Banco BTG Pactual equivale a uma taxa bruta de 11,87% ao ano.
Características do CDB prefixado Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 22/10/2025 (722 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 11,70% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Características do CDB prefixado Banco Sofisa | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Sofisa |
Aplicação mínima | R$ 1,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 31/10/2025 (731 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 11,80% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 22h |
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