Nos EUA, na última sexta-feira (9), foram divulgadas as revisões estatísticas dos pesos para o cálculo do índice de inflação (CPI) de 2024. Entre as principais mudanças, destacam-se o aumento do peso de moradia e queda no grupo de transportes. Os dados com ajuste sazonais mostraram uma leve queda da inflação de dezembro (0,3% para 0,2% m/m) e uma pequena elevação na leitura de novembro (0,1% para 0,2% m/m). Similarmente, o núcleo do índice de inflação também sofreu leves revisões nas leituras dessazonalizadas dos últimos dois meses de 2023.
Em suma, as revisões não mudaram significantemente a tendência do cenário inflacionário americano, mas retirou uma preocupação que vinha sendo apontada na comunicação do Banco Central. Por isso, após a divulgação do dado, o mercado reagiu positivamente com queda dos juros e do índice de dólar DXY.
Contudo, a boa notícia do lado da inflação não durou muito. Nesta segunda-feira (13), o CPI de janeiro foi divulgado, revelando um crescimento dos preços acima do estimado pelos analistas, apesar da continuação da tendência de queda do número cheio. O indicador mostrou alta de 0,4%, versus uma estimativa de 0,3% para o primeiro mês do ano. Entre os destaques, houve queda dos preços de carros usados, energia e vestuário. A contribuição negativa de carros usados (a menor desde 1969) explica grande parte da deflação do núcleo de bens.
Em relação à medida de núcleo, janeiro mostrou a maior inflação desde abril do ano passado, elevando a média móvel de três meses dessazonalizada e anualizada para 4%, o seu maior patamar desde junho de 2023. O núcleo de serviços teve o maior crescimento de preços desde setembro de 2022, e ainda mais relevante, o “super núcleo”, medida que exclui aluguéis mostrou uma alta de 0,8% no mês, uma das maiores variações deste grupo nas últimas décadas.
A relação de mercado foi bastante adversa após a divulgação do indicador. Em relação às expectativas de início de corte de juros por lá, o mercado atribui apenas 10% de chance para uma queda em março (que já foi cenário base entre os agentes de mercado). O cenário base de início do afrouxamento monetário tem migrado com bastante força para a última reunião do primeiro semestre, no dia 12 de junho.
No total, o mercado precifica hoje quatro reduções de 25 pontos-base neste ano por lá.
No Brasil, o principal dado econômico também foi a inflação de janeiro divulgada na última quinta-feira (8). O indicador brasileiro de preços também ficou acima das expectativas de mercado e não trouxe uma composição animadora.
O IPCA de janeiro veio acima das expectativas dos analistas (0,42% versus 0,34% m/m). Entre os destaques, o aumento dos preços de serviços subjacentes (grupo bastante relevante para a política monetária) continua pressionando o índice, muito embora bastante concentrado na alta de serviços bancários. Vale também mencionar a alta dos itens de higiene pessoal (perfume) que surpreenderam para cima. A média móvel dessazonalizada anualizada superou os 5% pela primeira vez desde julho do ano passado.
No geral, é possível afirmar que houve uma piora inflacionária doméstica brasileira. Na última ata do Copom, o BC mostrou um aumento de preocupação em relação à inflação de salários. Esperamos que a comunicação da autarquia continue nessa linha, mantendo um tom duro (hawk) e cauteloso para conter a elevação das expectativas de inflação futura.
Em relação aos juros, continuamos esperando reduções de 50 pontos-base na Selic no primeiro semestre deste ano, uma vez que os juros reais praticados hoje ainda permanecem em níveis suficientemente contracionistas.
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Veja os títulos de renda fixa recomendados no cardápio da semana
No cardápio da semana, continuamos preferindo títulos indexados à inflação com duration no meio da curva de juros.
Características do CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 14/02/2030 (2192 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 6,03% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Características do CDB IPCA+ do Banco Sofisa | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA- |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Sofisa |
Aplicação mínima | R$ 1 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 14/02/2028 (1461 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 6,00% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 22h |
Características do CDB IPCA+ do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA- |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 15/02/2029 (1828 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 5,80% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 14h |
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