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Renda fixa: confira três CDBs IPCA+ para investir a partir de R$ 1 mil

Continuamos preferindo títulos de renda fixa indexados à inflação com duration no meio da curva de juros.

Por Lais Costa

15 fev 2024, 08:58 - atualizado em 15 fev 2024, 08:58

renda fixa CDB
Imagem: Freepik

Nos EUA, na última sexta-feira (9), foram divulgadas as revisões estatísticas dos pesos para o cálculo do índice de inflação (CPI) de 2024. Entre as principais mudanças, destacam-se o aumento do peso de moradia e queda no grupo de transportes. Os dados com ajuste sazonais mostraram uma leve queda da inflação de dezembro (0,3% para 0,2% m/m) e uma pequena elevação na leitura de novembro (0,1% para 0,2% m/m). Similarmente, o núcleo do índice de inflação também sofreu leves revisões nas leituras dessazonalizadas dos últimos dois meses de 2023.

Em suma, as revisões não mudaram significantemente a tendência do cenário inflacionário americano, mas retirou uma preocupação que vinha sendo apontada na comunicação do Banco Central. Por isso, após a divulgação do dado, o mercado reagiu positivamente com queda dos juros e do índice de dólar DXY.

Contudo, a boa notícia do lado da inflação não durou muito. Nesta segunda-feira (13), o CPI de janeiro foi divulgado, revelando um crescimento dos preços acima do estimado pelos analistas, apesar da continuação da tendência de queda do número cheio. O indicador mostrou alta de 0,4%, versus uma estimativa de 0,3% para o primeiro mês do ano. Entre os destaques, houve queda dos preços de carros usados, energia e vestuário. A contribuição negativa de carros usados (a menor desde 1969) explica grande parte da deflação do núcleo de bens.

Em relação à medida de núcleo, janeiro mostrou a maior inflação desde abril do ano passado, elevando a média móvel de três meses dessazonalizada e anualizada para 4%, o seu maior patamar desde junho de 2023. O núcleo de serviços teve o maior crescimento de preços desde setembro de 2022, e ainda mais relevante, o “super núcleo”, medida que exclui aluguéis mostrou uma alta de 0,8% no mês, uma das maiores variações deste grupo nas últimas décadas.

A relação de mercado foi bastante adversa após a divulgação do indicador. Em relação às expectativas de início de corte de juros por lá, o mercado atribui apenas 10% de chance para uma queda em março (que já foi cenário base entre os agentes de mercado). O cenário base de início do afrouxamento monetário tem migrado com bastante força para a última reunião do primeiro semestre, no dia 12 de junho.

No total, o mercado precifica hoje quatro reduções de 25 pontos-base neste ano por lá.

No Brasil, o principal dado econômico também foi a inflação de janeiro divulgada na última quinta-feira (8). O indicador brasileiro de preços também ficou acima das expectativas de mercado e não trouxe uma composição animadora.

O IPCA de janeiro veio acima das expectativas dos analistas (0,42% versus 0,34% m/m). Entre os destaques, o aumento dos preços de serviços subjacentes (grupo bastante relevante para a política monetária) continua pressionando o índice, muito embora bastante concentrado na alta de serviços bancários. Vale também mencionar a alta dos itens de higiene pessoal (perfume) que surpreenderam para cima. A média móvel dessazonalizada anualizada superou os 5% pela primeira vez desde julho do ano passado.

No geral, é possível afirmar que houve uma piora inflacionária doméstica brasileira. Na última ata do Copom, o BC mostrou um aumento de preocupação em relação à inflação de salários. Esperamos que a comunicação da autarquia continue nessa linha, mantendo um tom duro (hawk) e cauteloso para conter a elevação das expectativas de inflação futura.

Em relação aos juros, continuamos esperando reduções de 50 pontos-base na Selic no primeiro semestre deste ano, uma vez que os juros reais praticados hoje ainda permanecem em níveis suficientemente contracionistas.

Veja os títulos de renda fixa recomendados no cardápio da semana

No cardápio da semana, continuamos preferindo títulos indexados à inflação com duration no meio da curva de juros.

Características do CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)14/02/2030 (2192 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 6,03%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h
Características do CDB IPCA+ do Banco Sofisa
Classificação de risco da instituiçãoFitch: brAA-
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Sofisa
Aplicação mínimaR$ 1
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)14/02/2028 (1461 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 6,00% 
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação22h
Características do CDB IPCA+ do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoFitch: brAA-
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Daycoval
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)15/02/2029 (1828 dias corridos)
Rentabilidade anualIPCA+ 5,80% 
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação14h

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.