Nos EUA, a primeira leitura do PIB do 2° trimestre de 2024, divulgada na quinta-feira (27), superou as expectativas do mercado, com um crescimento de 2,8% (t/t, saar), bastante acima do aumento de 1,4% registrado no 1º trimestre. O crescimento foi impulsionado principalmente por aumentos nos gastos dos consumidores, com destaque para serviços como assistência médica e habitação, e bens como veículos automotores e equipamentos domésticos duráveis.
Além disso, o relatório também apontou um aumento de 2,6% (t/t) no índice de despesas de consumo pessoal (PCE), abaixo do aumento de 3,4% (t/t) do trimestre anterior. O núcleo do índice de preços PCE (que exclui o preço de alimentos e energia) aumentou 2,9% (t/t), comparado a 3,7% (t/t) no 1° trimestre.
Do lado mais fraco, houve queda de 1,4% dos investimentos residenciais, após um primeiro trimestre com expansão de 16% e queda de 0,7% em exportações líquidas.
De maneira geral, é possível afirmar que o primeiro semestre de 2024 ficou marginalmente aquém das expectativas de mercado, embora o resultado ainda aponte para uma atividade robusta.
Diante desse cenário, é esperado que o Federal Reserve mantenha a taxa de juros entre 5,25% e 5,50% a.a. na reunião de amanhã (31), ao mesmo tempo em que a linguagem do comunicado deve abrir a porta para o possível início de corte de juros em setembro.
Embora o presidente Jerome Powell não deva se comprometer com uma data específica, ele deve confirmar o aumento da confiança em relação à trajetória da inflação em direção à meta de 2% a.a..
Um outro ponto que deve ser lido como uma indicação branda (dovish) é uma possível decisão dividida, em que parte dos diretores votem pelo corte de 25 pontos-base (pbs) já nesta reunião de julho.
Hoje, o mercado precifica 25 pbs de corte em setembro e um ciclo que se segue com cortes em reuniões alternadas.
E no Brasil, como está a inflação?
No Brasil, o IPCA-15 de julho divulgado na última quinta-feira (25) veio acima do esperado, com alta de 0,3% m/m, contra uma expectativa de 0,22%. No acumulado de 12 meses, o índice acelerou de 4,06% para 4,45% a/a..
Como antecipamos no comentário que publicamos logo após a divulgação do dado no canal do Telegram, o grupo de serviços veio bastante pressionado devido, principalmente, à alta dos preços de passagens aéreas. O núcleo de serviços também ficou acima das expectativas, com a aceleração do seguro de veículos devido à tragédia no Rio Grande do Sul. Nessa linha, a medida dessazonalizada e anualizada ultrapassou 7%, bastante acima do centro da meta inflacionária.
Nos preços administrados, a alta da gasolina ficou acima do esperado, embora a coleta de preços da ANP divulgada no dia anterior já tenha colocado um viés de alta nessa linha.
Do lado mais positivo, os preços de alimentos confirmaram a deflação esperada para o período e devem continuar contribuindo para conter o aumento do indicador no ano nas próximas leituras.
De maneira geral, as surpresas do resultado foram majoritariamente focadas em itens voláteis, o que retirou um pouco da preocupação em relação à surpresa altista do número cheio. Por isso, a reação negativa do mercado logo após a publicação do IBGE foi gradualmente apagada depois de uma leitura um pouco mais detalhada do indicador.
De todo modo, a volta das revisões de alta das projeções de inflação de 2025 (que caminha para 4% a.a.) no relatório Focus do Banco Central (BC) adiciona pressão na autarquia.
Taxa básica de juros deve se manter inalterada
Para a reunião desta semana, esperamos que o Comitê Monetário entregue uma decisão unânime de manutenção da Selic em 10,5% a.a., com um tom mais duro (hawk). Os modelos de inflação do BC devem mostrar uma maior inflação maior do que na última reunião para o cenário de Selic estável e, possivelmente, deve haver uma deterioração na avaliação do balanço de riscos por, pelo menos, parte do comitê.
Por fim, o Banco Central deve manter o tom cauteloso na reunião de amanhã, enquanto começa a se formar um consenso entre os economistas de que o próximo passo do BC deve ser de alta. Em relação à curva de juros, o mercado continua embutindo 100 pbs de alta na Selic na curva até o final do ano.
Por isso, continuamos vendo boas opções de prefixados disponíveis para a pessoa física.
Cardápio da semana: veja os títulos de renda fixa recomendados
Características do CDB prefixado do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 500,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 01/02/2027 (916 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 12,36% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características da LCA prefixada do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 10 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 02/08/2027 (1098 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 12,05% |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 18h |
Características do CDB prefixado do Banco Sofisa | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA-(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Sofisa |
Aplicação mínima | R$ 1 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 15/07/2027 (1080 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 12,70% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 23h59 |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 30 de julho de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (30).
Para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo, recomendamos apenas o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.