Investimentos

Renda fixa: confira três títulos prefixados para investir em semana de decisão da taxa Selic

Diante da possibilidade de manutenção da taxa de juros brasileira em 10,5% a.a., veja quais os melhores papéis da renda fixa.

Por Lais Costa

30 jul 2024, 13:53 - atualizado em 30 jul 2024, 13:53

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Imagem: Freepik

Nos EUA, a primeira leitura do PIB do 2° trimestre de 2024, divulgada na quinta-feira (27), superou as expectativas do mercado, com um crescimento de 2,8% (t/t, saar), bastante acima do aumento de 1,4% registrado no 1º trimestre. O crescimento foi impulsionado principalmente por aumentos nos gastos dos consumidores, com destaque para serviços como assistência médica e habitação, e bens como veículos automotores e equipamentos domésticos duráveis. 

Além disso, o relatório também apontou um  aumento de 2,6% (t/t) no índice de despesas de consumo pessoal (PCE), abaixo do aumento de 3,4% (t/t) do trimestre anterior. O núcleo do índice de preços PCE (que exclui o preço de alimentos e energia) aumentou 2,9% (t/t), comparado a 3,7% (t/t) no 1° trimestre.

Do lado mais fraco, houve queda de 1,4% dos investimentos residenciais, após um primeiro trimestre com expansão de 16% e queda de 0,7% em exportações líquidas.

De maneira geral, é possível afirmar que o primeiro semestre de 2024 ficou marginalmente aquém das expectativas de mercado, embora o resultado ainda aponte para uma atividade robusta.

Diante desse cenário, é esperado que o Federal Reserve mantenha a taxa de juros entre 5,25% e 5,50% a.a. na reunião de amanhã (31), ao mesmo tempo em que a linguagem do comunicado deve abrir a porta para o possível início de corte de juros em setembro.

Embora o presidente Jerome Powell não deva se comprometer com uma data específica, ele deve confirmar o aumento da confiança em relação à trajetória da inflação em direção à meta de 2% a.a..

Um outro ponto que deve ser lido como uma indicação branda (dovish) é uma possível decisão dividida, em que parte dos diretores votem pelo corte de 25 pontos-base (pbs) já nesta reunião de julho. 

Hoje, o mercado precifica 25 pbs de corte em setembro e um ciclo que se segue com cortes em reuniões alternadas.

E no Brasil, como está a inflação?

No Brasil, o IPCA-15 de julho divulgado na última quinta-feira (25) veio acima do esperado, com alta de 0,3% m/m, contra uma expectativa de 0,22%. No acumulado de 12 meses, o índice acelerou de 4,06% para 4,45% a/a..

Como antecipamos no comentário que  publicamos logo após a divulgação do dado no canal do Telegram, o grupo de serviços veio bastante pressionado devido, principalmente, à alta dos preços de passagens aéreas. O núcleo de serviços também ficou acima das expectativas, com a aceleração do seguro de veículos devido à tragédia no Rio Grande do Sul. Nessa linha, a medida dessazonalizada e anualizada ultrapassou 7%, bastante acima do centro da meta inflacionária.

Nos preços administrados, a alta da gasolina ficou acima do esperado, embora a coleta de preços da ANP divulgada no dia anterior já tenha colocado um viés de alta nessa linha.

Do lado mais positivo, os preços de alimentos confirmaram a deflação esperada para o período e devem continuar contribuindo para conter o aumento do indicador no ano nas próximas leituras.

De maneira geral, as surpresas do resultado foram majoritariamente focadas em itens voláteis, o que retirou um pouco da preocupação em relação à surpresa altista do número cheio. Por isso, a reação negativa do mercado logo após a publicação do IBGE foi gradualmente apagada depois de uma leitura um pouco mais detalhada do indicador.

De todo modo, a volta das revisões de alta das projeções de inflação de 2025 (que caminha para 4% a.a.) no relatório Focus do Banco Central (BC) adiciona pressão na autarquia.

Taxa básica de juros deve se manter inalterada

Para a reunião desta semana, esperamos que o Comitê Monetário entregue uma decisão unânime de manutenção da Selic em 10,5% a.a., com um tom mais duro (hawk). Os modelos de inflação do BC devem mostrar uma maior inflação maior do que na última reunião para o cenário de Selic estável e, possivelmente, deve haver uma deterioração na avaliação do balanço de riscos por, pelo menos, parte do comitê.

Por fim, o Banco Central deve manter o tom cauteloso na reunião de amanhã, enquanto começa a se formar um consenso entre os economistas de que o próximo passo do BC deve ser de alta. Em relação à curva de juros, o mercado continua embutindo 100 pbs de alta na Selic na curva até o final do ano.

Por isso, continuamos vendo boas opções de prefixados disponíveis para a pessoa física.

Cardápio da semana: veja os títulos de renda fixa recomendados

Características do CDB prefixado do Banco BTG Pactual
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 500,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)01/02/2027 (916 dias corridos)
Rentabilidade anual12,36%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45
Características da LCA prefixada do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarDaycoval
Aplicação mínimaR$ 10 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)02/08/2027 (1098 dias corridos)
Rentabilidade anual12,05%
TributaçãoIsento
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação18h
A taxa líquida da LCA do Banco Daycoval é equivalente a uma taxa bruta de 13,9% ao ano.
Características do CDB prefixado do Banco Sofisa
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA-(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarSofisa
Aplicação mínimaR$ 1
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)15/07/2027 (1080 dias corridos)
Rentabilidade anual12,70%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação23h59

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 30 de julho de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (30).

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira eletricista pela UTFPR com passagem pelo MIT e especialização em finanças pela Columbia University. Iniciou a carreira no mercado financeiro com foco no mercado de bonds nos EUA. Após uma experiência na Itaú Asset em NY, ela esteve por três anos no time de Global Macro Strategy da XP Inc também em NY, cobrindo mercados emergentes asiáticos e Brasil com foco em criação de ideias de investimento de renda fixa para clientes institucionais. Desde maio de 2021, Laís faz parte do time de análise da Empiricus. Por dois anos foi responsável pela alocação e seleção de fundos globais e hoje é a analista a frente das séries Super Renda Fixa e Os Melhores Fundos de Investimento.