Nesta manhã (2), os mercados acionários operam em queda no exterior.
Europa
Na Europa, os dados de inflação na Alemanha foram destaque positivo, indicando crescimento preliminar abaixo das expectativas do indicador na variação mensal. Mais cedo, o indicador antecedente de manufatura (PMI) confirmou contração do setor na Alemanha e na França, pesando sobre a manufatura de todo o bloco.
Estados Unidos
Nos EUA, o deflator do PCE de fevereiro, divulgado na sexta-feira (29) veio marginalmente abaixo das estimativas de mercado (0,3% versus 0,4% m/m esperado). O dado de janeiro, contudo, foi revisado para cima, de 0,3% para 0,4% m/m.
Após a divulgação do dado, o Presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o dado o PCE de fevereiro veio em linha com o que a autoridade monetária deseja ver, e consequentemente, em consonância com os três cortes de juros ainda neste ano, estimados no Sumário de Projeções Econômicas.
Como comentamos no relatório da semana passada, as falas do Presidente Powell parecem mais brandas (dovish) do que a média dos demais diretores do Comitê Monetário. Ainda na semana passada, o diretor do Fed, Christopher Waller, havia afirmado que os dados recentes de preços o levavam a ter dúvidas em relação ao progresso da dinâmica inflacionária e as recentes reações dos mercados tem ido na direção oposta do indicado pelo Presidente Powell.
Ontem, o dado que movimentou os mercados foi o índice de manufatura ISM. O indicador antecedente de atividade econômica surpreendeu positivamente as expectativas, mostrando expansão (50,3) contra uma expectativa de contração (47,8) em março.
Embora o número não seja particularmente robusto, este foi o primeiro mês de expansão do indicador de manufatura desde setembro de 2022. A surpresa levou a forte abertura das curvas de juros em todos os vértices e redução da probabilidade de corte de juros em junho para baixo de 50% no dia.
No Brasil, na quinta-feira (28), o Banco Central divulgou o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). No documento, a autoridade monetária reforçou a necessidade de um tom cauteloso e de flexibilidade em relação ao ritmo de corte de juros à medida em que nos aproximamos do fim do ciclo de redução da Selic.
Em relação aos principais indicadores econômicos, houve revisão do PIB de 2024 de 1,7% para 1,9%, com maior contribuição da linha de Formação Bruta de Capital Fixo, isto é, investimento em bens de capital, do lado da demanda, e crescimento da indústria e do setor de serviços do lado da oferta.
Sobre a inflação, o BC enfatizou que as medidas de inflação subjacente permanecem acima da meta, embora dentro do intervalo de tolerância. Na apresentação do RTI, os diretores destacaram ainda algumas métricas adicionais da inflação de serviços, em particular, os serviços intensivos em mão de obra, que mostram uma inflação anualizada acima de 6%, considerando a sazonalidade da série histórica.
Desde o início do ciclo de corte de juros, o BC tem indicado a necessidade de manter os juros em território contracionista, isto é, acima do patamar neutro para continuar promovendo a reancoragem das expectativas de inflação. Em números, isso significa que os juros reais (taxa nominal descontada a inflação) devem permanecer acima de 4,5% ao ano, nível de taxa neutra, segundo o próprio BC.
Ao final de 2023, essa taxa estava em cerca de 6,2% a.a. e terminaria 2024 em 5%, considerando as projeções desse ano para inflação de 3,75% e Selic de 9% do relatório Focus.
De fato, as consecutivas revisões para cima de crescimento econômico têm corroborado para este cenário em que não será necessário (possível) praticar juros abaixo do neutro em todo horizonte relevante de política monetária, o que coloca um piso para a queda dos juros prefixados.
Em termos operacionais, a prática de juros acima do neutro recomenda cautela para alocação em ativos de risco e um ambiente ainda favorável para a renda fixa. De maneira geral, os níveis de juros reais longos praticados no mercado doméstico nos parecem bastante atrativos para o investidor pessoa física.
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Confira o cardápio de títulos de renda fixa desta semana
Características do CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 02/04/2030 (2191dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 6,28% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Características da LIG IPCA+ do Banco Bradesco | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Ágora |
Aplicação mínima | R$ 10 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 1826 (dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 4,99% |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | – |
Horário limite de aplicação | 15h |
O rendimento líquido da LIG (Letra Imobiliária Garantida) IPCA+ do banco Bradesco é equivalente ao rendimento bruto de IPCA+6,68% a.a. Vale destacar, contudo, que este investimento requer um valor mínimo elevado de R$10 mil.
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