Iniciamos uma semana de feriado de Ação de Graças nos EUA. Na quinta-feira (23) o mercado permanece fechado e o último pregão da semana será mais curto, o que impacta a liquidez dos ativos globais.
Na semana passada, diversos diretores discursaram sobre os próximos passos de política monetária.
Do outro lado do mundo, o Presidente do Banco do Japão (BoJ) afirmou que deve debater o fim do controle de curva (yield curve control) e a política de juros negativos à medida em que a autoridade monetária se convence de que a inflação deve se manter de forma estável e sustentável na meta de 2% ao ano. No extremo oposto dos seus pares, o BoJ tem insistido em uma política ultraestimulativa, o que tem gerado uma forte depreciação (-12%) do iene e dado suporte ao índice acionário no ano.
Na noite desta quinta-feira (23), será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro. A mediana das expectativas aponta para um aumento de 3% a/a do índice que exclui o preço de alimentos.
A despeito da inflação corrente consideravelmente acima da meta de 2%, o Presidente do BoJ ponderou em sua mais recente fala que o nível de incerteza em relação à sustentabilidade do ciclo inflacionário de salários ainda é alto. Nessa linha, o mercado segue agnóstico em relação a uma alta de juros em 2024 por lá.
Já no Ocidente, os dados econômicos divulgados nas últimas semanas geraram uma mudança sensível de percepção me em relação à trajetória de inflação. As falas das autoridades monetárias na semana passada foram majoritariamente brandas (dovish) e impulsionaram as apostas de quedas de juros no ano que vem.
Na Europa, o diretor Francois Villeroy afirmou ontem (20) que os juros devem permanecer em um platô pelos próximos trimestres, enquanto os efeitos das 10 altas consecutivas de juros permeiam na economia. O mercado chegou a precificar 100 pontos-base (pbs) de corte de juros no Velho Continente e no Reino Unido esperam-se 75 pbs em 2024.
Nos EUA, a diretora do Fed, Lisa Cook, afirmou estar sintonizando o risco de uma queda acentuada e desnecessária na atividade e no emprego no país. Na curva futura, precifica-se três cortes de 25bps para o ano que vem, uma a mais do que a última projeção divulgada pelo Federal Reserve.
Além dos dados econômicos e do discurso mais brando, questões técnicas como o excesso de oferta de títulos do Tesouro têm sido mais bem digeridas pelo mercado. Ontem (20), o leilão de US$ 16 bilhões de títulos do Tesouro Americano de 20 anos foi bem aceito pelo mercado, levando a queda das taxas longas após o resultado.
No artigo do dia 3 de outubro, argumentamos que o “orçamento” de corte de juros do Banco Central do Brasil é tecnicamente limitado aos patamares de juros do Tesouro Americano. Desde então, a taxa de 10 anos dos títulos americanos recuou de 5% para os atuais 4,4% ao ano.
No Brasil, os dados econômicos também corroboraram a queda de juros futuros por aqui. Na sexta-feira (17), o índice de atividade IBC-BR de setembro surpreendeu negativamente (-0,06% m/m versus a expectativa de alta de 0,2%), reforçando a expectativa de PIB mais fraco no terceiro trimestre.
Na seara política, vale ainda destacar a decisão do governo de focar esforços nas medidas de aumento de arrecadação a fim de continuar perseguindo a meta fiscal apresentada no início do ano pelo Ministro Fernando Haddad.
Nessa linha, a imprensa local repercute a inclinação do Presidente Lula de vetar o projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores que mais empregam no país. O direcionamento político favorável a uma trajetória fiscal mais responsável contribui para a ancoragem gradual das expectativas de inflação e aumenta o espaço para a queda dos juros domésticos.
Hoje, o mercado ainda espera uma Selic terminal próxima a 10% ao ano, o que consideramos um cenário possível, porém, pouco provável. Por isso, no cardápio desta semana, continuamos trazendo títulos prefixados de curto prazo.
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Confira o cardápio de títulos de renda fixa recomendados nesta semana
Características da LCA prefixada do Banco BTG | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Empiricus Investimentos |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | Até o final do estoque |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 21/05/2025 (547 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 9,49% |
Tributação | Isento |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
A taxa líquida da LCA do BTG é equivalente a uma taxa bruta de 11,5% ao ano.
Características do CDB do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco ABC do Brasil |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 12/11/2025 (722 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 13,00% |
Tributação | 15,00% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
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