Investimentos

Renda Fixa: dois CDBs e uma LCA para aproveitar cenários nacional e internacional

Veja como alta da Selic, IPCA de agosto e desaceleração do mercado de trabalho americano podem influenciar a renda fixa e onde investir

Por Lais Costa

10 set 2024, 17:04 - atualizado em 10 set 2024, 17:04

renda fixa IPCA

Imagem: iStock/Rmcarvalho

Dados de inflação aqui e nos EUA movem a semana que antecede a Superquarta, quando as autoridades monetárias do Brasil e dos EUA decidem sobre a taxa de juros.

Nos EUA, os dados do mercado de trabalho (Payroll, ADP e JOLTS) divulgados na última semana vieram mais fracos que o esperado, puxados pela redução no número de vagas criadas, o aumento das demissões e as significativas revisões para baixo nos dados dos meses anteriores.

Na sexta-feira (6), o dado de folha de pagamento (Payroll) apontou a criação de 142 mil novas vagas, número inferior à expectativa de 165 mil, sinalizando um ritmo mais lento de contratações. Além disso, os dados de julho foram revisados para baixo, reflexo da desaceleração gradual do mercado de trabalho.

Nessa linha, o índice ADP, que mede a criação de vagas no setor privado, mostrou a criação de apenas 99 mil postos de trabalho, bem abaixo das expectativas de 145 mil. O dado anterior também foi revisado de 122 mil para 111 mil.

Apesar dos sinais de esfriamento, a taxa de desemprego caiu levemente de 4,3% para 4,2%, impulsionada pela redução no número de trabalhadores temporariamente demitidos. Outro dado monitorado foi o crescimento salarial. O dado aumentou 0,4% em agosto, acima da expectativa de 0,3%, acumulando uma alta de 3,8% nos últimos 12 meses. Isso significa que mesmo com a desaceleração nas contratações, os salários continuam pressionados.

Em resumo, os números do mercado de trabalho indicam uma desaceleração gradual da economia americana, o que é condizente com o início do ciclo de afrouxamento monetário na próxima semana, que aponta para um corte de 25 pontos-base no Fed Funds.

PIB do segundo semestre e IPCA de agosto surpreendem

No Brasil, o resultado do PIB do segundo trimestre de 2024 surpreendeu positivamente com alta de 1,4% t/t versus expectativa de 0,9%. O dado divulgado na última terça-feira (3) mostrou uma atividade bastante pujante na primeira metade do ano, impulsionada principalmente pela forte demanda interna. O resultado levou a uma série de revisões de projeções de PIB para o ano por parte dos analistas de mercado.

Olhando para frente, contudo, o cenário parece mais desafiador para a atividade brasileira. O aumento dos estoques, que tiveram impacto importante no último resultado, não deve se repetir nos próximos trimestres. Além disso, é esperada uma desaceleração nos estímulos fiscais e a retomada do ciclo de alta de juros. Esta combinação coordenada entre Banco Central e Governo deve pesar sobre o resultado do PIB em 2025.

Nesta semana, o Relatório Focus divulgado ontem (9) mostrou, mais uma vez, uma revisão para cima nas estimativas de IPCA para 2024 e 2025. Além disso, após 11 semanas de estabilidade nas previsões da Selic para 2024, o novo relatório apontou para uma elevação de 11,25% até o final do ano, conforme antecipamos no nosso último relatório. As estimativas para 2025 também subiram de 10,00% para 10,25%. O início do próximo ciclo de alta deve começar a se concretizar na próxima reunião do Copom, marcada para quarta-feira (18), quando teremos a Superquarta do mercado.

Ainda nesta manhã, o IPCA de agosto surpreendeu com uma deflação de –0,02% versus um crescimento esperado de 0,03% (m/m). Em termos anuais, a inflação desacelerou de 4,50% para 4,24% (a/a), descolando-se do teto do intervalo de tolerância da meta de inflação para este ano.

Entre os principais destaques, vimos a moderação importante da inflação nos núcleos de serviços após um pico em julho.

O grupo de bens duráveis apresentou contribuição negativa no período com a deflação de carros usados. Similarmente, houve queda de preços de alimentos, em linha com o esperado.

Vale ainda destacar a variação negativa no grupo de preços administrados devido a forte deflação de energia elétrica.

De maneira geral, o dado foi positivo tanto no número cheio quanto na composição dos grupos. Contudo, a leitura de hoje (10) não deve alterar a trajetória de alta de Selic até o final do ano.

Cardápio da semana: veja títulos de renda fixa recomendados

Características da LCA prefixada do Banco ABC Brasil
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual
Aplicação mínimaR$ 5 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)04/03/2026 (540 dias corridos)
Rentabilidade anual10,90%
TributaçãoIsenta
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45

A taxa líquida da LCA do Banco ABC Brasil é equivalente a uma taxa bruta de 13,21% ao ano.

Características do CDB  prefixado do Banco Sofisa
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA- (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarSofisa
Aplicação mínimaR$ 1,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)26/08/2027 (1080 dias corridos)
Rentabilidade anual12,40%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação23h59

Características do CDB  prefixado do Banco Daycoval
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarDaycoval
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)13/09/2027 (1098 dias corridos)
Rentabilidade anual13,00%
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação18h

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 10 de setembro de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (10).

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.