As bolsas globais operam em queda nesta manhã de terça-feira (11), enquanto o índice de ações brasileira se mantém no positivo. No calendário econômico desta semana, o foco dos mercados está voltado para o dado de inflação (CPI) de maio nos EUA e a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), ambos marcados para quarta-feira (12).
Embora o consenso já aponte para uma manutenção dos juros na maior economia global há algum tempo, os dados de mercado de trabalho divulgados na semana passada reforçaram a convicção dos agentes de mercado de que não há pressa para a redução das taxas por lá.
Do lado mais brando (dovish), o ADP, índice de criação de vagas no setor privado, mostrou uma criação de vagas de maio abaixo do esperado (152k vs 175k), enquanto os pedidos de seguro-desemprego vieram acima das expectativas. Na mesma linha, a taxa de desemprego subiu de 3,9% para 4%, contudo, a média de ganhos por hora trabalhada acelerou e o payroll (mais importante índice do setor de trabalho americano) registrou a criação de 272 mil vagas versus uma estimativa de 180 mil.
De maneira geral, é possível afirmar que existe um arrefecimento do mercado de trabalho americano, porém, os patamares dos indicadores do setor ainda mostrem um mercado bastante robusto.
As expectativas para a reunião do Fed desta semana
Por isso, para a reunião desta semana do Federal Reserve, devemos ver uma revisão das projeções de inflação para cima e de cortes de juros para baixo neste ano. Considerando as últimas comunicações dos diretores do comitê monetário, é possível que o mapa de pontos (dot-plot) mostre apenas uma redução de juros em 2024. Se mantivermos o padrão das últimas reuniões, a entrevista do Presidente Jerome Powell deve ter um tom mais brando (dovish), com foco no cenário mais amplo de tendência de queda de inflação e arrefecimento gradual da atividade. Powell deve ainda reforçar a mensagem de que o Fed se manterá dependente dos dados, sem antecipação de decisões futuras (forward guidance).
Embora seja notória a inclinação dos bancos centrais em direção à redução de juros nas economias desenvolvidas, é ainda mais nítido que não há pressa para a implementação de um ciclo de afrouxamento monetário consistente.
Do outro lado Atlântico, por exemplo, o Banco Central Europeu decidiu reduzir a taxa de juros de 4% para 3,75% a.a. na semana passada, em linha com as expectativas de mercado. O corte, contudo, veio em um tom bastante cauteloso. Embora a Presidente Christine Lagarde tenha afirmado que é muito provável que este não seja um corte de juros isolado, a Presidente tem sido vocal em relação à possibilidade de voltar a manter os juros parados por reuniões consecutivas.
O mercado precificava o próximo corte em 12 setembro, contudo, nos últimos pregões a precificação tem migrado para a reunião de outubro.
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IPCA de maio surpreendeu para cima
No Brasil, o IPCA (índice nacional de preços ao consumidor amplo) de maio divulgado nesta manhã (11) veio acima das estimativas (0,46% versus 0,42% m/m). A composição do índice também não foi animadora.
Entre os destaques, o preço dos alimentos (que surpreenderam para baixo no mês anterior) voltaram a pressionar o índice de inflação doméstica. Os bens duráveis também voltaram a contribuir positivamente com aumento de automóveis novos.
O grupo de serviços acelerou com deterioração também dos serviços intensivos em mão de obra (subgrupo importante para dinâmica de inflação de salários).
No caso dos administrados, houve redução de contribuição do grupo em relação à última leitura, uma vez que o aumento da taxa de água e da energia elétrica foi compensado com o menor aumento da gasolina no período.
De forma geral, o dado divulgado hoje reforça a nossa convicção de que não há mais espaço para corte de juros no Brasil. Ao contrário, a surpresa da inflação correte soma-se às incertezas ficais e ruídos políticos recentes, causando um ambiente de elevação generalizada dos prêmios de risco de mercado.
Não por coincidência, o mercado já precifica uma Selic acima de 11% ao ano no final de 2024. Em relação à alocação em renda fixa, vemos uma assimetria para baixo nos juros reais de curto prazo.
Cardápio da semana: veja os títulos de renda fixa recomendados
Características da CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 500 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 11/06/2027 (1095 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 6,75% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características da CDB IPCA+ do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 12/06/2026 (731 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 7,50% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 18h |
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