Entre os principais destaques da agenda macroeconômica dos últimos dias, a China reportou um crescimento bastante acima do esperado das exportações neste ano (janeiro e fevereiro). Enquanto os analistas estimavam uma alta de 1,9%, o indicador registrou alta de 7,1%, impulsionado por bens de consumo de baixo custo.
O número também foi beneficiado por um efeito estatístico, uma vez que o mesmo período do ano anterior mostrou uma queda importante desse indicador.
De todo modo, o dado aponta para uma forte demanda global por produtos chineses em todas as regiões, e sugerem uma atividade mais sólida do que o esperado da segunda maior economia global.
Europa
Na Europa, o Banco Central Europeu manteve a taxa de depósito inalterada em 4% a.a., na última quinta-feira (7).
O Comitê monetário também reduziu as expectativas de inflação de 2,7% para 2,3% a.a. em 2024 e 2,1% para o centro da meta (2% a.a.) em 2025. As revisões foram geradas principalmente pela queda dos preços de energia.
Em relação à atividade, o BCE também revisou as projeções de crescimento de PIB de 0,8% para 0,6% em 2024, manteve a projeção de 2025 em 1,5% a/a e aumentou de 1,5% para 1,6% a estimativa de 2026. O comunicado da reunião também destacou que os riscos continuam apontando para um crescimento ainda menor devido aos efeitos defasados da política monetária contracionista atual.
Assim como tem sido o posicionamento do Banco Central dos EUA, a presidente Christine Lagarde afirmou que o BCE não irá esperar as medidas de inflação (cheia e núcleo) atingirem o centro da meta para que se iniciem os cortes de juros.
Além disso, em entrevista, Lagarde afirmou que ainda não há confiança suficiente de que a inflação está sob controle, mas que até junho haverá dados muito importantes para que o comitê decida sobre o início o ciclo de corte de juros.
A fala de Lagarde levou os mercados a atribuírem cerca de 80% de chance do primeiro corte de juros na última reunião do primeiro semestre deste ano, marcada para o dia 6 de junho.
Estados Unidos
Nos EUA, os dados do mercado de trabalho divulgados na semana passada foram mistos. Embora o dado de folha de pagamento (payroll) de fevereiro tenha superado fortemente expectativas do mercado (275 mil versus estimativa de 200 mil), houve revisões importantes para baixo dos meses anteriores.
Além disso, a taxa de desemprego (calculada por uma metodologia diferente do payroll) subiu de 3,7% para 3,9%, o maior patamar em cerca de dois anos.
Em relação aos rendimentos por hora trabalhada, os números deste ano continuam apontando para uma moderação, se considerarmos os efeitos sazonais climáticos importantes nessa época do ano no hemisfério norte.
A criação de novas vagas no setor público continua em ritmo acelerado, enquanto no setor privado o destaque fica para os setores de assistência social e saúde. Do outro lado, as principais reduções de números de vagas continuam no setor manufatureiro.
De maneira geral, a robustez do mercado de trabalho americano contribui para um banco central sem pressa para iniciar o ciclo de afrouxamento monetário, contudo, a tendência dos principais dados econômicos aponta para um cenário benigno.
Nessa linha, o presidente do Fed, Jerome Powell, manteve o tom cauteloso em suas falas aos legisladores americanos no seu pronunciamento ao Congresso na semana passada, mas destacou que será apropriado iniciar os cortes nas taxas de juros “em algum momento neste ano”. Powell afirmou que não é preciso ver uma melhora significativa dos indicadores econômicos, apenas “mais do mesmo” para aumentar a confiança no processo deflacionário americano.
Nessa manhã, o dado de inflação (CPI) de fevereiro foi divulgado. O indicador ficou acima das expectativas (3,2% a/a versus 3,1% a/a estimado). A medida de núcleo também ficou levemente acima do esperado, apesar de continuar apontando para um cenário de moderação de preços. O “super núcleo”, medida que exclui o preço de alimentos, energia e moradias subiu 0,47% m/m, mostrando uma desaceleração importante dos níveis apresentados em janeiro (0,8% m/m).
Atualmente, o mercado precifica cerca de 60% de chance do primeiro corte no Fed Funds na reunião do dia 12 de junho.
No Brasil, o IBGE divulgou o IPCA de fevereiro nesta manhã. O dado cheio ficou levemente acima das expectativas de mercado (0,83% m/m versus 0,79% estimado).
Entre os principais destaques, as medidas de núcleo e serviços mostraram uma dinâmica comportada, embora as surpresas baixistas tenham sido concentradas em poucos itens. Em serviços, o item passagens aéreas foi a principal contribuições baixista e no núcleo de serviços, os destaques ficaram para a contribuição negativa de cinema e a redução da alta de serviços bancários. A média móvel de três meses dessazonalizada e anualizada desse grupo teve uma alta na margem, embora o número mais recente aponte para uma desaceleração.
O grupo de administrados acelerou, com destaque para a maior contribuição da gasolina em seis meses. Por outro lado, o grupo de semiduráveis voltou a mostrar deflação com queda significativa do preço de vestuário.
De maneira geral, o número não deve alterar o discurso de cautela do Banco Central, mas também não deve ser impeditivo para a continuação do ritmo de corte de juros em 50 pontos-base.
Continuamos gostando dos títulos prefixados com prazo de três anos nos níveis atuais e de ativos indexados à inflação para os prazos mais longos.
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Confira o cardápio de títulos de renda fixa desta semana
Características do CDB prefixado do Banco Sofisa | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: brAA- |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Sofisa |
Aplicação mínima | R$ 1 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 15/03/2027 (1098 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 10,60% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 22h |
Características do CDB IPCA+ do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 12/03/2029 (1826 dias corridos) |
Rentabilidade anual | IPCA+ 5,98% |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
As taxas das tabelas são referentes ao dia 12 março de 2024.
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