Nesta terça-feira (2), o índice de ações brasileira (Ibovespa) opera em leve alta. O mercado continua pressionando as taxas de juros futuras que abrem até 10 pontos-base nos vértices mais longos. O real chegou a apreciar no início do pregão, mas reverteu os ganhos após novas falas do Presidente Lula em relação ao Banco Central e a moeda brasileira.
PIB americano dentro do esperado
Nos EUA, a última revisão do PIB anualizado do primeiro trimestre divulgado na quinta-feira (27) ficou em linha com as expectativas do mercado (1,4% t/t, saar) e 10 pontos-base acima da leitura anterior. A revisão para cima foi impulsionada principalmente pelo crescimento na linha de investimento em capital fixo (4,4% versus 3,3% na leitura anterior) e pela revisão para cima dos gastos do governo. (1,8% versus 1,3%). Do lado mais fraco, houve uma revisão maior do que o esperado nos gastos dos consumidores, que apontaram um crescimento de 1,5% t/t, 50 pontos-base abaixo das expectativas.
Mudança para meta contínua de inflação no Brasil
No Brasil, a semana passada foi marcada principalmente por notícias sobre inflação.
Na seara política, o Comitê Monetário Nacional (CMN) confirmou a alteração da meta de inflação de ano-calendário para meta contínua de 3% a partir de 2025. Caso o IPCA acumulado de 12 meses permanecer seis meses consecutivos fora do intervalo de tolerância, a meta será descumprida.
O Comitê ainda determinou que possíveis revisões do intervalo de tolerância só podem acontecer com no mínimo 36 meses de antecedência, o que garante maior previsibilidade em relação à condução de política monetária. A decisão era amplamente esperada e, portanto, não teve impacto nas expectativas de inflação do mercado no curto prazo. De todo modo, vemos como positiva a mudança.
IPCA-15 de junho veio abaixo do esperado
No calendário econômico, o IPCA-15 de junho, divulgado na quarta-feira (26), veio em 0,39% m/m, ligeiramente abaixo de 0,44% m/m estimado. No acumulado de 12 meses, o indicador de preços subiu de 3,7% para 4,06%.
As surpresas positivas vieram principalmente da contribuição do grupo de serviços com deflação de passagens aéreas. Considerando o ajuste sazonal, a média de três meses do núcleo de serviços permaneceu abaixo de 4% pelo segundo mês consecutivo, trazendo a medida para o menor patamar desde o terceiro trimestre de 2023. A média dos núcleos registrou ligeira queda na comparação anual.
Em relação aos preços de alimentos, o grupo atingiu o maior patamar de contribuição para o índice desde a leitura de fevereiro devido, principalmente, ao aumento dos preços de arroz, tomate, batata inglesa e leite. É importante lembrar que a tragédia no sul do país é responsável por uma parte importante desse número e, portanto, esse efeito altista deve se reverter nas próximas leituras. Além disso, os preços administrados registraram desaceleração devido à queda dos preços da gasolina.
Do lado menos positivo, o grupo de bens duráveis voltou a adicionar pressão ao indicador de preços com a alta de preços de automóveis novos.
De maneira geral, o resultado foi neutro, dado que grande parte da surpresa positiva veio de itens voláteis. Em relação à política monetária, o resultado é condizente com uma política cautelosa e o fim do ciclo de queda de juros.
Expectativas de inflação ainda pode ser revisada para cima
Ainda vemos espaço para a continuação das revisões para cima das projeções de inflação no relatório Focus. Contudo, vemos que a maior discrepância dos números da pesquisa divulgado pelo Banco Central seja na expectativa de Selic para o final de 2025. Enquanto o mercado já indica patamares de juros em torno de 12,5%, o Focus ainda aponta para a retomada do ciclo de queda dos juros com Selic terminal de 9,5% a.a. ao final de 2025.
Embora 12,5% ao ano nos pareça um patamar bastante alto, a direção dos juros nesse período não nos parece ser para baixo.
De maneira geral, os dados macroeconômicos indicam estabilidade de crescimento da atividade, expansão do mercado de crédito e um mercado de trabalho apertado, com crescimento de quase dois dígitos de salários em termos nominais. Além disso, é importante lembrar que a recente depreciação do Real em relação ao dólar americano é mais um fator de “importação de inflação”.
Por isso, continuamos trazendo oportunidades em títulos pós-fixados.
Cardápio da semana: confira os títulos de renda fixa recomendados
Características da CDB pós-fixado do Banco BTG Pactual com liquidez diária | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 50 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 02/07/2025 (365 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 100,50% do CDI |
Tributação | 17,50% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | Liquidez diária |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
Características da CDB pós-fixado do Banco Sofisa | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA-(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Sofisa |
Aplicação mínima | R$ 1 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 02/07/2025 (365 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 110% do CDI |
Tributação | 17,50% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 22h |
Características da CDB pós-fixado do Paraná Banco | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA-(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Paraná Banco |
Aplicação mínima | R$ 100 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 23/06/2026 (721 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 113% do CDI |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 22h |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 2 de julho de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (2).