Investimentos

Renda fixa: veja 3 títulos para investir após novos dados de empregos nos EUA e nova nota de crédito do Brasil na Moody’s

O cenário internacional, com destaque aos dados econômicos dos EUA, tem dado sinais interessantes para os investidores de renda fixa.

Por Lais Costa

08 out 2024, 13:38 - atualizado em 10 out 2024, 10:43

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Imagem: iStock/ Andrii Yalanskyi

O cenário internacional tem dado sinais interessantes para os investidores de renda fixa. Desde que o banco central americano, o Federal Reserve, passou a colocar um peso maior no seu mandato de pleno emprego, o mercado tem reagido fortemente aos indicadores de mercado de trabalho americano.

Dados de emprego nos EUA refletem economia fortificada

Na semana passada, tivemos a divulgação do índice ADP de criação de vagas no mercado privado e os dados de folha de pagamento (payroll). Ambos indicadores mostraram uma economia bastante forte, sem sombra de recessão.

Na quarta-feira (2), o índice ADP registrou a criação de 143 mil novas vagas no setor privado, consideravelmente acima das expectativas de 125 mil. Já o crescimento salarial segue desacelerando, embora em níveis ainda bastante altos. Os trabalhadores que permaneceram no emprego viram seus ganhos anuais desacelerarem de 4,8% para 4,7%, enquanto aqueles que trocaram de emprego experimentaram uma queda mais acentuada, de 7,3% para 6,6%.

Na sexta-feira (4), a divulgação do payroll de setembro surpreendeu, registrando 254 mil vagas criadas, bastante acima das 150 mil esperadas. Entre os detalhes, o número mostrou força sob praticamente todas as métricas, com exceção da semana média de trabalho, que voltou para o mínimo do ciclo de 34,2 horas. 

Crescimento de vagas de emprego e redução no desemprego

As revisões dos meses anteriores fortaleceram ainda mais o indicador. O número de vagas de julho foi ajustado de 89 mil para 144 mil, e o de agosto aumentou de 142 mil para 159 mil, totalizando um acréscimo de 72 mil vagas em relação às estimativas anteriores.

Em relação à pesquisa domiciliar, a taxa de desemprego surpreendentemente caiu de 4,221% para 4,051%. Além disso, a taxa de participação se manteve em 62,7%, e a proporção emprego-população subiu para 60,2%. O número de pessoas trabalhando meio período que desejam empregos de tempo integral também diminuiu.

Em suma, os dados da última semana mostraram força do mercado de trabalho americano em praticamente todas as frentes, o que levou os mercados a reduzirem a probabilidade de um novo corte de 50 pontos-base no Fed Funds na reunião de novembro.

Esse cenário deve se consolidar ainda mais, caso o índice de inflação (CPI) previsto para quinta-feira (10) venha em linha com as estimativas do mercado de desaceleração de 0,1%.

Moody’s ignora cenário inequivocamente desfavorável

No Brasil, o grande evento da semana passada foi a elevação da avaliação de crédito (rating) do país pela agência Moody´s.

O Brasil passou de Ba2 para Ba1, um nível abaixo do patamar de grau de investimento

A revisão foi basicamente pautada na melhora de crescimento econômico apresentado nos últimos anos pela economia brasileira, reflexo de uma série de reformas que foram aprovadas desde 2016. Embora o crescimento do PIB tenha surpreendido a vasta maioria dos analistas nos últimos anos, o momento da revisão foi bastante inesperado, para dizer o mínimo.

As discussões fiscais recentes vão justamente na contramão de um aumento de credibilidade das contas públicas, que afetam diretamente o prognóstico de um crescimento estruturalmente maior. As taxas de juros reais dos títulos públicos acima de 6,3% ao ano indicam um cenário inequivocamente desfavorável.

Além disso,  a desancoragem das expectativas de inflação colocou os juros domésticos em trajetória ascendente, o que reduz as expectativas de crescimento econômico nos trimestre a frente.

A verdade é que a nossa realidade atual fiscal e monetária é bastante desafiadora e deixa pouco espaço para comemorações. 

Por isso, mantemos nossa recomendação em títulos pós-fixados.

Cardápio da semana: três opções na renda fixa

Características do CDB  pós-fixado do Banco Pan
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AAA(bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBTG Pactual 
Aplicação mínimaR$ 1 mil
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)29/09/2026 (721 dias corridos)
Rentabilidade anual104,00% do CDI
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateNo vencimento
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação17h45
Características do CDB pós-fixado do Banco Inter com liquidez diária
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA+ (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Inter
Aplicação mínimaR$ 1,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)28/09/2026 (720 dias corridos)
Rentabilidade anualaté 102,00% do CDI
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateLiquidez diária
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação21h55
O CDB de liquidez diária do Banco Inter oferece rentabilidade de 100% do CDI para investimentos até R$ 250 mil e chega a 102% do CDI para valores acima de R$ 1 milhão.
Características do CDB  pós-fixado do Banco Sofisa com liquidez diária
Classificação de risco da instituiçãoFitch: AA- (bra)
Público-alvoInvestidores em geral
Onde encontrarBanco Sofisa
Aplicação mínimaR$ 1,00
Aplicação máxima
LiquidaçãoD+0
Vencimento (prazo)11/10/2027 (1098 dias corridos)
Rentabilidade anual110,00% do CDI
Tributação15%
Pagamento de jurosNo vencimento
ResgateLiquidez diária
GarantiasFundo Garantidor de Créditos (FGC)
Horário limite de aplicação22h

As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 8 de outubro de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (8).

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Sobre o autor

Lais Costa

Engenheira elétrica com certificação CNPI. Analista de renda fixa na Empiricus Research.