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Reorganização societária do BR Partners (BRBI11): aumentando o alinhamento de interesses entre os acionistas

BR Partners anunciou uma reorganização societária. Veja o que achamos e como impacta a empresa.

Por Larissa Quaresma, CFA

01 set 2023, 12:44 - atualizado em 01 set 2023, 12:44

BR Partners BRBI11
Imagem: Divulgação/ BR Partners

Ontem, após o fechamento do mercado, o BR Partners (BRBI11) anunciou uma reorganização societária que visa reduzir a participação das famílias investidoras, aumentar a do partnership e aumentar a liquidez do papel. Essas mudanças, que confirmaram nossas expectativas comunicadas aos assinantes em julho, melhoram tanto a governança da companhia quanto o fluxo para o papel, que pode receber acionistas institucionais maiores havendo mais liquidez.

Anteriormente à reorganização, o partnership formado pelos sócios executivos tinham 47% do capital total, e as famílias investidoras, 29%. A reorganização acordada prevê que as famílias vendam 8% da companhia para o partnership, que ficará então com 55% de participação, restando as famílias com 21%. Ainda, essa participação remanescente será vendida ao mercado por meio de uma oferta subsequente, a ser realizada até o final de 2024.

Na prática, as famílias investidoras, que aportaram R$ 100 milhões para a criação do BR Partners em 2009, estão zerando sua participação de 29% – sendo que 8% ficarão com o partnership, e 21%, com o mercado. A consumação dessas transações ocorrerá quando a companhia fizer a oferta, até o final do ano que vem.

O que a Empiricus Research achou da reorganização societária de BR Partners?

O aumento do percentual detido pelo partnership é positivo porque dá mais poder de fogo para a atração e retenção de talentos, o que fomenta a performance da operação como um todo. Existe uma linha argumentativa de que o sucesso de franquias financeiras depende de um partnership grande e valorizado: isso é emblemático no caso do Goldman Sachs, que foi viveu um período longo de sucesso capitaneado por um patnership forte, seguido de uma degradação gradual marcada pelo fim desse mesmo partnership.

Ademais, a oferta subsequente para venda dos 21% remanescentes por parte das famílias poderia levar o free float (volume de ações em circulação) de 24% para 45% do valor de mercado. Com isso, o volume negociado diariamente, atualmente em R$ 1,5 milhão, poderia aumentar consideravelmente. Isso pode tornar BRBI11 elegível para investimento de fundos para quem a liquidez atual não é suficiente.

BR Partners (BRBI11) é uma recomendação de compra da Empiricus Research desde meados de 2021. Atualmente negociando a 11,0x seu lucro estimado para 2023, BRBI11 está presente em diversas séries (Palavra do Estrategista, Carteira Empiricus e Microcap Alert).

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.