Investimentos

Resultado ruim de Amazon (AMZO34) e decepção com techs desandam as Bolsas americanas; Bolsas chinesas seguem com ânimo e, no Brasil, destaque para união entre Aliansce Sonae (ALSO3) e BR Malls (BRML3)

Felipe Miranda comenta os assuntos que movimentam o mercado financeiro em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram

Por Daniela Rocha

29 abr 2022, 10:50 - atualizado em 16 maio 2022, 20:10

As notícias nesta sexta-feira (29/04) são ambíguas – sinais negativos nos Estados Unidos e positivos na China. Os futuros de Wall Street seguem no vermelho nesta manhã, influenciados pelos resultados de gigantes da tecnologia: Amazon (AMZO34), Apple (AAPL34) e Intel (ITLC34)

A Amazon teve prejuízo líquido de US$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre, sendo que no mesmo período de 2021, tinha apresentado lucro de R$ 8,1 bilhões. Assim, ontem, suas ações chegaram a cair 9% no aftermarket.

A Apple soltou bom resultado, contudo alertou sobre um cenário mais difícil à frente. No período entre janeiro e março deste ano, a maçã registrou lucro líquido de US$ 25,01 bilhões, uma alta de 5,84% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Já a Intel registrou lucro líquido de US$ 8,1 bilhões, um aumento de 141%, apesar de ter apresentado queda na receita. E a empresa apresentou ainda uma projeção para o 2T22, abaixo das expectativas do mercado. 

“Isso criou um ambiente desfavorável nas bolsas americanas. Nasdaq é o destaque de queda, mas S&P e Dow Jones também caem. Lembrando que ontem teve uma alta muito vigorosa de Nasdaq, que subiu 3%, então, de algum modo é esperada também uma correção”, disse Felipe Miranda, CEO e estrategista-chefe da Empiricus em seu grupo no Telegram Ideias Antifrágeis , canal direto que mantém com os assinantes da casa.  Conforme ele, esse deve ser o tom do dia. 

Por outro lado, na China, as bolsas têm reagido de maneira favorável desde o anúncio do plano de investimentos de infraestrutura pelo governo, algo estimado em US$ 2,2 trilhões. “É um bom agouro para ações de Vale e Gerdau”, afirma. 

Apesar desse pacote, Felipe destaca que a China é um país marcado por incertezas e ainda tem que combater a Covid e se organizar para retomar as atividades. “Quando você não sabe direito o que vai acontecer, se apega ao valuation. E Vale me parece muito barata, negociando a apenas 3 vezes Ebitda e com free cash flow yield de 15% ao ano. Isso me parece razoável, no mínimo. “ Tanto Vale (VALE3) quanto Gerdau (GOAU4) fazem parte da carteira Oportunidades de Uma Vida, que ele conduz. 

Shoppings sob holofotes no Brasil 

A Aliansce Sonae (ALSO3) e a BRMalls (BRML3) selaram acordo de combinação de negócios. O conselho de administração da BR Malls aprovou, por maioria, a proposta encaminhada pela Aliansce. 

Os termos ficaram assim: a Aliansce fechou com a BRMalls um “protocolo de justificação de incorporação de ações da companhia”, após oferta de R$ 1,25 bilhão em dinheiro e a entrega de 326.339.911 ações da empresa.

“Finalmente a conclusão dessa novela. A Aliansce Sonae (ALSO3) e a BRMalls (BRML3) fecharam o acordo após 5 meses de negociação. Acho isso importante, traz essa perspectiva de consolidação, mostra que o setor ainda é gerador de valor”, afirma Felipe Miranda. 

Conforme ele, o setor de shopping centers tem componentes de proteção inflacionária e de real estate

O analista considera o resultado recém anunciado pela Multiplan (MULT3) bastante positivo. A companhia apresentou melhora operacional, com um lucro líquido de R$ 171,5 milhões no 1T22, uma alta de 270% sobre o mesmo período de 2021 e de 87% em relação ao 1T19. 

Entretanto, Felipe ressalta que a Iguatemi (IGTI3) é a sua favorita no setor. “Iguatemi está com muito desconto sobre Multiplan, um desconto historicamente nunca visto. Isso nos deixa confortáveis com essa nossa posição em IGTI3”, avalia. A ação da Iguatemi também está no portfólio Oportunidades de Uma Vida

Para o CEO da Empiricus, assim que houver alívio na curva de juros, IGTI3 terá condições de decolar. 

 

Sobre o autor

Daniela Rocha

Coordenadora de Conteúdo na Empiricus. Jornalista com MBA em Finanças na FIA. Atuou nas editorias de economia da TV Cultura e da Band e foi colaboradora do Valor Econômico, Exame e RI.