Com as fortes chuvas no início do ano, o cenário hidrológico permaneceu desfavorável para a Eneva (ENEV3) no 1T23. Mesmo assim, a companhia apresentou uma melhora interessante dos resultados, ajudada por uma base de comparação mais fraca, melhora operacional da usina Jaguatirica II, além de bons resultados provenientes das aquisições recentes da companhia (Focus, Celse e Termofortaleza).
A geração de energia saltou de 32 GWh no 1T22 para 597 GWh no 1T23. Apesar do elevado nível dos reservatórios, a geração de energia foi ajudada pela entrada pela melhora operacional de Jaguatirica II (em Roraima), que vinha apresentando problemas nos trimestres anteriores. Além dela, o complexo Parnaíba gerou 524 GWh no trimestre para exportação de energia para a Argentina. Isso explica, em partes, o aumento da receita.
Receita líquida
Além desses fatores, a aquisição da Celse e da Termofortaleza (que mesmo sem gerar energia, contribuíram com quase R$ 900 milhões de receita fixa) e a expansão do portfólio de comercialização de energia após a aquisição da Focus ajudaram a fazer a Receita Líquida saltar de R$ 759 milhões no 1T22 para R$ 2,45 bilhões neste trimestre.
Custos e despesas
Obviamente, a maior geração e, principalmente, as novas aquisições também trouxeram um incremento relevante na linha de custos e despesas. Ainda assim, o Ebitda saltou 138% no trimestre e atingiu R$ 1,17 bilhão.
Lucro líquido
O resultado financeiro também foi afetado pelas novas aquisições. O maior endividamento combinado com a alta da Selic fizeram com que a linha piorasse -R$ 335 milhões no período.
Ainda assim, o Lucro Líquido cresceu 20,6%, para R$ 223 milhões. Considerando o momento muito difícil para o negócio principal da Eneva (o modelo R2W), a melhora de resultados mostra que a companhia deu passos na direção correta com as últimas aquisições, agregando receitas fixas relevantes após as aquisições da Celse e Termofortaleza, além da geração solar e do portfólio de comercialização.
Nível de endividamento
A parte negativa desses novos ativos é que eles fizeram o endividamento saltar para 4,6x dívida líquida/Ebitda, mas além dos novos negócios terem trazido maior estabilidade e previsibilidade para os números, a intensidade dos investimentos daqui para frente serão menores e a parcela relevante dos vencimentos está concentrada depois de 2027.
Eneva segue recomendada pela Empiricus Research
Depois de apresentar vários trimestres pressionados pela melhora do cenário hidrológico, os resultados voltaram a apresentar expansão relevante no 1T23, ajudados principalmente pelos novos ativos. Por 9 vezes EV/Ebitda esperado para 2023, a Eneva segue em várias carteiras da Empiricus.
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