Investimentos

Resultados mistos da Vale (VALE3) dividem recomendações; entenda se agora é a hora certa para investir nos papéis da empresa

Ruy Hungria afirma que resultados podem ser ainda melhores no segundo semestre, mas “nuvem” ainda paira sobre os papéis no curto prazo

Por Anna Larissa Zeferino

30 jul 2024, 12:00 - atualizado em 30 jul 2024, 16:22

Imagem: Vale/Divulgação

Os resultados da Vale (VALE3) são sempre esperados com expectativa pelo mercado, já que a mineradora é a empresa de maior peso no índice Ibovespa. Os números do 2T24, divulgados na última quinta-feira (25), vieram mistos, na avaliação do analista Ruy Hungria, da Empiricus.

Se por um lado o lucro foi de US$ 2,8 bilhões (alta de 210% na comparação com o 2T23) e a empresa registrou quase US$ 10 bilhões de receita líquida no trimestre, por outro, os custos pioraram e cresceram em 9%, fazendo com que o Ebitda ficasse em US$ 4 bilhões – um patamar estável na comparação anual.

Embora o Fluxo de Caixa Livre tenha sido negativo no 2T24, por conta principalmente de uma concentração de pagamento a fornecedores, a posição de caixa aumentou em quase US$ 3 bilhões no trimestre. “Principalmente pelos recursos provenientes da venda de 10% da Vale Base Metals”, explicou Ruy Hungria.

Dentre os fatores que pesaram sobre os números da mineradora no 2º tri, podemos citar:

  • Paradas na produção para manutenções e/ou devido às chuvas;
  • Maior concentração de pagamentos a fornecedores; 
  • Queda de preço do minério de ferro, impulsionada pelo momento econômico instável da China (seu maior consumidor mundial).

O futuro da Vale (VALE3) e a distribuição de proventos

Além da divulgação dos resultados trimestrais, a empresa aproveitou para trazer anúncios que chamam a atenção do mercado de forma positiva, especialmente para os investidores em busca de proventos na renda variável – sejam eles dividendos ‘gordos’ ou Juros sobre Capital Próprio (JCP).

Primeiro, a empresa tem expectativas de queda para seus custos de produção no segundo semestre.

Em segundo, a Vale anunciou a distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP) para os investidores na casa dos US$ 1,6 bilhões – dividend yield de 3,2% usando o preço de fechamento do mesmo dia.

Segundo Ruy Hungria, “a sinalização da queda de custos é importante para a expectativa de que o segundo semestre realmente terá uma retomada de resultados”, o que pode trazer valorização para os papéis da empresa.

Por isso, na visão do analista, a distribuição de proventos pode ser ainda melhor no futuro próximo. Em entrevista ao programa Giro do Mercado da última sexta-feira (26), ele comentou:

“O que foi divulgado [valores do JCP] já era relativamente esperado com base na política de distribuição [de proventos da empresa]. Entendemos que é interessante, mas é possível ainda melhorar no resto do ano. [A Vale] pode chegar nos dois dígitos de distribuição ainda”.

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Então agora é a hora de comprar Vale (VALE3)?

Os números da empresa dividiram recomendações no mercado. Há quem ainda tenha certa ‘desconfiança’ com os papéis, e há quem enxergue o momento com mais otimismo.

Ruy Hungria afirma que “gosta de Vale”, principalmente para dividendos, e que o valuation está barato.

Mas não necessariamente significa que a Vale esteja entre as suas recomendações imediatas de compra para o investidor. Curioso, não é mesmo?

Isso porque, mesmo uma empresa sendo boa pagadora de dividendos, ela pode não estar no momento mais favorável de entrada por enquanto. Segundo Ruy, a questão econômica da China “é uma nuvem que vai continuar pesando sobre as ações” no curto prazo.

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Ruy e o time de analistas da Empiricus selecionam a dedo, todos os meses, as melhores ações pagadoras de dividendos no momento, para o investidor que não pode esperar e deseja aproveitar as melhores oportunidades de retorno agora.

São ações que, assim como a Vale, pagam dividendos atrativos, mas aparecem em momento mais favorável que a mineradora e têm mais possibilidade de valorização no curto prazo.

As recomendações estão disponíveis em uma carteira recomendada, e a boa notícia é que você pode acessá-la de forma 100% gratuita.

A carteira é diversificada, com empresas que vão de ramos como o siderúrgico até o mercado financeiro, trazendo a melhor correlação para o investidor. E desde o seu início, em novembro do ano passado, vem superando o desempenho do próprio índice Ibovespa.

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Sobre o autor

Anna Larissa Zeferino

Jornalista no mercado financeiro desde 2022. Pós-graduanda em Economia, Investimentos e Banking pela Universidade de São Paulo (ESALQ-USP). Escreve para os portais Empiricus, Money Times e Seu Dinheiro, e já passou por casas como Itaú BBA e XP.