Depois de um agosto ruim para o mercado acionário brasileiro, setembro veio para renovar o ânimo dos investidores. E para ajudar a escolher as melhores ações para investir, a Empiricus Research trouxe, mais uma vez, a carteira de 10 ideias para o mês.
O portfólio sugerido para setembro tem algumas modificações em relação a agosto. Uma das que mais chamam a atenção é a troca de Magazine Luiza (MGLU3) por Mercado Livre (MELI34).
De acordo com o analista Fernando Ferrer, um dos motivos da troca é o fato de que a recuperação do Magalu, dado o cenário desafiador em termos de competitividade, pode ser mais lenta do que o esperado.
“Isso tem tudo a ver com a entrada de Mercado Livre. Com o caso Americanas, tivemos a saída de um player super relevante no e-commerce e grande parte desse movimento foi absorvido unicamente pelo Mercado Livre. Foi bem interessante de notar”, afirma.
Embora o analista veja as ações MGLU3 performando bem em um horizonte maior de tempo, no curto prazo MELI34 deve avançar mais. “Quando olho os resultados da companhia, eles têm sido mais sólidos e conseguido aproveitar essa perda de mercado representativa para a Americanas, que viu seu resultado no e-commerce cair 95%”.
Mercado Livre é ‘o grande vencedor do e-commerce brasileiro’
Outro fator que beneficia o Mercado Livre, segundo Ferrer, é que a companhia tem conseguido oferecer uma experiência ao cliente tão boa – ou até melhor – que o Magalu. “Isso sem o lado ruim de custos das lojas físicas”, lembra.
“Em apenas um ano, o nível de serviço logístico do Mercado Livre melhorou 70% na Bahia. Isso é muito representativo, mostra o grau do nível de serviço da companhia e o volume de recursos que eles estão investindo para melhorar o sistema logístico. No final, isso se reflete em fidelização do cliente, maior utilização da plataforma e, obviamente, maior crescimento e ganho de mercado em relação aos demais”, afirmou Ferrer.
É importante ponderar que as ações do Mercado Livre são mais caras em termos de valuation que as do Magalu. No entanto, Ferrer acredita que MELI34 é o tipo de ação que é cara e “pode ficar ainda mais cara”.
“É o grande vencedor do e-commerce brasileiro, cresceu mais de 30% em todas as regiões em que atua. O take rate, percentual das vendas que vira receita para a companhia, era de 6% em 2010. Agora já é 19% e vai ser mais de 20% em um futuro próximo. Eles conseguem aumentar o take rate porque conseguem colocar nível de serviço e dar mais funcionalidades para o vendedor cadastrado na plataforma”.
Algumas dessas iniciativas citadas por Ferrer são o Mercado Ads, voltado para promover a visibilidade de produtos na plataforma, e o Mercado Pago, braço financeiro do Meli.
O que o Magazine Luiza precisa para se recuperar?
Quanto à Magalu, o analista acredita que a empresa precisa de três fatores para se recuperar:
- Continuidade na queda da Selic
- Aumento de renda real da população
- Redução do endividamento
“Como empresa, Magazine Luiza já se provou nos últimos vários anos. Com esses três pontos principais, podemos ver uma recuperação. Mas como a gente tem visto que o Mercado Livre está muito mais bem posicionado no Brasil, tem capturado mercado e está crescendo bastante no México, temos preferência pela companhia”, avalia Ferrer.
Incorporadoras Direcional e Cyrela seguem na carteira recomendada
Além do Meli, a Direcional (DIRR3) também é uma recomendação para setembro. Presente na carteira há alguns meses, a incorporadora de baixa e média renda tem aproveitado as medidas de estímulo do governo ao Minha Casa, Minha Vida e trazido bons retornos aos acionistas. No ano, DIRR3 já apresenta valorização de mais de 33%.
Outra incorporadora que segue recomendada é a Cyrela (CYRE3). Voltada para a alta renda, a companhia tem performado bem e foi uma das surpresas positivas na temporada de resultados corporativos do segundo trimestre. No ano, CYRE3 sobe mais de 72% e, segundo os analistas da Empiricus Research, não deve parar por aí.
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