O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, tem seu portfólio reavaliado a cada quatro meses. Na última mudança de 2023, que entrará em vigor na segunda-feira (4) e valerá até o final de dezembro, as ações da Méliuz (CASH3) darão lugar às da PetroRecôncavo (RECV3) e Vamos (VAMO3).
Atualmente, 82 empresas fazem parte do índice. Com as alterações, o Ibovespa passará a ter 83 companhias – entre ações ordinárias e preferenciais, 86 papéis fazem parte da carteira teórica.
Commodities e bancos representam mais de 50% do índice
Mesmo com as mudanças, o índice continuará muito concentrado em empresas de commodities e bancos que, juntos, correspondem a mais de 50% da carteira. De acordo com a prévia divulgada nesta quinta-feira (31), as cinco maiores posições do Ibovespa ficarão assim:
- Vale (VALE3): 13,978%
- Petrobras (PETR4): 7,238%
- Itaú Unibanco (ITUB4): 6,459%
- Petrobras (PETR3): 4,459%
- Bradesco (BBDC4): 3,791%
O analista Fernando Ferrer, da Empiricus Research, explica que o peso excessivo destas companhias geram distorções grandes, principalmente em momentos em que as commodities caem ou sobem muito. “O Ibovespa, que deveria ser um benchmark para investimentos em renda variável, não é tão fiel à realidade”.
Mudanças dão continuidade ao processo de melhoria do Ibovespa
Por isso, as mudanças, ainda que pequenas – VAMO3 terá um peso de 0,2% no índice e RECV3, 0,3% -, representam a continuação de um longo processo de redução de concentração dos principais papéis.
“Ainda é pouco, mas eu diria que é a continuação de um caminho para melhorar o portfólio. Recentemente, a Vale representava 16% do Ibovespa. Agora, 13%. Aos poucos, pode ser que a gente vá diluindo a participação das grandes companhias”, finaliza.
Confira aqui a entrevista completa de Fernando Ferrer no Giro do Mercado: