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Sai Weg (WEGE3), entra Cosan (CSAN3): entenda o racional por trás da troca na carteira recomendada pela Empiricus para janeiro

Perspectivas favoráveis para a Cosan e desfavoráveis para o setor da Weg motivaram troca na carteira mensal da Empiricus Research

Por Juan Rey

08 jan 2024, 15:57 - atualizado em 08 jan 2024, 15:57

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A carteira de 10 ideias da Empiricus Research acaba de ser atualizada para janeiro, depois de render 6,8% em dezembro, o equivalente a 126,4% do Ibovespa. O destaque ficou por conta da saída de Weg (WEGE3) para a entrada de Cosan (CSAN3).

A intenção da alteração foi substituir uma empresa com receita vinda de exportação e dolarizada, como é o caso da Weg, por uma do setor cíclico doméstico, explicou a analista Larissa Quaresma, da Empiricus.

“Com o dólar mais baixo e a perspectiva de continuar assim, perdemos o interesse nesse tipo de vetor [de exportação]”, afirmou no programa Giro do Mercado (confira a entrevista completa aqui).

Por outro lado, a analista vê um horizonte positivo para as ações de empresas cíclicas domésticas. 

A perspectiva de continuidade de corte na Selic e do início de queda no juro dos EUA em 2024 formam uma combinação poderosa para as companhias do setor, principalmente as mais endividadas, já que as despesas com juros diminuem e os lucros são impactados positivamente. 

Com isso, o mercado reavalia os múltiplos para essas empresas, que tendem a ver seu upside subir significativamente.

Por que a Cosan foi a escolhida?

Neste contexto, a Cosan foi a escolhida para entrar na carteira. Além de se beneficiar do corte de juros, a holding está sendo negociada a valores extremamente atrativos, apontou a analista.

O desconto de holding está em torno de 20%. Deveria ser menor. Quando a gente soma o valor de todas as empresas da Cosan e compara com o valor de mercado da holding, o desconto é irracional. Esse é o principal fator de curto prazo, na nossa opinião”.

Outro fator que deve pesar favoravelmente para o papel é a normalização do setor de combustíveis no Brasil. Isso beneficia a Raízen (RAIZ4), principal companhia em termos de Ebitda para o grupo Cosan.

“Com a queda do petróleo e a normalização da atuação da Petrobras nesse setor, a atuação da Raízen na distribuição de combustíveis deve se beneficiar. Ano passado foi um ano de super oferta, de preço agressivo nos postos, e neste ano entramos em um ambiente de competição mais benigno”.

Outro vento positivo para a Raízen pode vir de seu etanol próprio. Larissa lembra que a companhia produz açúcar e etanol a partir dos seus próprios canaviais, e é a maior produtora individual de açúcar do mundo

“Pode ter um vento favorável de curto prazo no preço internacional do açúcar. A gente prevê um repique nesse final de safra que termina em março”.

Portanto, com o preço do açúcar e do etanol – as duas principais frentes da Raízen – remando a favor, além do ciclo de afrouxamento monetário, as ações da Cosan devem ser um dos destaques de 2024.

Quanto aos riscos da tese, a analista aponta justamente a irracionalidade na competição de preço entre as distribuidoras de combustível e os preços do açúcar e do etanol. “A gente tem uma expectativa boa, mas se esse cenário não se concretizar, a companhia será afetada. Estamos monitorando isso todos os dias”.

A Cosan é apenas uma das 10 ações recomendadas pela Empiricus Research para buscar lucros ainda em janeiro.

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Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br