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‘Se as coisas continuarem como estão, sentiremos saudades do dólar a R$ 6 reais’, afirma Felipe Miranda sobre as altas consecutivas da moeda americana

Em podcast da Empiricus Research, , Felipe Miranda analisa a possível permanência do dólar em patamares elevados durante o próximo ano, a depender dos movimentos do governo.

Por Maisa Leme

19 dez 2024, 10:40 - atualizado em 19 dez 2024, 10:40

lula dólar

Imagem: Mídia NINJA | Edição: CanvaPro

Nas últimas semanas, a cotação do dólar tem subido de forma consistente e, ontem (18), encerrou a sessão com novo recorde, de R$ 6,2679, com valorização de 2,78%. Na mesma data, em 2023, a moeda fechou o pregão em R$ 4,90. A dúvida que persegue o mercado agora é se a alta é apenas momentânea ou veio para ficar. 

Vamos ‘sentir saudades’ do dólar a R$ 6?

Na visão de Felipe Miranda, CIO da Empiricus Research, “se as coisas continuarem como estão [no âmbito fiscal], sentiremos saudades do dólar a R$ 6”. 

Para o economista, se o governo não realizar cortes de gastos mais duros, a tendência é a divisa americana continuar subindo nos próximos meses. 

Isso porque, basicamente, o mercado, em especial o investidor estrangeiro, tem se preocupado ainda mais com a diligência fiscal do país e retirado em peso seus recursos da bolsa brasileira. Só em 2024, até o dia 16 de dezembro, a B3 já acumula uma evasão de capital de R$ 32 bilhões. Esse movimento ajuda a valorizar o dólar frente ao real (BRL).

“Enquanto observarmos do governo, e do presidente, sinalizações de que a culpa dos especuladores de dólar é da Faria Lima, o mercado deve continuar piorando”, afirma Miranda.

Nesse sentido, ele cita uma frase de Michael Hartnett, do Bank of America, que diz que “quando o governo se assusta, o mercado para de se assustar”.

‘Popularidade de Lula segue alta, mas pode cair à frente’

Segundo levantamento de 27 de novembro, do instituto Paraná Pesquisas, o presidente Lula soma 46,1% de aprovação e 51% de rejeição pelo eleitorado.

Ainda assim, para o analista, apesar de pesquisas mostrarem uma popularidade relativamente alta, “o governo deveria olhar que, à frente, a tendência é de queda [se continuar com o atual comportamento]”.

“O meu medo é que, com a desaceleração da economia e a inflação alta, a popularidade do presidente cai, e aí o Lula responde a isso como? Com mais gasto público, como o próprio anúncio de mudanças no Minha Casa Minha Vida nesta semana, o dólar escapa mais e, sem [a contenção] fiscal, a popularidade cai ainda mais”, analisa Miranda.

ETF de Nasdaq (NASD11), Suzano (SUSB3) e Prio (PRIO3) são as recomendações do CIO para aproveitar a alta do dólar

Justamente pelo cenário se manter possivelmente difícil no ambiente doméstico por mais algum tempo, o CIO da Empiricus Research reforça a importância de se ter uma parte da carteira com exposição ao dólar. Seja via ações internacionais ou mesmo empresas brasileiras com receita dolarizada.

Nessa seara, ele recomenda especificamente o ETF que replica a carteira do índice Nasdaq, de ações americanas de tecnologia, o NASD11.

No Brasil, Miranda também enxerga valor em ações de commodities cujos ganhos são em dólar, como Suzano (SUZB3), do setor de papel e celulose, e a petrolífera Prio (PRIO3).

Além desses ativos, neste relatório gratuito você pode conferir 10 ações internacionais recomendadas pela casa de análise para investir ainda em dezembro. 

Sobre o autor

Maisa Leme

Jornalista em formação pela Faculdade Cásper Líbero. Atualmente, estagia em redação no site da Empiricus.