Nas últimas semanas, a cotação do dólar tem subido de forma consistente e, ontem (18), encerrou a sessão com novo recorde, de R$ 6,2679, com valorização de 2,78%. Na mesma data, em 2023, a moeda fechou o pregão em R$ 4,90. A dúvida que persegue o mercado agora é se a alta é apenas momentânea ou veio para ficar.
Vamos ‘sentir saudades’ do dólar a R$ 6?
Na visão de Felipe Miranda, CIO da Empiricus Research, “se as coisas continuarem como estão [no âmbito fiscal], sentiremos saudades do dólar a R$ 6”.
Para o economista, se o governo não realizar cortes de gastos mais duros, a tendência é a divisa americana continuar subindo nos próximos meses.
Isso porque, basicamente, o mercado, em especial o investidor estrangeiro, tem se preocupado ainda mais com a diligência fiscal do país e retirado em peso seus recursos da bolsa brasileira. Só em 2024, até o dia 16 de dezembro, a B3 já acumula uma evasão de capital de R$ 32 bilhões. Esse movimento ajuda a valorizar o dólar frente ao real (BRL).
“Enquanto observarmos do governo, e do presidente, sinalizações de que a culpa dos especuladores de dólar é da Faria Lima, o mercado deve continuar piorando”, afirma Miranda.
Nesse sentido, ele cita uma frase de Michael Hartnett, do Bank of America, que diz que “quando o governo se assusta, o mercado para de se assustar”.
‘Popularidade de Lula segue alta, mas pode cair à frente’
Segundo levantamento de 27 de novembro, do instituto Paraná Pesquisas, o presidente Lula soma 46,1% de aprovação e 51% de rejeição pelo eleitorado.
Ainda assim, para o analista, apesar de pesquisas mostrarem uma popularidade relativamente alta, “o governo deveria olhar que, à frente, a tendência é de queda [se continuar com o atual comportamento]”.
“O meu medo é que, com a desaceleração da economia e a inflação alta, a popularidade do presidente cai, e aí o Lula responde a isso como? Com mais gasto público, como o próprio anúncio de mudanças no Minha Casa Minha Vida nesta semana, o dólar escapa mais e, sem [a contenção] fiscal, a popularidade cai ainda mais”, analisa Miranda.
ETF de Nasdaq (NASD11), Suzano (SUSB3) e Prio (PRIO3) são as recomendações do CIO para aproveitar a alta do dólar
Justamente pelo cenário se manter possivelmente difícil no ambiente doméstico por mais algum tempo, o CIO da Empiricus Research reforça a importância de se ter uma parte da carteira com exposição ao dólar. Seja via ações internacionais ou mesmo empresas brasileiras com receita dolarizada.
Nessa seara, ele recomenda especificamente o ETF que replica a carteira do índice Nasdaq, de ações americanas de tecnologia, o NASD11.
No Brasil, Miranda também enxerga valor em ações de commodities cujos ganhos são em dólar, como Suzano (SUZB3), do setor de papel e celulose, e a petrolífera Prio (PRIO3).
Além desses ativos, neste relatório gratuito você pode conferir 10 ações internacionais recomendadas pela casa de análise para investir ainda em dezembro.