A WDC Networks (LVTC3), empresa de tecnologia com foco em telecomunicações e soluções corporativas, teve resultados considerados fracos no 1T22 em virtude do cenário macro prejudicial para o setor.
A posição na carteira permanece, contudo, visto que as perspectivas são positivas.
Nesse sentido, um aspecto colaborou para que houvesse crescimento de 6,9% na receita líquida, atingindo R$ 241 milhões, e chamou atenção pelo seu nível de participação nos resultados: o segmento da energia solar, com um aumento de 70% no lucro em relação ao 1T21.
Além disso, houve crescimento no ticket médio de novos contratos de locação de equipamentos de tecnologia (Technology as a Service – TaaS) superior a 79%.
Cristiane Fensterseifer e Reydson Matos, analistas da série Microcap Alert, avaliam os números e comentam sobre os principais pontos quanto ao desempenho da empresa.
Cenário macro prejudicial para telecomunicações
De acordo com a WDC, a queda do número de vendas (-8,8%) foi associada ao período de maior inflação, juros e incertezas econômicas, além dos efeitos da variante Ômicron entre os meses de janeiro e fevereiro, dificultando a captação de novos clientes no setor.
O prejuízo líquido registrado pela companhia foi de R$ 2,1 milhões no trimestre. Isso devido ao efeito do CDI mais alto e à correção de passivos e ativos em moeda estrangeira líquidos dos instrumentos de derivativos em posse da WDC utilizados como proteção em suas importações, que perdeu valor em vista da apreciação cambial do real frente ao dólar no 1T22. A última linha do balanço não foi pior devido à expansão do segmento de geradores fotovoltaicos.
Em relação ao endividamento, a WDC fechou o 1T22 com uma alavancagem de 1,5 vez seu Ebitda anualizado ajustado. Porém, emitiu debêntures no valor de R$ 600 milhões que poderão ser usados para alongamento da dívida ou novas aquisições.
Energia solar: nova modalidade em ascensão
O segmento de energia solar se sobressaiu no 1T22 com um avanço de 70,7% nas vendas totais na comparação anual, alcançando um lucro de R$ 94,7 milhões contra apenas R$ 55,5 milhões no 1T21.
Esse forte crescimento foi importante para mitigar os efeitos da queda nas vendas dos outros dois segmentos: telecomunicações e enterprise.
Quanto às telecomunicações, a queda foi de -32% na comparação anual. Já o enterprise apresentou queda de 2,9%.
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Entenda por que a posição se mantém na carteira
Apesar de os resultados mais fracos do 1T22 parecerem desanimadores, vale considerar alguns pontos.
Um deles é que o modelo de negócios da WDC é baseado em grande parte no modelo de aluguel de equipamentos (Technology as a Service, TaaS), de modo que a receita líquida tende a performar melhor que o nível de vendas.
Outro ponto importante a se observar quando analisada a evolução dos contratos de TaaS é que, apesar do ritmo de novos clientes no segmento de aluguel de equipamentos de tecnologia ter sido menor, o ticket médio de novos contratos apresentou crescimento de 79,6%.
Além disso, o backlog de receitas futuras nessa modalidade encerrou o 1T22 com uma carteira de R$ 606,8 milhões, 32,2% a mais que o mesmo período do ano anterior.
Veja quais as perspectivas futuras
“Olhando à frente, acreditamos que a empresa seja capaz de continuar crescendo suas vendas”, afirma Cristiane.
Ela complementa: “Com a taxa de juros chegando perto de seu nível terminal e com o segmento solar com perspectivas positivas para o restante do ano, esperamos melhores resultados para os próximos trimestres”.
Além disso, a analista enfatiza que um ponto-chave para a posição em LVTC3 é o seu preço.
Neste momento, o papel negocia 4,2 vezes seu lucro estimado para 2022, enquanto Intelbras (INTB3, seu principal par na Bolsa), que cresce em ritmo menor que WDC, negocia a cerca de 17,8 vezes lucros.
“Nesse patamar de preços, consideramos o papel em nível descontado e com uma boa assimetria para a compra”, destaca Cristiane.
Ela conclui: “Frente a isso e com a cabeça de longo prazo, continuamos com nossa indicação de compra para WDC Networks”.
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