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SLC Agrícola (SLCE3) dispara 10% em poucos dias após divulgar crescimento no valor de suas terras: vale a pena investir?

Em cinco dias, o papel subiu 10% após comunicar um crescimento no valor hectare acima da inflação e surpreendeu positivamente.

Por Ruy Hungria

03 jul 2024, 11:30 - atualizado em 03 jul 2024, 11:30

produção de grãos SLC Agrícola SLCE3
Imagem: Unsplash

As ações da SLC Agrícola (SLCE3) dispararam nesta semana com a divulgação da atualização da avaliação de seu portfólio de terras.

As propriedades foram avaliadas em R$ 11,6 bilhões pela consultora independente Deloitte Touche Tohmatsu Ltda., valor 6% maior que a avaliação anterior. Quando ajustamos pelo distrato de uma área de 10 mil hectares que não pôde ser registrada pela companhia, o crescimento teria sido de 7%.

Por que o mercado se surpreendeu?

Esse crescimento pegou o mercado de surpresa porque, em um período de forte desvalorização de commodities agrícolas, não se esperava um crescimento do valor do hectare, tampouco que ele superasse a inflação.

Com a atualização da avaliação das terras, o Valor Líquido dos Ativos (NAV) da SLC Agrícola chegou a R$ 13,2 bilhões, enquanto o valor de mercado da companhia ronda os R$ 8,5 bilhões, mesmo após a forte valorização da recente.

Apenas como curiosidade, se excluirmos do cálculo do NAV os estoques e os ativos biológicos (R$ 4,6 bi) chegamos a um valor próximo ao que a companhia negocia atualmente – assumindo que a avaliação das terras é justa, é como se o mercado não atribuísse valor à capacidade produtiva das terras.

Por outro lado, enquanto o preço das commodities não ajuda a melhorar o otimismo com os papéis, a avaliação de terras contribui para pelo menos estabelecer uma espécie de piso de valuation para a SLC, que mostra uma valorização anual “mesmas fazendas” de 14,15%, desde o IPO.

Fonte: SLC Agrícola.

Além das terras, a SLC também aproveitou para fazer atualizações de guidance que consideramos neutras para a safra 2023/2024.

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O que mudou no guidance da SLC Agrícola?

Por conta de problemas de clima no Maranhão, a produtividade do milho deve cair -4% na comparação com o último guidance. Problemas de clima também afetaram a produtividade da soja em -17%, cuja colheita já foi finalizada. Por outro lado, a produtividade do Algodão aumentou 2,5% e 5,6% para a 1ª e 2ª safras, respectivamente, mostrando mais uma vez os benefícios da diversificação de culturas e a estratégia acertada de aumentar o foco em algodão no último plantio.

Com relação às posições de hegde, tivemos poucas variações em termos de volumes e preços. A exceção foi o volume hedgeado de soja para 2024/25, que passou de 21,3% para 43,9%, mas sem grandes mudanças de preços por enquanto.

Por outro lado, tivemos grandes avanços nas compras de insumos para a safra 2024/25 na comparação com os números divulgados no 1T24. As compras de Cloreto de Potássio passaram de 75% para 100% da necessidade da companhia, de Nitrogenados passaram de 53% para 97% e Defensivos de 18,4% para 85%, o que sugere que a SLC têm encontrado boas oportunidades para reduzir seu custo de produção.

Nesta semana a companhia realiza seu Investor Day, e estaremos acompanhando de perto em busca de mais novidades.

Por 6,5x Valor da Firma/Ebitda e um yield projetado de 7,5% para 2024, SLC Agrícola (SLCE3) segue entre as recomendações da Empiricus Research para buscar dividendos.

Além dela, outros 4 papéis estão entre os favoritos da casa para o investidor que busca renda. Acesse a tese de cada um neste relatório gratuito.

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.