As ações da SLC Agrícola (SLCE3) dispararam nesta semana com a divulgação da atualização da avaliação de seu portfólio de terras.
As propriedades foram avaliadas em R$ 11,6 bilhões pela consultora independente Deloitte Touche Tohmatsu Ltda., valor 6% maior que a avaliação anterior. Quando ajustamos pelo distrato de uma área de 10 mil hectares que não pôde ser registrada pela companhia, o crescimento teria sido de 7%.
Por que o mercado se surpreendeu?
Esse crescimento pegou o mercado de surpresa porque, em um período de forte desvalorização de commodities agrícolas, não se esperava um crescimento do valor do hectare, tampouco que ele superasse a inflação.
Com a atualização da avaliação das terras, o Valor Líquido dos Ativos (NAV) da SLC Agrícola chegou a R$ 13,2 bilhões, enquanto o valor de mercado da companhia ronda os R$ 8,5 bilhões, mesmo após a forte valorização da recente.
Apenas como curiosidade, se excluirmos do cálculo do NAV os estoques e os ativos biológicos (R$ 4,6 bi) chegamos a um valor próximo ao que a companhia negocia atualmente – assumindo que a avaliação das terras é justa, é como se o mercado não atribuísse valor à capacidade produtiva das terras.
Por outro lado, enquanto o preço das commodities não ajuda a melhorar o otimismo com os papéis, a avaliação de terras contribui para pelo menos estabelecer uma espécie de piso de valuation para a SLC, que mostra uma valorização anual “mesmas fazendas” de 14,15%, desde o IPO.
Além das terras, a SLC também aproveitou para fazer atualizações de guidance que consideramos neutras para a safra 2023/2024.
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O que mudou no guidance da SLC Agrícola?
Por conta de problemas de clima no Maranhão, a produtividade do milho deve cair -4% na comparação com o último guidance. Problemas de clima também afetaram a produtividade da soja em -17%, cuja colheita já foi finalizada. Por outro lado, a produtividade do Algodão aumentou 2,5% e 5,6% para a 1ª e 2ª safras, respectivamente, mostrando mais uma vez os benefícios da diversificação de culturas e a estratégia acertada de aumentar o foco em algodão no último plantio.
Com relação às posições de hegde, tivemos poucas variações em termos de volumes e preços. A exceção foi o volume hedgeado de soja para 2024/25, que passou de 21,3% para 43,9%, mas sem grandes mudanças de preços por enquanto.
Por outro lado, tivemos grandes avanços nas compras de insumos para a safra 2024/25 na comparação com os números divulgados no 1T24. As compras de Cloreto de Potássio passaram de 75% para 100% da necessidade da companhia, de Nitrogenados passaram de 53% para 97% e Defensivos de 18,4% para 85%, o que sugere que a SLC têm encontrado boas oportunidades para reduzir seu custo de produção.
Nesta semana a companhia realiza seu Investor Day, e estaremos acompanhando de perto em busca de mais novidades.
Por 6,5x Valor da Firma/Ebitda e um yield projetado de 7,5% para 2024, SLC Agrícola (SLCE3) segue entre as recomendações da Empiricus Research para buscar dividendos.
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