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SLC Agrícola (SLCE3) tem previsão positiva para Safra 2024/25 apesar de condições climáticas adversas

A SLC Agrícola (SLCE3) apresentou o tão esperado guidance para a Safra 2024/2025, com revisões positivas. Veja mais.

Por Ruy Hungria

04 out 2024, 12:04 - atualizado em 04 out 2024, 12:04

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Imagem: iStock/ aapsky

Na semana passada, a SLC Agrícola (SLCE3) apresentou o tão esperado guidance para a Safra 2024/2025, com revisões positivas que inclusive provocaram uma forte alta dos papéis no dia da divulgação. 

Safra prevista da SLC Agrícola (SLCE3) é otimista em meio a condições climáticas desfavoráveis

A área plantada será de 736,9 mil hectares (ha), uma expansão de +11,4% em relação à safra da SLC Agrícola anterior. Esse aumento é reflexo do aumento de terras (arrendamentos e JVs anunciados nos últimos meses) e também de uma melhora da perspectiva climática, depois de uma safra 2023/2024 bastante impactada pelo El Niño. 

É importante mencionar que o guidance foi divulgado justamente no momento em que o mercado começava a se preocupar com as condições climáticas, especialmente pela falta de chuvas no Centro-Oeste. Com o guidance, a SLC mostrou que segue confiante na próxima safra, o que explica em partes a reação positiva dos papéis. 

Em termos de produtividade, notamos uma pequena melhora de aproximadamente 2,5% em Algodão (1ª e 2ª safras e caroço), enquanto Soja e Milho devem ficar praticamente estáveis na comparação com o período anterior.

Custos no agro devem cair com fertilizantes mais baratos

A expectativa de custos também animou. Os custos por hectare devem apresentar queda de -5,2%, ajudados pela retração nos preços de fertilizantes, defensivos e sementes, que devem amenizar o recuo no preço dos grãos. O grande destaque deve ser a Soja, com expectativa de queda de -8,3% nos custos por hectare.

Aproveitando o lançamento do guidance da SLC Agrícola, nesta semana aproveitamos para conversar com o RI da companhia, que nos trouxe outras atualizações importantes. 

Em termos de oferta e demanda, o cenário para Soja e Milho deve ser de preços baixos por mais algum tempo, a não ser que tenhamos um clima muito ruim no Brasil e na Argentina culminando em quebra de safra. A parte boa é que com tamanha sobreoferta precificada e produtores marginais com margens pressionadas, os preços parecem mais próximos do piso.

Para o Algodão, o cenário de oferta melhorou, especialmente após o furacão Helene atrapalhar parte importante da produção nos Estados Unidos, o que deve trazer sustentação para os preços, que já estavam em patamares bastante rentáveis para a companhia. A demanda por outro lado segue praticamente em linha com os últimos anos, o que não é nem bom, nem ruim. No entanto, podemos começar a ver um aumento do consumo com a queda de juros nos Estados Unidos. 

Apesar do clima volátil, RI da SLCE3 apresenta consistência em entregar valor aos acionistas

Com relação ao clima, que tem sido um ponto de preocupação dos investidores, as perspectivas para as chuvas estão boas para o mês de outubro, o que ajudaria o plantio imediato e abriria uma janela favorável para o milho de 2ª safra no início do ano que vem.

No entanto, a gestão lembra que o clima tem sido bastante volátil nos últimos anos e não descarta contratempos. Inclusive, ela já possui um “plano B” caso as chuvas demorem, recorrendo a um maior plantio de algodão por conta da maior rentabilidade – assim como aconteceu na última safra e acabou trazendo bons resultados.

Por fim, o time mencionou que as oportunidades de arrendamento seguem aparecendo, reflexo dos preços baixos de grãos, e isso deve contribuir para os planos de acrescentar 35 mil hectares por ano ao seu portfólio.

Apesar de um curto prazo ainda desafiador por conta dos preços baixos de Soja e Milho, o guidance e o bate-papo reforçaram os esforços e a capacidade de a SLC Agrícola gerar valor aos acionistas através da melhora de produtividade, controle de custos e crescimentos oportunísticos.

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Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.