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Small Caps: vale a pena investir? Entenda como analisar e encontrar esse tipo de ação

As Small Caps são empresas com baixo valor de capitalização de mercado, e que por isso possuem um potencial maior de crescimento. Saiba como as Small Caps funcionam e se vale a pena investir nelas.

Por Equipe Empiricus

18 maio 2023, 11:12 - atualizado em 19 fev 2024, 12:12

Imagem representando Small Caps, com moedas e um gráfico ao fundo.
Imagem representando Small Caps, com moedas e m gráfico ao fundo.

Todo bom investidor está sempre à procura de novidades. Nesse sentido, no mercado acionário, as açõs Small Caps se destacam por terem, ao menos em tese, um grande potencial de valorização à frente. Por isso, normalmente elas estão entre os principais investimentos daqueles que possuem um perfil mais arrojado e que buscam uma grande valorização no futuro. podem ser boas ações para investir. Investidores do perfil arrojado gostam da possibilidade de rentabilidade das small caps.

Mas, antes de investir em Small Caps é preciso saber como funciona, quais suas características e como aplicar dinheiro nesse tipo de ação.

O que são Small Caps?

Para entender o que são as Small Caps, primeiro precisamos compreender seu posicionamento na bolsa de valores. Isso porque as empresas cotadas na bolsa possuem valores astronômicos, chegando a valer trilhões de reais.

Nesse sentido, as ações Small Caps são as ações de empresas com valor entre R$300 milhões e R$2 bilhões. O que, de acordo com as demais empresas do mercado, são consideradas pequenas.

Outras características que definem as Small Caps, são:

●  Faturamento de milhões, mas que, ainda sim, é considerado pequeno em relação às demais companhias do mercado;

●  Liquidez baixa, entre 3 e 5 milhões de reais em negociações diárias;

●  Não fazem parte do Ibovespa (índice de desempenho das ações mais negociadas na bolsa).

Em outras palavras, para acompanhar o comportamento dessas ações, o investidor deve ficar de olho no SMLL, que é um índice próprio para Small Caps. Entretanto, para que a empresa faça parte do mesmo, precisa estar fora do Ibovespa, negociar ações a menos de R$1,00 e não estar em processo de recuperação na justiça.

Como funciona uma Small Cap?

As ações Small Caps derivam-se de empresas com baixo valor atribuído pelo mercado. Assim, ao avaliar um conjunto de empresas consideradas Small Caps, são avaliados quesitos como:

●  Faturamento do empreendimento;

●  Volume de negociação;

●  Valor de mercado, entre outros.

Dessa forma, os valores relacionados às Small Caps são variáveis. Confira no exemplo abaixo:

O faturamento pode estar entre R$500 e R$5 bilhões;

Seu valor de mercado pode partir de R$ 300 milhões até R$2 bilhões;

O volume de negociações pode ser menor de R$50 milhões por dia.

Assim, vamos considerar que as ações Small Caps estão presentes em empresas com valor de mercado na faixa dos R$300 milhões a R$2 bilhões de reais.

Em suma, para chegar a estes números, uma fórmula muito simples é utilizada. Desse modo, para calcular se as ações de uma empresa são ou não Small Caps, utilize a sentença abaixo:

Valor de Mercado (VM) = Número de ações emitidas X Cotação.

Outras classificações de empresas

Definir o tamanho das empresas no mercado é algo muito importante para os investidores. Dessa forma, existem diversas classificações atualmente, e você pode conferir logo abaixo aquelas realizadas pelo market cap, da menor para a maior:

  • Nanocaps:  empresas com menos de R$50 milhões;
  • Microcaps: empreendimentos que vão de R$50 milhões a R$300 milhões;
  • Small Caps: categorizado entre R$300 milhões a R$2 bilhões;
  • Mid Caps: que vai de R$2 bilhões a R$10 bilhões;
  • Large Caps: empresas com alto valor, entre R$10 bilhões a R$200 bilhões;
  • Mega Caps: por fim as gigantes, avaliadas em mais de R$200 bilhões.

A fim de exemplificar de maneira mais clara, trouxemos abaixo algumas das principais características de cada classificação. Entretanto, salientamos que algumas delas podem “flutuar”, segundo a variação da cotação de suas ações no mercado.

Nanocaps

As nano caps estão vinculadas a empresas de capital aberto, que possuem um custo bem alto para estarem presentes na B3. Dessa forma, seus empreendimentos contam com capitalização de mercado inferior a R$50 milhões de dólares (aproximadamente 200 milhões de reais).

Atualmente, algumas empresas que possuem esta classificação, são:

●  Viver Incorporadora – VIVR3 (Construtora);

●  Bardella – BDLL4 (Indústrias mecânica);

●  Cambuci – CAMB4 (Vestuário).

Microcaps

As microcaps classificam-se logo abaixo das Small Caps. Nesse sentido, a volatilidade desse tipo de empreendimento é muito alta e ele possui um maior risco do que as Small Caps. Microcaps possuem valor de negociação no mercado entre R$50 milhões e R$300 milhões.

Isso ocorre devido ao fato dessas ações possuírem menor liquidez, o que as fazem passar por momentos drásticos de alta ou queda.

Confira abaixo alguns exemplos de microcaps:

●  Springs – SGPS3 (Artigos têxteis).

●  Grazziotin – CGRA4 (Varejista);

●  Portobello – PTBL3 (Cerâmica).

Mid Caps

As mid caps estão classificadas no valor de mercado para empreendimentos entre R$2 e R$10 bilhões. Uma das principais características desta modalidade é a atuação nacional e internacional, além de menor volatilidade de mercado.

Ao ver os exemplos abaixo, você descobrirá que estas empresas são muito conhecidas. Confira:

●  Grendene – GRND3 (Setor calçadista);

●  MRV – MRVE3 (Construtora);

●  Hering – HGTX3 (Vestuário);

●  CVC – CVCB3 (Turismo).

Large Caps

As Large Caps inauguram valores impressionantes no mercado. Por isso, estão classificadas em empreendimentos com valores acima de R$10 bilhões de dólares (aproximadamente 40 bilhões de reais).

Elas são responsáveis por grande parte da composição do Ibovespa, possuindo grande peso neste índice. Nesse sentido, a cotação das Large Caps é responsável por influenciar drasticamente o desempenho do IBOV.

Além disso, as Large Caps:

●  Contam com alta liquidez na bolsa de valores;

●  São acompanhadas por diversos profissionais do mercado (investidores, corretoras, bancos, empresas de classificação de risco, etc);

●  Possuem resultado mais previsíveis (com menos volatilidade);

●  Contam com capital aberto;

●  Tem reconhecimento internacional;

●  Podem negociar ações em bolsas estrangeiras (ADRs).

Algumas das maiores Large Caps, que são negociadas fora do Brasil, são:

●  Petrobras – PETR3 (Petrolífera);

●  Itaú – ITUB3 (Banco);

●  Vale – VALE3 (Mineradora);

●  Ambev – ABEV3 (Setor de bebidas);

●  Bradesco – BBDC3 (Banco).

Mega Caps

Por fim, temos as gigantes do mercado, classificadas como mega caps. Entretanto, as mega caps também estão enquadradas como Large Caps, possuindo valor superior a 200 bilhões de dólares.

Então, por que chamá-las de mega caps?

Isso ocorre devido a necessidade de classificar estas empresas como as maiores do mundo, mostrando que elas influenciam todo o mercado global.

A princípio, as principais mega caps negociadas na B3, são:

●  Microsoft – MSFT34;

●  Apple – AAPL34;

●  Facebook – FBOK34;

●  Google – GOGL34;

●  JP Morgan – JPMC34.

Quais são as características das Small Caps?

As principais características das Small Caps tendem a chamar a atenção de investidores destemidos. Isso porque o índice Small Caps mostra que, a longo prazo, as mesmas possuem grandes taxas de valorização.

Entretanto, é importante salientar que grandes retornos financeiros no mundo das ações costumam vir acompanhadas de alguns riscos.

Então confira suas características abaixo:

Menor valor de mercado

As Small Caps possuem baixo valor de mercado, fato que as classificam nesta modalidade. Assim, seu valor está estimado entre R$300 milhões e R$2 bilhões.

Menor liquidez

Ações Small Caps possuem uma menor liquidez (volume dos papéis negociados ao longo do dia), em comparação com outros empreendimentos. 

Dessa maneira, grandes investidores costumam se manter longe das Small Caps. Já que podem encontrar dificuldades para vender todas as suas ações num espaço curto de tempo, caso venha a precisar.

Menor cobertura pelo mercado

Devido a sua liquidez, as Small Caps costumam fazer parte de carteiras de fundos, gestoras e grandes investidores institucionais. Por isso, é comum que as mesmas fiquem desacompanhadas pelo mercado.

Dessa forma, as empresas de análise de risco deixam de realizar análises sobre as perspectivas e resultados das Small Caps da bovespa. O que acarreta um menor número de informações a respeito delas no mercado.

Por fim, ações com menos liquidez podem deixar de ter cobertura por corretores, visto que o baixo volume nas negociações não geram taxas de corretagem para essas instituições.

Maior volatilidade na cotação

Algumas situações influenciam a volatilidade na cotação das Small Caps. Dentre elas:

●  O fato de empresas Small Caps possuírem menor liquidez e não serem acompanhadas pelo mercado;

●  A venda ou compra de ações por grandes investidores, o que pode jogar o valor para o alto ou derrubá-lo;

●  A falta de acompanhamento de empresas de análise, o que dá menos informações sobre as previsões para o futuro.

Assim, ao contrário das empresas com maior market cap, as análises de mercado são realizadas com menor frequência. Dessa forma, o mercado toma consciência dos resultados apenas quando os mesmos são divulgados pelas companhias.

Em resumo, a correção da cotação das Small Caps acontece abruptamente, o que faz aumentar a percepção de volatilidade a respeito delas.

Maior risco

O risco em se adquirir Small Caps é maior, devido ao fato de serem ações mais voláteis. Entretanto, um maior risco pode estar ligado a maiores lucros, o que interessa aos investidores menos conservadores.

Além disso, o risco em se investir em ações Small Caps também está associado ao fato de que essas empresas costumam ter mais dívidas, atreladas ao investimento para crescimento futuro do negócio.

Desse modo, a cotação de Small Caps fica mais vulnerável devido às mudanças econômicas, principalmente quando esta mudança diz respeito ao aumento de juros.

Maior potencial de retorno

A melhor característica das Small Caps: seu potencial de retorno financeiro. Esse, sem sombra de dúvida, é o que mais atrai os investidores para este investimento, por mais que ele seja arriscado

Isso acontece devido ao potencial de crescimento que as Small Caps apresentam, já que quase toda grande empresa já foi uma Small Cap na bolsa de valores.

Assim, o investidor que encontra empresas Small Caps com pouca cobertura e potencial de crescimento, tem a chance de apostar em boas oportunidades a médio e longo prazo.

Vantagens de investir em Small Caps

Existem inúmeras vantagens para pessoas que estão pensando em investir em Small Caps. De modo que, todas essas vantagens giram em torno de uma fragilidade das Small Caps: sua volatilidade.

Isso ocorre devido ao fato de grandes empresas, como Petrobrás, Itaú, Banco do Brasil, Vale, entre outras, já estarem consolidadas e variarem muito pouco com o passar do tempo, o que não gera tanto lucro para seus investidores. 

Entretanto, as empresas Small Caps contam com um potencial enorme de crescimento, o que pode gerar ótimos retornos para seus acionistas.

Veja abaixo algumas das principais vantagens, ao investir em Small Caps:

● Muitas vezes são empresas novas ou recentes, que frequentemente acabaram de realizar seu IPO, e que por isso ainda não foram “descobertas” pelo mercado;

● Possuem potencial de crescimento gigantesco, o que significa uma perspectiva de alto rendimento financeiro para seus investidores;

● Empreendimentos que podem estar mal precificados, mesmo contando com boa gestão e market share. Assim, quando precificados de maneira certa, podem triplicar seu valor patrimonial;

● Empresas Small Caps tem o potencial de serem incorporadas por concorrentes, o que aumenta seu valor e importância.

É importante salientar que empresas que hoje fazem parte do Ibovespa já foram Small Caps, entre elas o Magazine Luiza, que conhecemos tão bem. Em resumo, os papéis do magazine passaram de R$7,00 para R$140,00.

Riscos de Investir em Small Caps

Para quem investe nesta modalidade, os riscos das Small Caps podem ser desafiadores.

Pensando nisso, a dica é que este investimento seja realizado de forma calculada, com um valor planejado para esse fim e o intuito de investi-lo por um prazo de, no mínimo, 5 anos.

Essa proteção é muito importante, já que este é um investimento de médio a longo prazo, em que a valorização tende a acontecer de acordo com inúmeras alterações do mercado. 

Por isso, existe o risco de investir em Small Caps e elas não se valorizarem, assim como o de se valorizarem ao ponto de se tornarem Large Caps.

Além disso, os riscos são:

●  Maior volatilidade no mercado;

●  Menor volume de negociação na bolsa;

●  Dificuldade de acesso a informações e análises.

Isso porque, empresas de pequeno porte podem ser muito recentes, possuindo poucas informações. Além disso, os analistas costumam se voltar para as Large Caps, devido a sua importância no mercado e o volume de transações que negociam todos os dias.

Vale a pena investir em Small Caps?

Esse é um investimento arriscado, por isso é importante pesquisar muito e ter uma carteira diversificada.

Reiteramos também que o investidor deve colocar um valor específico, que se perder não irá impactar sua vida financeira, além de ser uma quantidade da qual pode abrir mão por um período de 2 a 5 anos.

Como investir em Small Caps?

Existem 3 formas de investir em ações Small Caps. 

São elas:

●  Através do pregão da B3;

●  Através de fundos de índices (ETFs);

●  Por meio dos fundos tradicionais de investimento.

Nesse sentido, veja como eles funcionam abaixo:

Ações de Small Caps (diretamente no pregão da B3)

Para realizar a compra através do pregão da B3, o investidor precisará abrir uma conta numa corretora de sua escolha. Desse modo, a compra acontece como a de qualquer outra ação.

No caso das Small Caps, é indicado que o investidor confira a relação dos analistas da corretora com Small Caps, para saber se eles as acompanham. Assim, fica mais fácil acessar informações seguras sobre as empresas que você deseja investir.

A partir do momento que a corretora é escolhida, o investidor precisa criar uma carteira de investimentos inteligente e adicionar as Small Caps como uma estratégia dentro dela. Visto isso, basta executar as ordens de compra e venda e começar a movimentar suas Small Caps, avaliando-as periodicamente.

ETF de SMLL

Ao investir em EFTs, você está comprando fundos de índice responsáveis por replicar a carteira do Ibovespa e IBrX. Dessa forma, suas cotas são negociadas como se elas mesmas fossem as ações.

Nesse sentido, existem atualmente dois ETFs disponíveis na B3. O primeiro deles se chama iShares BM&FBovespa Small Cap Fundo de Índice, e funciona sob a gestão BlackRock sendo negociado com o código SMAL11. Já o segundo é o Banco Itáu, que funciona com o código SMAC11.

Em resumo, caso você queira investir em um dos fundos EFTs, é necessário realizar a compra das cotas na bolsa de valores. Assim, cada ETF irá comprar as ações que compõem o índice Small Caps e as ajustará de acordo com eventuais mudanças.

Algumas vantagens desse fundo, são:

●  Representa um conjunto de ativos, ao contrário da compra tradicional que necessita da compra de papel por papel;

●  Mantém a carteira diversificada;

●  Possui taxa na B3 de 0,50% ao ano, que é considerada baixa se comparada com a média dos fundos de ações.

Fundos de Small Caps

Fundos tradicionais são focados em small caps e contam com profissionais especializados para montar as cotas. Outra informação interessante sobre os fundos de Small Caps, é que essas empresas somam um patrimônio de R$6,5 bilhões no ano de 2020.

Dessa forma, em vez de decidir em quais ações investir, o cliente pode investir em fundos criados por profissionais preparados, dedicados a essa tarefa.

Assim, para investir Small Caps não é preciso realizar o cadastro em corretoras, já que as cotas são vendidas fora desse ambiente. Entretanto, as taxas podem ser um pouco mais altas, em comparação com o EFT, o que não tira o atrativo da comodidade e assertividade que esse tipo de investimento propõe.

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