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Sinqia (SQIA3): valorização de 1.000% e subindo

Entenda como Sinqia se valorizou mais de 10 vezes — e se ainda dá tempo de subir a bordo

Por Matheus Egydio

18 jan 2021, 03:53

As ações da Sinqia (SQIA3) são indicadas por Rodolfo Amstalden e Max Bohm, analistas e sócios da Empiricus, na série Microcap Alert, desde janeiro de 2015.

De lá para cá, a ação valorizou mais de 1.000%.

Neste artigo, vamos detalhar o caminho percorrido pela empresa, seu perfil de forças e fraquezas e se ela continua sendo uma oportunidade para nós, investidores.

Para facilitar a leitura, estruturamos o conteúdo nos seguintes tópicos:

A trajetória da Sinqia (SQIA3), primeira tenbagger da Empiricus

Se você não entendeu uma das palavras desse título, arriscamos dizer que foi tenbagger. Esse conceito diz respeito ao sonho de todo investidor: são ações que se multiplicam 10 vezes e podem levar qualquer pessoa para outro patamar na vida.

E nós proporcionamos isso aos nossos assinantes, através da Sinqia (SQIA3).

A empresa nasceu em 1996, sob o nome de Senior Solution. A ideia era (e ainda é) oferecer softwares e serviços para o setor financeiro, contemplando praticamente qualquer empresa que trabalhe na área.

Hoje, é o que se classifica como uma fintech.

Com sede de crescimento agressivo, a gestão da Senior Solution decidiu fundamentar a estratégia de expansão da empresa numa palavra: aquisições.

Por meio delas, a empresa se consolidou no mercado e aumentou consideravelmente o seu portfólio, atendendo bancos e fundos de investimentos, além de fornecer soluções de previdência privada, consórcios, outsourcing e consultoria.

Em 2013, atrás de mais investimentos, realizou seu IPO na B3 sob o ticker de SNSL3 e… o mercado ignorou.

Mas nós, não.

Em 2015, o valor dos papéis já registrava 30% de queda. Então o Rodolfo, na época responsável pela série Microcap Alert, recomendou a compra de SNSL3.

Ele percebeu que a Senior Solution, com um faturamento de meros — em termos de Bolsa — R$ 70 milhões, já dava indícios de boa gestão ao dispor de um lucro líquido de R$ 11 milhões e um caixa líquido de R$ 40 milhões, que sustentava a estratégia de crescimento inorgânico.

Para ele, ficou claro que se tratava de “um pote de ouro escondido nas esquinas da Bolsa, que ainda não despertou a atenção do grande público”.

O tempo trouxe a resposta: em três anos, a Senior Solution mais que dobrou seu faturamento para R$ 150 milhões, além de mais que triplicar seu valuation, saltando de R$ 100 milhões para R$ 316 milhões.

E nesse ínterim, a valorização de SNSL3 excedeu 1.000%. Se você tivesse investido R$ 10 mil, hoje você teria…

Preferimos que você mesmo faça esse cálculo e entenda a dimensão do resultado.

Depois de se tornar a primeira tenbagger surfada pela Empiricus, a companhia se remodelou quase que por completo, vindo ao mercado com um novo nome e portfólio reorganizado.

Senior Solution virou Sinqia, SNSL3 deu espaço para SQIA3.

Então, nossos analistas foram convidados para uma reunião na sede da nova empresa e, ao conhecerem a nova estrutura de produtos, ficaram ainda mais otimistas com o futuro da Sinqia.

Vamos entender, detalhadamente, o que a empresa oferece na próxima seção.

Nos bastidores da ascensão meteórica: as propostas de valor e os clientes da Sinqia (SQIA3)

Desenvolver um software é caro. Quando falamos de programas para o setor financeiro, então, a exigência acerca da segurança, estabilidade e sofisticação é ainda mais alta.

Só que as empresas desse setor não podem se dar ao luxo de simplesmente ignorar a necessidade de ter um software: com a ascensão das fintechs, até os tradicionais bancões correm para se tornar mais tecnológicos.

É aí que entra a Sinqia, com as mais variadas soluções para as necessidades desses players. As 17 empresas adquiridas por SQIA3 foram sintetizadas em quatro segmentos na linha de softwares e dois na de serviços, com uma gama de propostas de valor distintas.

Abaixo, os infográficos especificam todas elas e seus respectivos faturamentos:

Plataformas Sinqia SQIA3

Fonte: Sinqia

Assim, a prateleira de produtos da fintech se mostra bastante rica para atender as demandas operacionais dos seus mais de 300 clientes.

E, por falar nisso, vamos aos clientes mais importantes da Sinqia:

Clientes importantes da Sinqia (SQIA3)

Fonte: Sinqia

Além da quantidade de empresas que confiam na competência da Sinqia, podemos ver que se tratam de grandes instituições financeiras.

Além disso, as fintechs procuram pela expertise da companhia com uma frequência cada vez maior, o que nos leva à próxima seção.

A vencedora da luta entre bancos e fintechs é…

A ascensão das fintechs chama atenção há alguns anos e essa tendência não mostra sinais de desaceleração.

Provas, não faltam.

Warren Buffett, por exemplo, investiu mais de US$ 600 milhões na brasileira Stone e na indiana Paytm. Enquanto isso, do outro lado do mundo, a gigante chinesa Tencent pagou US$ 180 milhões por 5% do Nubank.

E isso significa briga.

Como explica Max Bohm, “a disrupção digital mexe com antigas estruturas”. Os bancões se vêem incomodados e começam a se mexer: o Bradesco criou o Next; o Santander fundou a Pi; e o Itaú traz o Iti.

Esse embate continua mais aquecido do que nunca, enquanto especialistas se dividem entre qual lado sairá vencedor.

A questão é que já há uma vencedora.

O que une a dicotomia banco-fintech é a demanda por softwares financeiros. Independente do lado, ambos se fundamentam na tecnologia. Assim, “Sinqia olha esse cenário e pensa: ambos os polos vão precisar de mim”, diz Max.

E para lucrar intensamente com esse cenário, a Sinqia conduz estudos para expandir seu portfólio com três novas vertentes, a Sinqia Fintechs; Pagamentos; e Seguradoras.

Independente de quem sobreviver no conflito entre tradicional e disruptivo, a Sinqia aproveita o crescimento tecnológico.

Até mesmo Aquiles tinha um ponto fraco

Até aqui, tudo soa bom demais para ser verdade, não é? Pois bem, vamos ser justos e apontar os pontos fracos de SQIA3 nesta seção.

O primeiro deles diz respeito à baixa liquidez da companhia, por ser uma empresa com menor valor de mercado. Enquanto integrante do mercado de acesso (o Bovespa Mais), esse foi um dos maiores incômodos dos investidores.

Mesmo com a transição para o Novo Mercado — mais alto grau de governança corporativa da B3 —, a SQIA3 continuou com o problema. Uma participação do BNDES de 11,4% no capital da empresa era fonte de certa angústia, gerando um temor do mercado “quanto a uma possível pressão vendedora no momento em que a instituição decidisse se desfazer da sua posição”, conta Max.

Como consequência, a ação negociava pouco. E se o BNDES resolvesse vender tudo o que tinha, ia inundar o mercado com oferta e fazer a cotação despencar.

O alívio veio em 2019, quando a Sinqia (SQIA3) divulgou um comunicado ao mercado informando que o BNDES havia vendido grande parte de sua posição em uma operação sem maiores traumas — saindo de 1,4 milhão de ações para 517,7 mil.

O caminho para conquistar mais liquidez se encontra livre, mas a Sinqia ainda precisa de tempo para concluí-lo.

O segundo ponto é a alta volatilidade de SQIA3. Aqui, precisamos enfatizar que ela se trata de uma microcap, ou seja, o potencial de valorização é tão alto quanto o de queda.

Esse risco deve se traduzir num peso menor da ação dentro do portfólio, evitando que perca grandes quantias. Para tangibilizar isso, o próprio Rodolfo deixou claro, na primeira indicação de Sinqia (ainda Senior Solution, lá em 2015) que o papel devia representar 1% da carteira dos assinantes.

Por fim, a própria estratégia de crescimento da Sinqia é, em maior ou menor grau, uma faca de dois gumes. Isso porque as aquisições trazem pressões de custos no curto prazo e, portanto, deixam a empresa um tanto quanto vulnerável.

Ainda dá tempo de pegar esse trem?

As portas estão abertas. Se você perdeu a oportunidade de surfar nessa valorização de 1.000%, fique tranquilo: há fortes chances de estarmos falando não apenas de uma consolidadora do mercado financeiro.

Mas, antes, vamos destacar a sofisticação do portfólio da Sinqia.

Além das três novas vertentes que citamos, a empresa quer adicionar mais soluções nos segmentos de bancos e fundos, destacadas abaixo:

Estratégias de M&A - Sinqia

Fonte: Sinqia

Atendendo ainda mais frentes do mercado financeiro, a Sinqia não pretende se acomodar e, portanto, tampouco os preços de suas ações.

O ponto crucial, aqui, é que o setor é muito pulverizado. Para colocarmos em números, a Sinqia é líder no mercado e só possui 5% de market share.

E isso nos leva de volta ao seu papel como consolidadora.

Com caixa disponível e uma estratégia de aquisições no próprio DNA da companhia, a Sinqia se encontra com uma avenida de crescimento absurda pela frente. A gestão não esconde: “diante de um mercado extremamente pulverizado, há diversas empresas mapeadas que podem ser tornar alvo para uma possível consolidação”.

Conclusão

Com potencial de valorização mais do que comprovado, essa tenbagger continua crescendo e consolidando o mercado financeiro. Não obstante, se beneficia tanto do crescimento dos bancões quanto das fintechs, uma vantagem muito conveniente hoje em dia.

Apesar da baixa liquidez e das pressões de custos que as aquisições carregam, a gestão já se mostrou suficientemente competente para lidar com esses pontos fracos no longo prazo.

Max dá seu parecer: perante um mercado “bastante pulverizado e dado que a Sinqia é a principal consolidadora, não seria uma ousadia pensar em uma empresa com R$ 500 milhões de faturamento com mais de 10% de market share nos próximos cinco anos”.

Assim, finalizamos este artigo sugerindo que você preencha até 7% do seu portfólio de ações comprando SQIA3 — enquanto ainda dá tempo.

Sobre o autor

Matheus Egydio

Escreve para o site da Empiricus, MoneyTimes e Seu Dinheiro.