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Stone (STOC31): resultado do 1T24 mostra caminho certo para atingir o guidance; confira

O balanço de Stone veio acima do consenso de mercado. Ainda assim, a ação caiu 7% no after market; entenda por que

Por Larissa Quaresma, CFA

14 maio 2024, 11:09 - atualizado em 14 maio 2024, 11:09

Mulher segura maquininha da Stone (STOC31) STNE
Imagem: Instragram/Reprodução

Ontem (13), após o fechamento do mercado, a StoneCo (STOC31) reportou seu resultado do 1T24. O balanço veio em linha com a nossa expectativa e acima do consenso de mercado – excluindo o efeito da mudança contábil realizada no trimestre, que acabou poluindo os números.

A companhia reafirmou seu compromisso de entregar o guidance do ano, de R$ 1,9 bilhão em lucro líquido, o que achamos ainda mais factível após esse resultado.

Stone segue ganhando participação de mercado junto aos PMEs

A companhia adicionou 205 mil pequenas e médias empresas (PMEs) à sua base de clientes, agora com 3,7 milhões de empresas (+32% a/a).

Com isso, o volume de pagamentos processados (TPV) cresceu 18% ao ano, para R$ 114 bilhões. O indicador superou nossa expectativa de R$ 106 bilhões.

Essa é a principal métrica do negócio. Por isso, entendemos que os fundamentos estão em ordem: a companhia segue ganhando participação de mercado junto aos PMEs, seu principal cliente.

Receita líquida consolidada cresceu 16% em 12 meses

A receita líquida consolidada somou R$ 3,1 bilhões, expansão anual de 16% excluindo a mudança contábil.

A alta é explicada por dois fatores. O primeiro é a parte transacional (+12%), impulsionada pelo mencionado crescimento de TPV. O segundo é a parte de receitas financeiras (+27%), fomentadas pelo maior volume de depósitos, de antecipação de recebíveis e do crédito de capital de giro, em linha com a tese de evolução da plataforma de banking como ferramenta de monetização adicional.

Essas linhas foram parcialmente compensadas pelo desempenho esperadamente mais fraco de software (+3%). A performance foi afetada pelo desinvestimento de alguns negócios (CreditInfo e PinPag); portanto, sem grandes preocupações.

Stone ganhou margem e diluiu gastos no 1T24

Os custos e despesas totalizaram R$ 2,5 bilhões, alta anual de 5%. A linha veio abaixo do crescimento de receita e, portanto, com ganho de alavancagem operacional (diluição de gastos com ganho de margem).

Mesmo com a expansão de 36% nas despesas de marketing em função de uma ação no programa Big Brother Brasil, a evolução consolidada não foi tão expressiva.

Isso se deve à redução de 12% nas despesas administrativas (economias em viagens e serviços de terceiros) e de 2% na despesa financeira (Selic menor).

Inadimplência tem nível saudável e provisionamento segue conservador

Destacamos, ainda, que o índice de inadimplência de +3 meses do portfólio de crédito de capital de giro continua saudável em 1,5%. E o provisionamento segue conservador, o que vemos como positivo.

Com isso, o lucro líquido ajustado foi de R$ 450 milhões (+90%), ou de R$ 504 milhões (+113%) excluindo a mudança contábil, com um forte crescimento.

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Por que as ações de Stone (STNE) na Nasdaq caíram após o resultado?

Após o resultado, a ação listada na Nasdaq (STNE) caiu cerca de 7% no after market. Atribuímos a queda ao fato de os números terem vindo, à primeira vista, abaixo das projeções de analistas – as quais, em sua maioria, não estavam ajustadas pela nova regra contábil da companhia.

Ajustando o resultado para a metodologia anterior, é possível observar que a companhia, na verdade, surpreendeu positivamente. Dessa forma, vemos que ela está no caminho certo para atingir o seu guidance de 2024.

Negociando a cerca de 9,0x seu lucro estimado para o ano, mantemos a recomendação de compra para StoneCo (Nasdaq: STNE; B3: STOC31), presente em diversas carteiras recomendadas da Empiricus Research.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.