Investimentos

Stone (STOC31) mantém tese de ser o principal ecossistema financeiro das pequenas e médias empresas no 3T24, com bom resultado

O lucro líquido ajustado da Stone cresceu 35% em base anual, 16% acima da estimativa da Empiricus.

Por Larissa Quaresma, CFA

13 nov 2024, 15:18 - atualizado em 13 nov 2024, 15:21

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Imagem: Stone/ Divulgação

A Stone (STOC31) divulgou um bom resultado do 3T24 na terça-feira (12). O lucro líquido ajustado, de R$ 587 milhões, cresceu 35% em base anual, tendo ficado 16% acima da nossa estimativa, e 6% acima da projeção do mercado.

A surpresa positiva veio principalmente da despesa financeira menor, pela Selic mais baixa na comparação anual. Além disso, houve diluição das despesas administrativas, o que também contribuiu para o crescimento de lucro.

Vertical de Financial Services impulsionou a receita de Stone em 12 meses

A receita total foi de R$ 3,4 bilhões, alta anual de 8% em bases comparáveis. O desempenho se deve principalmente à vertical de Financial Services, cuja receita cresceu 8%, para R$ 3,0 bilhões. A alta foi direcionada pelo crescimento de 15% no volume de pagamentos processados (TPV), assim como pelo aumento da monetização por meio de serviços financeiros como crédito, antecipação de recebíveis e depósito em conta. A receita da vertical de Software subiu 0,5% na visão anual, para R$ 466 milhões.

Redução na despesa financeira ajudou no ganho de margem

Os custos e despesas totais cresceram apenas 1% anualmente, para R$ 2,6 bilhões, o que gerou ganho de margem e alavancagem operacional. O bom desempenho se deve à redução de 13% na despesa financeira, pela Selic menor neste trimestre (10,4% na média, contra 13,3% no 3T23) e redução do custo de captação da companhia. Ajudou, também, o crescimento modesto da despesa administrativa, em +5%, abaixo da alta da receita.

Esses efeitos foram parcialmente compensados pela alta de 11% nos custos transacionais e de 13% nas despesas de marketing. Com isso, o lucro antes dos impostos cresceu 35%, para R$ 733 milhões.

ROE de Stone teve boa evolução anual e trimestral

Sem mudança relevante na alíquota de impostos corporativos, a linha final ficou em R$ 587 milhões, alta anual de 35%, ou de +18% na visão trimestral. Estimamos que o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) foi de 15,4%, uma melhora 2,9 p.p. na visão anual, e de +2,2 p.p. na trimestral, uma boa evolução.

O que achamos do resultado do 3T24 de Stone?

No todo, avaliamos este como um bom resultado, em linha com a tese de a Stone ser o principal ecossistema financeiro das pequenas e médias empresas. Isso traz avenidas de monetização adicionais ao transacional puro, uma diversificação que vemos com bons olhos, especialmente diante de uma competição potencialmente mais ferrenha.

Olhando à frente, ficou claro que a companhia deve superar os guidances 2024 para volume de depósitos (R$ 7 bilhões) e portfólio de crédito (R$ 900 milhões), este último já atingido no 3T24.

Por outro lado, dois pontos exigem atenção: 1) a alta da Selic, que pode pesar sobre as despesas financeiras; e 2) a canibalização trazida pelo PIX e competição em taxas com demais players.

Negociando a um múltiplo preço / lucro de 8,4x para 2025, ainda enxergamos uma assimetria vantajosa em Stone (STOC31), que permanece como recomendação de compra. Além dela, neste relatório gratuito você encontra a lista e a tese de outras 10 ações para você investir agora.

Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.

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