Investimentos

Suzano (SUZB3) reforça tese de investimentos com liderança na celulose; veja insights do Investor Day

Conclusão de fábrica, expansão de produção e redução de alavancagem: confira o que reforçou o clima de otimismo com a Suzano (SUZB3) no Investor Day 2024.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

18 dez 2024, 16:24 - atualizado em 18 dez 2024, 16:24

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Imagem: iStock/ Satakorn

O Suzano Day 2024, encontro com investidores da Suzano (SUZB3), aconteceu nas instalações da companhia em Ribas do Rio Pardo (MS). Na visão dos analistas da Empiricus Research, o evento reforçou a tese de investimentos da casa. 

Aceleração de produção e liderança na celulose: atualizações do Suzano Day

Dentre as principais novidades da Suzano para 2025, a analista de ações Larissa Quaresma, da Empiricus Research, ressaltou a aceleração do início de produção na fábrica de Ribas, que deve operar com a eficiência planejada no próximo mês de janeiro – antes era previsto para abril.

“Essa é a principal alavanca para manter a relevância da Suzano no mercado global de celulose nos próximos anos”, afirma a analista.

Além disso, outros destaques foram:

  • Manutenção da liderança em custo da celulose, mesmo com a revisão de +8% na projeção de desembolso por tonelada em 2027. A companhia, atualmente produtora mais eficiente do mundo, ainda prevê redução de 14% sobre o patamar atual;
  • Expansão da capacidade em papel, embalagem e bens de consumo, com investimentos de R$ 300 milhões na fábrica de papel em Limeira (SP); absorção de sinergias com a fábrica de papel-cartão adquirida nos EUA; e antecipação do início da nova fábrica de lenços de Aracruz (ES) para o 4T25;
  • Trajetória de desalavancagem reafirmada, após os picos de investimentos na fábrica de Ribas. A companhia prevê uma redução da alavancagem saindo do patamar atual de 3,2x Ebitda para 2,5x até o final de 2025.

Como a planta de Ribas ajuda a SUZB3 a reafirmar seu papel no mercado de celulose

Com otimismo, a analista conta que a gestão da Suzano está celebrando a nova planta de Ribas do Rio Pardo (MS), pronta dentro do prazo previsto (3 anos) e do orçamento inicial (R$ 22 bilhões). 

A planta, conforme informou a companhia, terá capacidade de produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose anualmente, e deverá atingir sua capacidade máxima no próximo mês (janeiro de 2025). 

“Essa é, reforçamos, a maior fábrica de celulose do mundo. Não só a capacidade máxima deve ser atingida em janeiro, como também o custo de produção planejado para a unidade”, acrescenta Quaresma.

Apesar dos desafios encontrados em sua construção, a empresa Suzano conseguiu otimizar uma verticalização ainda maior da parte florestal, com terras mais próximas da fábrica e com menor dependência de terceiros. Ademais, o excedente de energia gerado na fábrica para redução adicional de custos está sendo vendido. 

O custo de caixa consolidado da Suzano até 2027 ainda projeta uma redução de 14%, para R$ 746/tonelada. “Vale comentar que o real depreciado traz benefícios à receita mais que proporcionais à penalização no custo”, comenta a analista.

Avanço na produção de papel, embalagem e bens de consumo

Algumas aquisições relevantes para a Suzano neste período foram:

  • As sinergias da fábrica adquirida da Kimberly Clark – produtora de papel higiênico, guardanapo, toalhas de papel – em Mogi das Cruzes (SP) em abril de 2023 possibilitou uma redução de 46% nos custos, além da expansão da participação de mercado nas regiões Sul (+2 p.p.) e Sudeste (+1 p.p.); 
Fonte: Suzano
  • Antecipação da nova fábrica de lenços (tissue) em Aracruz (ES), com capacidade de 340 mil toneladas/ano. A entrega foi antecipada em três meses para o quarto trimestre de 2025; 
  • A absorção das sinergias com as duas fábricas de papel cartão adquiridas nos EUA em julho deste ano estima uma redução do custo de produção e melhoria de condições comerciais para o segmento de papel e embalagens;
  • Um investimento da Suzano de R$ 300 milhões em uma fábrica de papel e embalagem localizada em Aracruz (ES), deverá enxugar os custos em R$ 30/tonelada.

O segmento de papel, embalagem e bens de consumo representa 20% da receita da Suzano. Segundo a analista, é esperado que a companhia continue em sua trajetória de diversificação e se torne cada vez mais um player integrado de papel & celulose, indo do plantio do eucalipto até o consumidor final.

Critérios para alocação de capital em projetos da Suzano; analista dá sinal amarelo para ações

A nova gestão financeira, liderada por Marcos Assunção, aproveitou o Suzano Day para reforçar os critérios para alocação de capital em novos projetos: taxa interna de retorno (TIR) acima do custo de capital médio (8,7% ao ano em reais), preservação do rating e alinhamento com a estratégia de longo prazo. 

“A mensagem foi pragmática: não há espaço para grandes aquisições que comprometam a desalavancagem no curto prazo. Com isso, a companhia espera atingir um índice dívida líquida / EBITDA de 2,5x ao final de 2025, em linha com o que esperávamos”, conclui Quaresma. 

Na perspectiva da analista, o evento confirmou a tese de investimentos da Empiricus Research, com claros avanços operacionais. 

“Contudo, o cenário macro para celulose segue desafiador, com pressões nos custos e equilíbrio delicado entre oferta e demanda, embora estejamos perto do piso. Seguimos atentos à execução disciplinada e ao compromisso com redução de custos e alavancagem, que continuam sendo os pilares centrais da tese”, comenta. 

Negociando a 6,1x o Ebitda estimado para 2025, a Empiricus Research mantém as ações SUZB3 entre suas recomendações.

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Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.