A Taesa (TAEE11) divulgou, na noite de ontem (9), números referentes ao 3T22 acima das expectativas do mercado.
O índice de disponibilidade ficou muito próximo de 100%, e a receita cresceu +17% na comparação com o 3T21, para R$ R$ 584 milhões, em função do reajuste anual de alguns ativos pela inflação, combinado com a entrada em operação da concessão em Janaúba e Sant’ana.
Isso mais do que compensou a queda da receita de alguns ativos que entraram no 16º ano de concessão, e passam a receber apenas 50% da receita.
Além disso, a Taesa foi eficiente em termos de gastos, que cresceram menos do que a receita e permitiram um aumento nas margens operacionais. Com isso, o Ebitda cresceu para R$ 498 milhões, com expansão de +0,7 ponto percentual na margem.
O resultado financeiro também melhorou (-R$ 85 milhões no 3T22 vs -R$ 230 milhões no 3T21), reflexo do efeito da deflação sobre as dívidas indexadas ao IPCA.
Com isso, o lucro líquido atingiu R$ 373 milhões, alta de +94% sobre o mesmo trimestre do ano passado.
TAEE11 vai bem, mas não é a empresa mais atrativa do setor
Em um ambiente bastante inflacionário e de desaceleração econômica, o resultado de TAEE11 deixa claro como o segmento de transmissão pode ser uma boa escolha para quem gosta de resultados estáveis e bons dividendos.
No entanto, além de ter alguns ativos que passarão por redução de receita nos próximos anos, a Taesa tem sido bastante agressiva nos últimos leilões, fatores que trazem uma perspectiva de retornos pressionados pensando num prazo maior, além de uma possível queda na distribuição de dividendos.
Por isso, a nossa preferência no setor é pela Alupar (ALUP11), que além de mais disciplinada em termos de alocação de capital, conta com bons ativos que estão prestes a entrar em operação e devem ajudar, inclusive, a melhorar a distribuição de dividendos em um futuro próximo.
Confira a análise completa de Fernando Ferrer: