As expectativas de mercado para a Selic futura sofreram ajustes bruscos nas últimas duas semanas.
A curva já precifica duas altas de 25 pontos-base nos dois primeiros encontros em 2023, e uma possível elevação de 25 pontos-base para a última reunião do Copom do ano nos dias 6 e 7 de dezembro.
A probabilidade de aumento se dá em decorrência das recentes declarações e sinalizações do presidente eleito, Lula.
Apesar disso, os analistas Lais Costa e Diego Bleinroth, da Empiricus, não acreditam que o Banco Central elevará as taxas na próxima reunião.
“Ainda que as primeiras sinalizações do novo governo afrontam a credibilidade fiscal do país, não acreditamos que o BC realizará ajustes no próximo encontro sem saber ao certo qual a estruturação do orçamento e as regras fiscais nos anos seguintes”, escreveram em relatório da série Super Renda Fixa.
Os analistas lembram que não há um consenso sobre o tamanho ou a duração da “renúncia” do governo Lula ao teto fiscal na PEC da Transição, que não deve sair do Congresso tal como foi entregue por Geraldo Alckmin.
O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi enfático ao afirmar que, embora a percepção para o futuro das contas públicas tenha se deteriorado, “não se pode trabalhar com suposições sobre o fiscal”.
Lais e Diego também comentaram sobre a expectativa de alta da inflação nos primeiros meses de 2023, quando a desoneração dos combustíveis e energia elétrica deve acabar.
“Continuamos bastante céticos em relação ao retorno da cobrança do ICMS e outros tributos em janeiro, uma vez que o alinhamento de interesses neste período de transição de governo vai em direção oposta. Embora ainda não haja acordo entre os estados e a União sobre a compensação da queda de arrecadação, vemos como mais provável a acomodação dos custos via PEC de transição, como tem sido indicado pela equipe do próximo governo”, vislumbram.
Incerteza não permite pensar em cortes na Taxa Selic no curto prazo e títulos pós-fixados são boas opções
Fato é que, com ou sem ajustes, pensar em cortes na Taxa Selic dado o cenário de incertezas fica cada vez mais distante.
Nesse contexto, os analistas acreditam que os títulos pós-fixados continuam sendo os mais atrativos em termos de risco x retorno para navegar no horizonte de curto prazo.
Eles indicaram três títulos pós-fixados para aproveitar a baixa probabilidade de cortes na Selic nos próximos meses. Confira:
O investimento na taxa líquida indicada da LCA pós-fixada do Banco BTG Pactual equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 111,06% do CDI.
O investimento na taxa líquida indicada da LCA pós-fixada do Banco ABC Brasil equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 115,9% do CDI.
O investimento na taxa líquida indicada da LCI do Banco Bradesco equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 113,26% do CDI.
*As indicações acima foram tiradas do relatório da série Super Renda Fixa, da Empiricus, comandada por Lais Costa e Diego Bleinroth. Os assinantes da série têm acesso aos relatórios completos, com informações a respeito do mercado brasileiro e internacional, além das tradicionais recomendações.
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