Investimentos

Taxas do Tesouro Direto estão menores após mudança no tom do governo; oportunidades ‘alternativas’ em renda fixa oferecem retornos mais atrativos

Laís Costa indica ativos de crédito privado com retornos de até IPCA + 7,4%

Por Anna Larissa Zeferino

17 jul 2024, 15:06 - atualizado em 17 jul 2024, 15:09

Tesouro Direto IPCA+
Laís Costa indica ativos com retornos maiores que os do Tesouro Direto – Imagem: Canva Pro/Arthon meekodong

Nos últimos dias, tem sido possível observar uma gradual queda nas taxas oferecidas pelo Tesouro IPCA+, uma das opções de renda fixa preferidas entre os investidores de perfil conservador.

A versão do título com vencimento em 2029 chegou a atingir um pico de IPCA + 6,65% neste ano, taxa que não está mais disponível. Em seu lugar, agora, é possível encontrar retornos na casa de IPCA + 6,2%.

O Tesouro IPCA+ (ou NTN-B, para os mais antigos), como o nome já denuncia, é um título de dívida pública cujos retornos são atrelados à variação do IPCA – índice oficial de preços do país – e somados a uma taxa extra de ganho real.

Para além da medição do comportamento dos preços dos bens e serviços do país, o IPCA influencia diretamente nas decisões de juros e na performance dos investimentos.

Vejamos um exemplo na prática a seguir.

Este gráfico mostra a evolução das taxas do Tesouro IPCA+ 2029 negociadas nos últimos 30 dias. O título vinha sendo negociado na casa dos IPCA + 6,4%, atingiu seu pico de 6,65% no último dia 02 e, desde então, entrou em queda. Na última sexta-feira (12), atingiu a mínima de 6,11%:

Histórico de preços e taxas do Tesouro IPCA+ 2029. Fonte: Portal do Tesouro Direto, consultado em 15/07/2024

Por que isso está acontecendo? Será que esse é o “começo do fim” dos títulos de alta rentabilidade? Vamos entender a seguir.

Inflação, juros e o Tesouro Direto

O retorno oferecido no Tesouro IPCA+ é calculado conforme o movimento da curva futura de juros e da inflação, por ser um título de prazos mais longos.

A mesma lógica se aplica a outros títulos de renda fixa indexados ao IPCA, que pagam um prêmio ainda maior por conta de uma pitadinha extra de risco.

E quais são as expectativas atuais do mercado?

Inflação: Atualmente, a mediana para o IPCA de 2024 está na casa dos 4%, no limite da margem considerada como “meta cumprida” e expectativas de permanecer assim. As informações são do relatório Focus desta segunda-feira (15), documento divulgado semanalmente pelo Bacen com as projeções futuras das instituições financeiras para o mercado.

Juros: O cerne da questão está aqui. Após o governo adotar um discurso apaziguante e reforçar que cumprirá suas metas fiscais, passou-se a observar uma queda na curva de juros futuros, especialmente para daqui a cinco ou dez anos, por conta da diminuição da percepção de risco pelo mercado.

No curto prazo, as falas do governo podem não interferir diretamente nos resultados da inflação ou mudar as projeções do relatório Focus, por exemplo.

Mas, enquanto isso, o mercado não para, e negocia a compra e venda de seus ativos de acordo com as percepções imediatas, causando maior volatilidade. Esse processo se chama ‘marcação a mercado’, e os títulos públicos sujeitam-se a ele.

Já que a pressão inflacionária permanece a mesma (por enquanto) mas os juros futuros sofreram queda, é necessária essa correção na taxa de ganho real do Tesouro IPCA+. Por isso a queda gradual observada na taxa. 

Fim da atratividade da renda fixa?

Estamos em um momento de mercado bastante atrativo para os títulos públicos e privados atrelados à inflação.

Os títulos com retornos na casa de IPCA + 6% geralmente surgem nesses períodos de maior pessimismo com a inflação. Em momentos mais “tranquilos” de mercado, se tornam cada vez mais raros, fazendo algumas “aparições especiais” apenas via mercado secundário.

Nesse momento, o investidor pode aproveitar as taxas maiores, com baixos valores de aporte mínimo, para “travar” um alto potencial de retorno no futuro mais distante (ou, no mínimo, um retorno justo corrigido pela inflação).

Mas então será que os títulos do Tesouro Direto já atingiram seu pico e agora estão caindo de vez? Se for o caso, essa é a hora de entrar nas oportunidades antes que elas não estejam mais entre nós.

Mas a boa notícia é que, para além dos títulos públicos, o investidor não precisa se contentar com retornos de IPCA + 6%. Nessa “saideira”, ainda é possível encontrar títulos alternativos “dando sopa” no mercado com retorno de até IPCA + 7,4%, que também podem se encerrar a qualquer momento.

‘ACHADINHOS DO MÊS’: CONFIRA AS MELHORES OPORTUNIDADES DE RETORNO NA RENDA FIXA QUE PAGAM ATÉ IPCA + 7,4%

Para além do Tesouro Direto: o melhor da renda fixa

Laís Costa, analista da Empiricus Research, casa de análise do grupo BTG Pactual, é responsável por buscar as melhores oportunidades de rentabilidade na renda fixa mensalmente. Diante do cenário atual, os “achados” de Laís não estão nos títulos públicos, mas sim, nos ativos de crédito privado.

Ativos de crédito privado são títulos de dívida emitidos por empresas, com dois grandes diferenciais em relação aos títulos públicos: a possibilidade de rentabilidades mais atrativas e de isenção de imposto de renda.

Além disso, Laís compilou o melhor do crédito privado “premium” em uma carteira recomendada para esse mês. E você pode ter acesso a ela!

A carteira é atualizada todos os meses e o acesso a ela é 100% gratuito. E você não precisa investir nos ativos agora – apenas faça a leitura e tome sua decisão baseada no seu momento e perfil de investidor!

‘Achadinhos’ do mês: carteira recomendada de julho

Na carteira de crédito privado deste mês, você vai encontrar nomes de risco equilibrado no mercado. Dentre eles, nomes como:

  • Empresa dos setores de saneamento e energia, estáveis no desenvolvimento do país independentemente do cenário econômico;
  • Empresa de saneamento que registrou o maior EBITDA de sua história no ano passado; 
  • Uma das maiores empresas de energia do Brasil, com pouca volatilidade de caixa;
  • Títulos com retorno de até IPCA + 7,4%, muito acima dos retornos do Tesouro IPCA+.

E, assim, sua carteira busca por retornos mais atrativos do que os encontrados no Tesouro Direto.

Importante ressaltar que esses são títulos mais “apimentados” em relação a outros papéis da renda fixa tradicional – por isso que conseguem oferecer retornos mais atrativos – e não devem substituir a reserva de emergência do investidor.

E lembrando que o relatório é de graça. Você não paga nada a mais por ele; basta apenas clicar no botão abaixo, fazer sua leitura, e bons investimentos!

Sobre o autor

Anna Larissa Zeferino

Jornalista no mercado financeiro desde 2022. Pós-graduanda em Economia, Investimentos e Banking pela Universidade de São Paulo (ESALQ-USP). Escreve para os portais Empiricus, Money Times e Seu Dinheiro, e já passou por casas como Itaú BBA e XP.