A taxa Selic sofreu mais um aumento de 50 pontos-base na última reunião do Copom na quarta-feira (6). A alta da taxa básica de juros pressiona, por sua vez, o nível de endividamento de algumas companhias e, na hora de investir em ações da bolsa de valores, é bom manter algumas lições em mente.
Como explica a analista de ações CPA Larissa Quaresma, da Empiricus Research, “a maioria das empresas toma dívidas atreladas ao CDI, e quando a Selic sobe, sua despesa aumenta”.
Por isso, a analista acredita que este é um momento de evitar empresas mais alavancadas e focar naquelas com um caixa líquido – ou seja, com mais dinheiro em caixa do que a sua dívida.
Hora de investir com mais cuidado: veja as dicas da analista
Em participação no programa Radar da Semana, do BTG Pactual, Quaresma conta que além da economia estar mais pressionada e com os juros subindo, ainda há uma desaceleração da demanda. Este fator afeta diretamente os setores cíclicos, como veículos, imóveis e até o varejo discricionário (vestuário, cosméticos, etc.), explica.
Por outro lado, a analista pontua que há um “porém”: “o parafiscal e o fiscal no Brasil estão muito estimulantes para economia e assim o prêmio de risco da bolsa pode aumentar.”
Segundo ela, esse cenário reforça a tese de investimento em empresas mais rentáveis, com uma folga muito grande do ROI sobre custo de capital. “Esse momento pede mais seletividade e mais concentração. Neste ambiente estimulado pela política fiscal, não é qualquer empresa que consegue navegar. É preciso ter um modelo de negócios muito defensivo e um balanço que te ajude”, avalia a analista.
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Setor pode se dar bem com a nova Selic
Por fim, a analista comenta que entre os segmentos da bolsa, quem mais pode se dar bem são os bancos e instituições financeiras, que recebem pagamentos de operações com juros dos clientes pessoas físicas e jurídicas.
Isso se justifica por duas razões. A primeira delas, pois as companhias do setor se beneficiam pelo crédito, e quando os juros sobem e os bancos tendem a remarcar para cima. A segunda razão se deve ao float financeiro, o prazo entre o dia de pagamento e a data de recebimento em conta. Neste período, os ganhos da empresa são considerados um valor monetário adiantado, o float positivo.
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