Ontem (20), após o fechamento do mercado, a Tesla (Nasdaq: TSLA | B3: TSLA34) divulgou seus números relativos ao segundo trimestre de 2023 (2T23).
Apesar dos resultados divulgados superarem as expectativas dos analistas nas principais linhas, a visão sobre a deterioração das margens e a fraca geração de caixa trouxe alguma preocupação aos investidores. No pré-market, as ações caíam cerca de 4%.
Nos três meses findos em junho, a montadora produziu 479.700 veículos e entregou aos seus clientes 466.140 unidades. O avanço em relação ao segundo trimestre do ano passado foi relevante e superou a marca dos 83%. Dessa vez, as linhas de produção da companhia produziram a pleno vapor e entregaram sua capacidade máxima.
Lucro líquido ajustado cresce 20%, mas geração de caixa vem fraca
As entregas do trimestre levaram a receita da Tesla para a marca dos US$ 24,93 bilhões (crescimento de 47% frente ao mesmo período de 2022), enquanto o lucro líquido ajustado ficou em US$ 3,1 bilhões (+20%).
A geração de fluxo de caixa livre cresceu no período para US$ 1 bilhão (+62%).
O número mais fraco do que o esperado se deve a decisão estratégica da companhia em mexer nos preços dos seus produtos.
A margem bruta caiu 6,82 pontos percentuais frente ao ano passado e agora se encontra na marca dos 18,2%. As margens operacionais também apresentaram dinâmica parecida, e tiveram queda de 4,93 pontos percentuais.
Além da redução dos preços dos seus produtos, a linha de produção continuou a sofrer com uma base de custos mais elevada.
TSLA34: pelo valuation esticado, Empiricus Research não recomenda papel
De qualquer forma, o CEO da Tesla, Elon Musk, manteve o otimismo e reforçou a ideia de que a empresa caminhará para atingir seu guidance de crescimento médio anual de 50% e atingir a produção de 1,8 milhão de veículos em 2023. Para tal, Musk conta com o início da produção do Cybertruck até o final do ano, na Gigafactory de Austin.
Apesar do balanço sólido — atualmente, a companhia conta com mais de mais de US$ 23 bilhões no seu caixa, volume suficiente para cobrir seus planos de investimentos — e dos bons prognósticos para frente, a forte valorização das ações em 2023 (+136%) não tem justificativa no valuation atual da empresa.
O exagero é evidente, ao notarmos que as ações negociam por cerca de 103 vezes os lucros dos próximos 12 meses. Para sustentar esse valor de mercado atual, cerca de US$ 900 bilhões, a empresa de Elon Musk precisará entregar um pouco mais do que vem fazendo. Ou simplesmente torcer para que a bolha envolvendo algumas empresas de tecnologia não estoure.
Para conferir cinco ações internacionais recomendadas pela Empiricus Research, clique aqui.