Estamos caminhando para os últimos dias do período de menor liquidez dos mercados no hemisfério norte. Nesta semana, o calendário econômico está bastante esvaziado, o que aumenta a relevância de movimentos técnicos de mercado.
Na China, após o mercado acionário entrar oficialmente em bear market na sexta-feira (17) (queda de 20% do seu maior patamar no ano), aumentam as preocupações em relação ao potencial de contágio dos problemas do setor imobiliário para o restante da economia. Ademais, o mercado segue se frustrando em relação ao tamanho das medidas de suporte do governo local e, não por coincidência, o Renminbi continua perdendo força em relação ao dólar americano a despeito das tentativas das autoridades de fixar a moeda em patamares mais fortes. Na prática, a depreciação da moeda chinesa funciona como um vetor de deflação para o resto do mundo, uma vez que os produtos exportados pela gigante asiática passam a ser negociados em preços mais competitivos.
Na Europa, a semana também não promete grandes emoções. Entre os poucos destaques, o índice de preços ao produtor (PPI) da Alemanha veio abaixo das mediana das estimativas (-1.1% versus –0,2% m/m), indicando a continuação do processo deflacionário na região.
Nos EUA, no último dia útil desta semana, o presidente do Banco Central dos EUA, Jerome Powell, fará um pronunciamento no Simpósio anual em Jackson Hole. É esperado um tom duro (hawkish) em relação à condução da política monetária e ainda é possível que Powell ascenda a discussão sobre a elevação do juro neutro americano de curto prazo, atualmente em 2,5% ao ano.
A grande história para os mercados, contudo, continua sendo o aumento das taxas dos títulos do Tesouro de 10 anos que negociam acima de 4,3% nesta manhã. A volatilidade das opções do mercado de juros (medido pelo índice MOVE) vem se reduzindo desde o stress nos bancos médios americanos em meados de março. Contudo, como podemos ver no gráfico a seguir, a relação entre o MOVE e o índice de volatilidade das opções do mercado acionário americano (medido pelo VIX), situa-se no seu maior patamar em 20 anos!
Esse stress adicional no mercado de juros americano tem sido um dos principais fatores que pesam sobre os ativos de risco global nas últimas semanas.
No Brasil, a sequência de quedas do índice acionário que gerou uma avalanche de manchetes reflete muito mais esse ambiente externo turbulento do que nossas perspectivas econômicas e políticas domésticas.
Do lado político, é esperada a votação do novo marco fiscal na Câmara ainda nesta semana, a despeito do imbróglio entre o Legislativo e o Executivo em relação à taxação dos fundos offshore. A receita desse novo tributo criaria espaço para a ampliação da isenção da tabela do Imposto de Renda, matéria importante para o governo.
O evento econômico mais relevante será a divulgação do IPCA-15 na sexta-feira (25). O indicador deve continuar mostrando uma composição benigna da dinâmica de preços de bens e serviços, mas ainda não deve ser suficiente para mudar as expectativas do Banco Central em relação ao ritmo de corte da Selic de 50 pontos-base (pbs) para 75 pbs, em linha com o que o mercado precifica hoje.
Em relação à alocação, continuamos preferindo os títulos prefixados de curto prazo e indexados à inflação para os vértices mais longos.
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Veja o cardápio de títulos de renda fixa recomendados nesta semana
Características do LCA do Banco BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Empiricus Investimentos |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | Até o final do estoque |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 24/02/2025 (552 dias corridos) |
Rentabilidade bruta anual | 9,23% ao ano |
Tributação | Isento de IR |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Este investimento isento de IR equivale a uma aplicação bruta de, aproximadamente, 11,2% ao ano.
Segue ainda a campanha do banco Daycoval com o CDB prefixado de 1 ano, sem liquidez diária, com rendimento bruto de 13% ao ano. Considerando o risco de crédito do banco, gostamos bastante dessa opção de alocação de curto prazo para a pessoa física.
Características do CDB prefixada do Banco Daycoval | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: AAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Daycoval |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | R$ 500 mil |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 19/08/2024 (363 dias corridos) |
Rentabilidade bruta anual | 13% ao ano |
Tributação | 17,5% |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 15h |
Características do CDB prefixado do Banco Pan | |
Classificação de risco da instituição | Standard and Poor’s: brAAA |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Íon Itaú |
Aplicação mínima | R$ 1 mil |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 22/08/2024 (365 dias corridos) |
Rentabilidade líquida anual | 11,45% ao ano |
Tributação | 17,5% |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 15h |
Por fim, é importante lembrar que, para a sua reserva de emergência, aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo e que precisa estar disponível imediatamente, recomendamos o Tesouro Selic, disponível na plataforma do Tesouro Direto, ou fundos DI taxa zero.