Especialista no setor de energia e combustíveis, Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), foi indicado pelo governo para comandar a Petrobras (PETR4, PETR3), substituindo o general Joaquim Silva e Luna.
Assim, investidores e agentes do mercado financeiro, estão de olho nos desdobramentos dessa mudança na presidência da petrolífera.
Felipe Miranda, CIO e estrategista-chefe da Empiricus, avalia que Adriano Pires é um bom nome, um consultor do setor energético bastante respeitado.
“Ele é uma das grandes referências do setor, um técnico, dificilmente toparia entrar numa aventura, até porque essa questão de política de preços transborda questões pessoais, está na lei, depende do legislativo para ser alterada”, comentou o analista nesta terça-feira (29/03), em seu grupo Ideias Antifrágeis no Telegram, canal de comunicação direto que mantém com os assinantes da Empiricus.
Para aliviar os repasses dos preços dos combustíveis aos consumidores finais nos momentos de altas vigorosas do petróleo, Adriano Pires tem defendido a criação de um fundo de estabilização. “O que ele falou foi de forma objetiva, sem margem para outras interpretações. Adriano se mostra favorável ao fundo de estabilização de preços, algo que não era considerado simpático pelo ministério da economia”, destacou Felipe sobre os desafios que o executivo terá pela frente.
De todo modo, o analista criticou o fato de a Petrobras ter tantas mudanças em sua liderança em curto espaço de tempo. “Por mais que gostemos do Adriano, não é bacana, em uma canetada, que fiquem trocando toda hora o presidente da companhia.”
Segundo Felipe, Joaquim Silva e Luna vinha fazendo boa gestão, gerando valor aos acionistas.
Vale a pena conferir o podcast RadioCash com Adriano Pires, que segue bastante atual:
Eletrobras (ELET3, ELET6): privatização no horizonte
Ontem circulou a notícia que a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) pediu alguns ajustes no documento sobre a privatização da Eletrobras, mas acabou decidindo pela liberação. Agora, o processo está sob análise no Ministério Público de Contas e precisa passar por outras etapas.
“O processo está caminhando aos trancos e barrancos, quem sabe a gente vai virar essa página com desdobramentos importantes não só para a Eletrobras, mas para todo o setor”, disse Felipe Miranda.
Conforme ele, a Equatorial (EQTL3) é uma das empresas que poderá ficar com ativos da Eletrobras.
E a privatização da Eletrobras poderá pavimentar o fechamento de capital da Coelce (COCE5), destravando valor. “A Coelce é boa e baratíssima”, conclui.