A Vale (VALE3) divulgou sua prévia operacional referente ao 3T23, que veio ligeiramente abaixo do consenso do mercado.
A produção de minério de ferro alcançou 86,2 milhões de toneladas (Mt), o que representa um avanço de 10% em relação ao 2T23, mas com queda de 4% em relação ao 3T22, impulsionada pela menor produção de minério bruto (“run-of-time” ou ROM) no complexo de Paraopeba e pela menor produção na região de Serra Norte.
O volume de vendas de finos e pelotas de minério de ferro atingiu 78,3 Mt no trimestre, alta anual de 6%, e mensal de 9%. A performance positiva é explicada principalmente pelo momento favorável do mercado, que possibilitou a companhia vender os estoques acumulados ao longo do primeiro semestre, aumentando as vendas em 4,4 milhões de toneladas no 3T23, em comparação ao ano anterior.
O prêmio do minério e das pelotas de melhor qualidade totalizou US$ 3,8/t, queda de US$ 2,8/t na comparação anual, puxada principalmente pelos menores prêmios de pelotas. Em relação ao trimestre anterior, o prêmio foi marginalmente menor (-US$ 0,7/t), em função da preferência das usinas siderúrgicas por finos de menor qualidade neste momento, devido à redução nas margens de aço.
Segmento de metais básicos
Na linha de metais básicos, a produção de níquel da Vale caiu 19% na comparação anual, ainda prejudicada pelo processo de transição de mina a céu aberto para subterrânea, em Voisey’s Bay, no Canadá. Em relação ao trimestre anterior, houve um crescimento de 14%, em função da base comparativa mais fraca. As vendas caíram 11% em bases anuais e 3% em bases trimestrais.
Já o cobre, o outro componente da divisão de metais básicos, registrou alta anual de 10% e trimestral de 4% na produção. O volume produzido no trimestre foi novamente impulsionado pelo processo de ramp-up (aceleração) da planta de Salobo III. As vendas ficaram estáveis em relação ao trimestre anterior, em 73,8 Mt, mas cresceram 5% quando comparadas ao 3T22.
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VALE3: recomendação de compra
Apesar de marginalmente abaixo do esperado, vimos uma prévia sólida da mineradora, com um importante avanço em relação ao trimestre anterior. Ainda, vale destacar que o guidance para produção de minério de ferro no ano permaneceu estável.
O momento operacional mais difícil para a Vale nos parece ter ficado para trás e, apesar do alto grau de incerteza em relação à direção da economia chinesa, os últimos dados de PIB e consumo no país asiático foram positivos — o que deveria ser um vento positivo para as ações da Vale, se essa melhora for perpetuada pelos próximos trimestres.
Por fim, com um valuation atrativo (3,8 vezes valor da firma sobre Ebitda para 2024) e alto retorno de capital esperado para o acionista (10-15%), seja via proventos e/ou recompra de ações, ficamos confortáveis em ter a companhia no portfólio. A Vale (VALE3) segue como uma recomendação da Empiricus Research.