A terça-feira (19) inicia com clima de sexta, enquanto o mercado se prepara para o feriado da Consciência Negra, que neste ano será considerado feriado nacional pela primeira vez. Amanhã (20), o ganho estará na pausa. Como afirmava um dos maiores representantes da luta contra o racismo, Nelson Mandela, “Eu nunca perco. Ou eu ganho, ou eu aprendo”. Assim, o mercado retoma as negociações na quinta-feira (21).
Inflação dos EUA subiu dentro do esperado em outubro
Nos EUA, o indicador que mede a inflação do país (CPI) registrou uma alta dentro das expectativas do mercado em outubro, avançando 0,244% em relação ao mês anterior. Em termos anuais, o CPI subiu 2,6%, puxado pelos aumentos nos preços dos serviços de moradia e veículos usados.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve uma alta de 0,28%, também em linha com o esperado pelo mercado. Na comparação anual, o núcleo da inflação ficou em 3,3%, levemente acima dos 3,2% observados em setembro.
Na composição, os preços dos serviços de moradia — componente de maior peso no CPI — aumentaram 0,4%, sendo responsáveis por mais da metade do avanço mensal do índice geral. Nessa linha, o preço de passagens aéreas dispararam 3,2% e serviços médicos também foram destaque inflacionário em outubro.
Já os preços de bens, que vinham apresentando tendência de queda, mostraram leve alta no mês. Os veículos usados, por exemplo, registraram alta de 2,7%, a maior em mais de um ano, interrompendo um ciclo de quedas desde 2022. Esse aumento, no entanto, deve ser revertido no próximo ano, devido à dinâmica mais fraca do setor.
Do lado mais fraco, os destaques foram os preços de educação e comunicação. Além disso, os preços de energia permaneceram praticamente estáveis, com o aumento da energia elétrica compensado pela queda da gasolina no período.
O resultado reforça a visão de que o caminho da desinflação nos EUA continua sendo sinuoso. Até a próxima reunião do Comitê Monetário em dezembro, ainda teremos mais uma leva de dados de inflação. Embora os últimos dados macroeconômicos tenham vindo na contramão da continuidade de corte de juros (atividade mais fraca e inflação mais resiliente), ainda esperamos um corte de 25 pontos-base no Fed Funds em 2024.
Proxy do PIB brasileiro subiu em setembro
No Brasil, o índice IBC-Br, considerado uma proxy mensal do PIB brasileiro, apresentou uma alta de 0,80% m/m em setembro, acima das expectativas do mercado, que apontavam para um avanço de 0,50% m/m. No acumulado de 12 meses, o indicador também surpreendeu, e veio bastante acima do esperado, com uma alta de 5,10% versus a mediana das projeções de 4,40% a/a. Além disso, os dados anteriores (junho a agosto) foram revisados para cima.
Ainda assim, a média de três meses dessazonalizada e anualizada (3m/3m SAAR) mostrou queda em relação ao dado anterior. Por isso, apesar da surpresa altista que deve levar a revisões para cima da expectativa de crescimento do PIB nacional, o terceiro trimestre deste ano deve ser de desaceleração da atividade econômica.
O crescimento do PIB deste ano deve ficar por volta de 3,5%, o maior ritmo de alta desde 2011 se desconsiderarmos as distorções da Covid-19 na atividade. Não por coincidência, o Ministério da Fazenda atualizou, nesta segunda-feira (18), suas estimativas para o crescimento do PIB anual, elevando a projeção de 3,2% para 3,3%. Esse desempenho supera amplamente as expectativas do início do ano, quando o crescimento era projetado em 2,2% e adiciona um viés de alta além do previsto.
Embora seja esperado um pacote de corte de gastos do governo ainda nesta semana, em termos de atividade e inflação, o primeiro semestre de 2025 ainda deve continuar forte.
Nessa linha, devemos continuar vendo revisões para cima dos principais indicadores macroeconômicos no Boletim Focus, e um ciclo de alta da Selic, taxa básica de juros, bem mais contundente.
Como comentamos na semana passada, o mercado espera uma aceleração no ritmo de alta da Selic para 75 pontos-base a partir do próximo Copom. A curva futura também já indica uma probabilidade não desprezível de mais duas altas nesta mesma magnitude nas duas primeiras reuniões de 2025. É possível que sintamos saudades de uma Selic terminal de 13,75% ao ano.
Em relação à alocação em renda fixa, continuamos preferindo novos aportes em títulos pós-fixados.
Cardápio da semana: veja os títulos de renda fixa recomendados
Características da LCA pós-fixada do BTG Pactual | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | BTG Pactual |
Aplicação mínima | R$ 500,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 19/11/2025 (365 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 93,00% do CDI |
Tributação | Isenta |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h45 |
A taxa líquida da LCA do Banco BTG Pactual é equivalente a uma taxa bruta de 112,73% do CDI.
Características da LCI pós-fixada do Banco Inter | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA+ (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Inter |
Aplicação mínima | R$ 1,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 20/11/2025 (360 dias corridos) |
Rentabilidade anual | até 97,00% do CDI |
Tributação | Isenta |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 21h55 |
A LCI do Banco Inter oferece rentabilidade de 95% do CDI para investimentos de até R$ 250 mil e chega a 97% do CDI para valores acima de R$ 1 milhão. Além disso, a taxa líquida da LCI é equivalente a uma taxa bruta de 117,58% do CDI.
Características do CDB pós-fixado do Paraná Banco | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AA- (bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Paraná Banco |
Aplicação mínima | R$ 100,00 |
Aplicação máxima | – |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 10/11/2026 (721 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 125,00% do CDI |
Tributação | 15% |
Pagamento de juros | No vencimento |
Resgate | No vencimento |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 17h |
Características do CDB do Banco Pan com liquidez diária | |
Classificação de risco da instituição | Fitch: AAA(bra) |
Público-alvo | Investidores em geral |
Onde encontrar | Banco Pan |
Aplicação mínima | R$ 5,00 |
Aplicação máxima | R$ 500 mil |
Liquidação | D+0 |
Vencimento (prazo) | 19/11/2025 (365 dias corridos) |
Rentabilidade anual | 102% do CDI |
Tributação | 17,50% |
Pagamento de juros | Não |
Resgate | Liquidez diária |
Garantias | Fundo Garantidor de Créditos (FGC) |
Horário limite de aplicação | 23h59 |
As taxas e vencimentos do títulos indicados nas tabelas acima são referentes ao dia 19 de novembro de 2024 e, portanto, são válidos apenas para o dia de hoje (19).