Investimentos

Via (VIIA3): vale a pena participar da oferta de ações da dona das Casas Bahia?

Via vai emitir mais de 778 milhões de ações em busca de captar quase R$ 1 bilhão de reais; veja se a oferta é uma oportunidade

Por Juan Rey

06 set 2023, 14:20 - atualizado em 06 set 2023, 14:20

Via VIIA3 Casas Bahia
Imagem: Flávya Pereira/Money Times

A Via (VIIA3) anunciou na terça-feira (5) que vai emitir 778.649.283 ações ordinárias por meio de uma oferta primária. Com base no fechamento de segunda-feira (4), um dia antes do anúncio da emissão, o montante seria de R$ 981 milhões.

No entanto, vale destacar que o valor da captação pode variar até a fixação de preço dos papéis no dia 13 de setembro. No próprio dia do anúncio, as ações responderam com forte queda de 7,14% e encerraram o pregão cotadas a R$ 1,17.

Vale a pena participar da oferta de ações da Via?

Não é novidade que a situação da empresa é delicada há alguns anos. Mas, dada a queda brusca de mais de 60% nos últimos 12 meses, a oferta pode representar uma oportunidade? 

O analista Fernando Ferrer lembra que a Via já fez uma oferta maior em 2020, no valor de R$ 4,5 bilhões. A ideia era reajustar o balanço e a estrutura financeira e preparar a companhia para um crescimento saudável.

Apesar do voto de confiança do mercado, a tese não se concretizou. Hoje, a empresa tem valor de mercado menor que R$ 2 bilhões, muito inferior à oferta feita na ocasião. 

“A empresa queimou muito caixa nos últimos trimestres. A pergunta é para onde a oferta vai ser direcionada, e a resposta é a mesma: melhorar a estrutura de capital, incluindo o investimento em FIDC do crediário”.

O desempenho das ações desde o anúncio, para o analista, reforça a descrença do mercado em uma melhora na estrutura de capital e na rentabilidade. “Se com R$ 4 bilhões não resolveu há três anos, será que com R$ 1 bilhão vai resolver?”, questiona.

Ferrer também destaca que o valor próximo a R$ 1 bilhão pode ficar ainda menor até a data da fixação de preço. “O que o mercado está fazendo é pressionar essa fixação para baixo”.

Por não ver perspectiva de longo prazo no papel, o analista não recomenda a participação na oferta de emissão da Via.

“Temos foco no investimento fundamentalista. Pode ser que aconteça especulação e o papel suba por conta da baixa liquidez, mas não gosto dessa abordagem. Sigo bastante cético com o fundamento de longo prazo da companhia e prefiro ficar fora”.

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Confira a entrevista completa de Fernando Ferrer no Giro do Mercado:

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br