Investimentos

Vivara (VIVA3) deve manter crescimento – que já é forte – em 2023; veja o que esperar da ação

Companhia tem Black Friday ‘fraca’ – assim como o restante do varejo; no entanto, expectativas para o final de ano e para 2023 são altas

Por Richard Carboni Camargo

12 dez 2022, 11:33 - atualizado em 19 dez 2022, 09:38

VIVA3 Vivara
Imagem: Itajaí Shopping

Nos últimos dias, estivemos reunidos com a equipe da Vivara (VIVA3) para falar sobre o desempenho da marca na Black Friday, expectativas para o final do ano e o que eles estão planejando para 2023. 

De maneira geral, a Black Friday não foi gentil com o varejo. 

Várias ações do setor sofreram bastante com a repercussão de vendas mais fracas, em partes devido à base de comparação forte de 2022, mas também em função da inflação e do seu impacto geral no consumo. 

Importante destacar que esse fenômeno aconteceu no mundo inteiro, e não apenas no Brasil.

Apesar de não ter tido uma Black Friday dos sonhos, a Vivara deve ser capaz de entregar crescimento acima do restante do varejo.

Outro fator que vale mencionarmos é que a Black Friday, apesar de ser uma data importante, é bem menos relevante para o setor de joias do que para outros do varejo, como os segmentos de eletroeletrônicos e duráveis.

No caso da Vivara, estimamos que cerca de 50% das suas vendas no último trimestre do ano ocorram no mês de dezembro.

Dentro deste mês, há um peso desproporcional no dia 23, onde são comprados os presentes de última hora.

A não ser que o final de ano se mostre muito forte, esperamos que a Vivara tenha um 4T22 em linha com o consenso, com crescimento de receitas em torno de 26% na base anual e recuperação de margem líquida em relação aos últimos trimestres.

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Vivara deve abrir aproximadamente 50 lojas em 2023 e manter crescimento

Para o ano que vem, a empresa deve manter seu ritmo de crescimento, com abertura líquida em torno de 50 lojas, sendo aproximadamente um quinto delas da flagship Vivara e o restante da linha Life, que é o grande canal de expansão.

Esses números são bastante ambiciosos, e exigirão muitos investimentos da empresa.

Como hoje VIVA3 é caixa líquido, esperamos que a sua estrutura de capital comece a mudar no ano que vem, com a introdução de algum nível de endividamento, especialmente enquanto as novas lojas estão em maturação.

Obviamente, pelo histórico conservador da empresa, essa mudança na estrutura de capital será apenas marginal, e não altera materialmente nossas estimativas.

No curtíssimo prazo, porém, o grande fator impactando o preço das ações é o “overhang”. Ou seja, à espera até que o senhor Márcio Kaufmann encerra a venda da sua participação que está fora do acordo de acionistas. 

Vemos um potencial de valorização interessante para VIVA3 nos patamares atuais, negociada a apenas 13x os lucros estimados para 2023.

Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.